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Crítica – Histórias Bordadas em Mim | As linhas que compõem o bordado

By 4 Parede
9 de outubro de 2016
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Imagens – Rubens Henrique

Por Cleyton Nóbrega

Graduando em Licenciatura em Teatro (UFPE)

 

O espetáculo Histórias Bordadas em Mim, é parte integrante do OUTUBRO OU NADA – 1ª Mostra de Teatro Alternativo do Recife, evento que propõe mais de 50 apresentações de espetáculos que já estiveram em temporada, estreias, ensaios abertos e performances em catorze espaços alternativos da cidade. O espetáculo é um monologo com Atuação, Produção, Dramaturgia, Figurino, Cenografia e Direção de Agrinez Melo. A apresentação ocorreu dia sete de outubro às 20h30min no Espaço O Poste soluções luminosas. Um espaço alternativo. Situado na Rua da Aurora, 529, (esquina com a ponte Princesa Isabel). Ao lado do rio Capibaribe.

Um baú uma borboleta e uma conversa. São esses signos primordiais revelados ao público desde o principio. Elementos de suma importância no desenrolar do enredo. Ao adentrar no aconchegante sobrado amarelo, vejo um espaço rodeado por pallets, A Atriz Agrinez Melo de pé recepcionando a todos de braços abertos e sorriso no rosto. No espaço estão dispostos no formato de uma semi-arena, pallets com almofadas.  De um lado tareco e chá para o público do outro lado o Músico Tales Ribeiro em meio a tambores e nalguns instrumentos incluindo um violão. Os refletores com luzes branca e amarela estão distribuídos pelo espaço, direcionados ao local onde se encontra a Atriz. Atrás dela um baú colorido com inúmeras gavetas, ela está com um vestido bastante colorido e envolta por tecidos brancos finos bordados em formato de flor. Eugênio Barba diz Quando um texto é dito transforma-se num tecido de sons. É um fluxo continuo de energia […] (p.218). E foi isso que se estabeleceu no espaço, cada palavra dita era como linhas formando tecidos, são esses os tecidos da vida o que marca as histórias de cada um de nós. Linhas que constituem esse bordar de pungente vida.

O espetáculo tem no seu processo de construção uma relação com os Griot. São esses os guardiões, intérpretes e também cantores da história oral de vários povos africanos. Esses indivíduos na África tem uma importância gigantesca na conservação da palavra da narração do mito. O que na prática os caracteriza como escritores sem papel ou pena. Na oralidade perpassam conhecimentos que devem ser incumbidos, guardados na memória e no coração. Os elementos que caracterizam os Griot estão intrinsicamente presentes no espetáculo. Hora a atriz canta, hora dança hora conversa e encanta. Dentro daquele colorido baú vão saindo aos poucos elementos pequenos, mas que carregam uma grandiosidade infinita. O que nos é mostrado é acima de tudo a poesia que existe na vida, a beleza que se encontra na simplicidade, um desvelar de intimidades e ações profundas e importantes na trajetória de uma mulher negra, periférica. Ela conta histórias dos tempos de menina e as aventuras, como a curiosidade em ver o terreiro de Dona Zélia. As brincadeiras com o avô Sebastião que era tão doce quanto um pão doce, as conversas com o avô José e seu cajado sentado na cadeira de balanço. E histórias da vida adulta a luta por entender-se no mundo, seus amores às situações de opressão as vitórias e derrotas questões religiosas noções de ancestralidade, perdas e conquistas encontros e  despedidas vida e morte que seguem confabulando num ciclo infindável. Em suma pulsante vida.

O baú e todos os objetos trazidos em cena constituem uma atmosfera que ora situa-se no mundo de sonhos, hora transmite uma realidade chocante, reveladora. Toda essa gama de sensações flui com o uso da música que surge no espetáculo desde o começo.  Tudo que é utilizado no jogo cênico todos os objetos manipulados pela atriz ganham vida, até mesmo as suas roupas, o baú funciona como uma extensão de seu corpo donde o espectador espera ansioso por mais uma novidade. Surge a pergunta o que mais surgirá desse baú? O tempo passou e não notei. A borboleta lembra? Não me esqueci dela.  Ela surgiu e sempre aparece nos momentos bons e ruins. O espetáculo Histórias Bordadas em Mim, é encantador e abarca uma pernambucanidade em forma conceito e cor.

Referências

BARBA, Eugênio. A Canoa de Papel: Tratado de Antropologia Teatral/ Eugênio Barba; tradução de Patrícia Alves Braga – 3º edição – Brasília: Teatro Caleidoscópio & Editora Dulcina, 2012.

Este texto faz parte da parceria entre o Quarta Parede e a Licenciatura em Teatro (UFPE)

TagsAgrinez MeloCleyton NóbregaCríticaHistórias Bordadas em MimOutubro ou NadaTeatro
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