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Home›.Tudo›Crítica – O Açougueiro | Corpo e carne de um ator em situação de representação

Crítica – O Açougueiro | Corpo e carne de um ator em situação de representação

By 4 Parede
25 de janeiro de 2016
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Imagens – Lucas Emanuel | Thaís Lima

 

Por Bruno Siqueira

 Doutor em Letras (UFPE) e Professor Adjunto do curso de Licenciatura em Teatro (UFPE)

 

19 de janeiro de 2016. A fila do teatro Marco Camarotti estava cheia, alcançando a entrada do Sesc Santo Amaro. Eram 19h, quando as portas se abriram. Uma fumaça que vinha da sala de espetáculo começou a invadir o hall e a envolver os espectadores, que passaram lentamente a entrar no espaço onde aconteceria a performance. Lá dentro, atravessando uma atmosfera de tonalidades amarela e vermelha, as pessoas foram ocupando suas cadeiras, na plateia. Em cena, no centro de um círculo foscamente iluminado, uma figura meio homem, meio boi, emitindo toadas, aboios e sons de gado.

A peça era O Açougueiro, que estava sendo apresentada por ocasião do 22o. Janeiro de Grandes Espetáculos. Nela, o ator Alexandre Guimarães se desdobrava em sete personagens para narrar uma história trágica de amor e intolerância em terras semiáridas. Antônio, dono de um açougue, se apaixona por uma prostituta de nome Nicinha, com ela vindo a se casar. A partir de então, o casal começa a sofrer forte discriminação por parte das pessoas com quem convive, o que leva a história a um desfecho trágico. Uma história que ocorre no sertão pernambucano, mas remetendo a fatos e situações de qualquer tempo e espaço. São muitas as relações intertextuais, até com o mito grego de Atreu e Tiestes, o que faz perceber n’O Açougueiro uma trama de fortes traços estilísticos locais, mas dialogando com o universal.

A fim de aprofundar seus estudos no teatro antropológico e físico, o ator Alexandre Guimarães fez uma imersão de três meses em pesquisas junto ao Poste Soluções Luminosas. Dessa imersão, surgiu o espetáculo O Açougueiro, com dramaturgia, encenação e desenho de luz assinados por Samuel Santos. O trabalho supõe uma pesquisa de ator, especificamente do comportamento fisiológico e sociocultural do homem em situação de representação, tal como propõe a antropologia teatral de Eugenio Barba. Tenho acompanhado com entusiasmo o trabalho Samuel Santos junto ao Poste Soluções Luminosas. Ombela e A Receita, por exemplo, são espetáculos muito delicados, ao mesmo tempo em que vigorosos, refletindo uma opção estética de implicações políticas importantes. São resultados de intensa pesquisa do corpo do ator, amparada na antropologia teatral de Barba e nos princípios metodológicos de Michael Chekhov. Quem assistiu a esses dois espetáculos deve ter percebido que a performance da atriz (Naná Sodré) estava ancorada numa intensa imaginação poética atrelada a um trabalho de corpo que buscava novas formas (extracodidianas) de expressão.

N’O Açougueiro, Alexandre Guimarães  trabalhou com uma equipe de produção muito competente. Além de Samuel Santos, contou com Naná Sodré na preparação vocal; com Agrinez Melo na preparação corporal e no figurino; e com Vinícius Vieira na maquiagem. Ao assistirmos ao espetáculo, percebemos nele uma fina pesquisa com relação à dramaturgia das ações e à dramaturgia atoral. Existe nesse tipo de trabalho uma ênfase no contar uma história através do corpo do ator. A trama, compreendida como desenvolvimento das ações no tempo, é simples. Uma história que, a despeito de sua relevância social, seria uma dentre tantas outras por nós conhecidas. O que a torna viva e atuante do ponto de vista estético e político é a ação de contar. Ou melhor, a pesquisa da presença simultânea de várias ações subjacentes à trama permitiu ao jovem ator experimentar em seu corpo novas formas de expressão que vieram a contribuir para a economia estética da cena.

Alexandre Guimarães é um jovem e talentoso ator, ávido na busca de caminhos que lhe permitam conhecer a si mesmo e a arte em que atua. Esses caminhos constituem trajetórias profissionais que vão além do self service de opções teórico-metodológicas de que dispomos no mundo contemporâneo. São escolhas existenciais. Que essa imersão no teatro antropológico e físico, junto ao Poste Soluções Luminosas, seja um caminho em que possa se aprofundar ainda mais, a fim de chegar a resultados ainda mais surpreendentes, potencializando os dispositivos expressivos de seu corpo.

TagsAlexandre GuimarãesCríticaJaneiro de Grandes EspetáculosO AçougueiroO PosteSamuel Santos
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