O Churrasco
Em algum lugar, a qualquer hora, aparece, do nada, um estranho churrasqueiro, humano, filho do cornudo com a vaca, leitor, possuidor de dois “eu” e um Encosto (espírito maquiavélico que o persegue desde Adão e Eva), com sonho de ser… e a realidade de fazer churrasco.
O mundo tem fome!
O churrasqueiro, baptizado com o nome de Auxivites (Auschwitz), após arrotar no seio esquerdo da sua mãe, carrega o seu próprio nome como Cristo carrega a cruz.
Não podendo lutar contra o destino, traçado pelas Parcas, este estranho churrasqueiro, aguarda, sempre a lutar com o seu “anjo da guarda”, a chegada da carne como as personagens de Samuel Becket esperam a chegada de Godot.
Cansado da espera, perdido em si mesmo, lança-se em busca da carne, tal como em “Vítimas do Dever” as personagens de Ionesco procuram deseperadamente Mallot.
A espera, a procura e o nada!
O mundo tem fome! O povo quer carne! Onde está a carne? Vem carne!