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#07 Cidades e Intercâmbios | É dança disfarçada de luta – Diálogos da capoeira na Europa

Por 4 Parede
18 de março de 2018
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Imagem – Arquivo Pessoal | Arte – Rodrigo Sarmento

Por Ricardo Nascimento

Doutorado em Antropologia (Universidade Nova de Lisboa) e Professor (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – Unilab)

Entre as formas de representação da capoeira, que encontramos na sociedade brasileira, reside o mito de que se trata de uma luta disfarçada de dança (Vieira & Assunção, 1998). O disfarce se daria pela opressão sobre os escravizados, razão que explicaria a utilização de instrumentos musicais e de maneirismos e gestos de um dançarino. De fato, o mito não está de todo equivocado, uma vez que as práticas de matriz africana e da diáspora sempre guardaram um carácter multivocal em que uma performance pode ser, ao mesmo tempo, uma prática marcial, assim como uma dança, bem como um momento de espiritualidade ou entretenimento comunitário.

Essa polissemia das performances africanas e da diáspora sempre permitiu múltiplas leituras e entendimentos, embaralhando as interpretações ocidentais em que cada artefato da cultura encarna uma única possibilidade. De acordo com Ligiéro (2011), as práticas culturais de origem afro-brasileira, como o samba, a capoeira e as religiões afrodescendentes no Brasil, possuem várias características comuns que decorrem da sua motriz africana, tais como: a formação em círculo; a existência de um mestre que figura como uma autoridade, repositor de saberes e ancestralidades; uma linguagem polifônica entre luta, dança e o jogo dramático; a ocorrência eventual do transe e de trânsitos rituais e performáticos entre o sagrado e o profano.

No campo da academia, é a partir da introdução dos Estudos das Performances Culturais no Brasil, que nos chega através do teatro e de dramaturgos e pesquisadores como Zeca Ligiéro (2011), que despertamos para o interesse das culturas populares, em particular das performances afro-ameríndias, como instrumentos para pensarmos formas artísticas, como o teatro, a dança e a performance arte. Com efeito, e de forma circunstanciada, muito pouco tem sido realizado no Brasil que conjugue as nossas performances culturais de matriz africana com as linguagens artísticas contemporâneas, seja no teatro ou na dança em particular, onde o preconceito com a cultura afro ainda está bastante arraigado.

Imagem de espetáculo da Cia Ladainha | Foto – Arquivo Pessoal | #4ParedeParaTodos #PraCegoVer – Imagem colorida de dois bailarinos, um homem e uma mulher, dançando com roupas com tons de cinza e preto, realizando movimentos amplos em que saltam e se apoiam em um dos braços no chão.

Uma das primeiras incursões que fiz com a capoeira como praticante ocorreu na adolescência, ainda na minha cidade natal. Não imaginava que, anos mais tarde, iria reencontrar-me com aquela arte, quando em 1989 resolvi emigrar para a Europa, onde residi e acompanhei a capoeira durante quase três décadas. O interesse por estudar a capoeira no âmbito da academia e de pós-graduações surgiria algumas décadas mais tarde da minha chegada ao velho continente, quando me dei conta do quanto, com o decorrer dos anos, a capoeira tinha crescido e se tornado popular entre os europeus, ao ponto de influenciar as suas vidas, as suas culturas e sociedades. Com base nessa constatação, resolvi empreender a pesquisa de doutorado sobre o processo de transnacionalização da capoeira no continente europeu, concluída em 2015.

Os processos transnacionais da capoeira podem ser pensados incialmente através das excursões internacionais de dois importantes grupos difusores da cultura afro-baiana, o grupo Viva Bahia e o grupo Brasil Tropical. Um dos mais importantes grupos folclóricos da Bahia, senão mesmo o mais importante no processo de transnacionalização da capoeira, foi o grupo Viva Bahia, criado em 1962 pela professora e etnomusicóloga Emília Biancardi. O processo de espetacularização e mercadorização das danças e rituais da cultura negra baiana, no âmbito no grupo Viva Bahia, passava por uma larga pesquisa e pelo contato em cursos e formações com figuras de renome da cultura popular.

Entre elas, estavam Mestre Pastinha e João Grande na capoeira, Neuza Saad na dança, Dona Coleta de Omolu nas danças do Candomblé, Senhor Negão de Doni para os toques e ritmos do candomblé e Mestre Canapum na Puxada de Rede. Mestre Popó do Maculelê, com a dança jogo de paus do maculelê, foi determinante na presença do grupo e foi das primeiras vezes em que essa manifestação foi mostrada para um público mais alargado. As viagens do grupo ocorreram por toda a América do Sul, E.U.A., Médio Oriente e África. As apresentações foram patrocinadas por instituições do Estado, como o Ministério das Relações Exteriores e a BAHIATURSA, além de convites para festivais e performances patrocinadas por empresários.

Mestre Nestor Capoeira, nos anos setenta, foi um dos primeiros a introduzir classes de Capoeira na Europa, na London Scholl of Contemporary Dance, em Inglaterra (Falcão, 2004). Por volta de 1973, o Mestre Martinho Fiúza, capoeirista e bailarino do grupo Folclórico Brasil Tropical, também chegava à Europa e começava a dar as primeiras classes de capoeira no velho continente, onde até hoje reside e permanece dando aulas de dança na sua própria escola, o Dance Studio Martins, na cidade de Munique, na Alemanha. Neste mesmo período, Mestre Jelon Vieira, ex-integrante do grupo Viva Bahia, chegou a Nova Iorque, tendo passado por Londres com o grupo folclórico em que estava inserido. Mestre Jelon declara que o seu trabalho inicial se fixou numa academia de danças chamada de La Mamma, em Manhattan, e ali permaneceu entre 1975 e 1979.

Imagem do espetáculo ‘La Marge’, da Cia Ladainha | Foto – Arquivo Pessoal | #4ParedeParaTodos #PraCegoVer – Imagem em preto e branco de três homens usando ternos e chapéus em pé, realizando movimentos distintos relacionados à capoeira em um espaço aberto.

Como explica o mestre, a capoeira neste desbravamento introdutório esteve vinculada à dança, uma vez que, para sobreviver, ele e o seu companheiro de trabalho Lorenil Machado estiverem envolvidos com espetáculos e ensino da dança (Abreu & Castro, 2009: 100). O depoimento do Mestre Pavão é enfático sobre o vínculo inicial da capoeira com a dança e relata a sua experiência, na década de 70, nos Estados Unidos. O capoeirista baiano, que era aluno do curso de danças da Universidade Federal da Bahia e pertencia ao quadro do grupo de danças desta universidade, chegou aos Estados Unidos para participar num intercâmbio com a Universidade de Illinois e, com orgulho, relata ter integrado o grupo de danças da coreógrafa americana Katherine Dunham e ser um dos cinco no mundo a ter obtido o grau de mestre na técnica por ela desenvolvida (Lôbo, 2008: 17). Como se vê, a capoeira e a dança, pelo menos no domínio transnacional, sempre caminharam lado a lado.

Um dos mais belos e longevos trabalhos de fusão entre a dança contemporânea e a capoeira na Europa nos chega do bailarino, coreógrafo e mestre de capoeira Armando Pekeno e de sua companheira, também bailarina, coreógrafa e capoeirista Michelle Brown. Mestre Armando é um dos nomes mais importantes da dança contemporânea brasileira no mundo que, em conjunto com a sua companheira, conjugam capoeira e dança afro com as linguagens artísticas da dança na atualidade. A coreógrafa, bailarina e capoeirista Michelle Brown é de origem inglesa e cursou dança contemporânea no “Laban center for movement and dance” em Londres. Ela teve o seu primeiro contato com a capoeira ainda no Reino Unido, mas é em Paris, em 1990, que inicia o seu percurso na capoeira, até receber o título de contra-mestra, em 2007.

Mestre Armando nasceu em Salvador e desde a sua humilde infância nos bairros da capital baiana contatou com a cultura afro-brasileira, obtendo o cargo de Ogã nos candomblés baianos e iniciando o seu percurso na dança e na capoeira com o renomado Mestre King, precursor da dança afro no Brasil. Na atualidade, Armando Pekeno é hoje um dos principais herdeiros de seu Mestre, levando adiante este legado aos mais diferentes palcos, mas sempre atento e dando retornos às suas origens.

Imagem de espetáculo da Cia Ladainha | Foto – Arquivo Pessoal | #4ParedeParaTodos #PraCegoVer – Imagem com tons de azul em que dois bailarinos estão em um palco dançando, com a mulher se apoiando no corpo do homem.

Aos 19 anos, viajou profissionalmente na Europa com a orquestra afro-baiana, sob a direção de Emília Biancardi e, nesta ocasião, ministra uma oficina de dança tradicional na escola de Maurice Béjart, “Mudra” na Bélgica. Sua aptidão e sua curiosidade pelo movimento o levaram rapidamente ao prestigiado “Balé do Teatro Castro Alves”, onde foi contratado como solista e coreógrafo. Sempre muito ativo e criativo, Armando é um dos precursores da dança contemporânea na Bahia. Ele é particularmente conhecido pelo seu trabalho, que tem suas raízes tradicionais em um contexto contemporâneo, notadamente nas companhias “África poesia”, “Origens”, “Cia de dança de Olodum” e “Mantra”.

De retorno a França, em 1995, convidado pelo Théâtre Contemporain de la Danse, em Paris, para realizar um estágio “do tradicional à modernidade” (com Michelle Brown), também convidou o projeto “Black Performances” para esta mesma instituição. A Compagnie Ladainha, companhia de dança contemporânea, nasceu do encontro do brasileiro Armando Pekeno e da inglesa Michelle Brown, em 1992. Após um longo período trabalhando em países como o Brasil, o México, a Inglaterra, os Estados Unidos, mudaram-se para Rennes, na região da Bretanha francesa, onde a companhia se instalou. Mestre Armando Pekeno e Michelle Brown são também parceiros na criação da Cooperative Bretonne de Capoeira.

A Companhia Ladainha possui um vasto currículo de espetáculos, coreografias, cursos, espalhados por todo o mundo, quase sempre com enfoque nas expressões híbridas da dança afro, da capoeira e da dança contemporânea. Na região da Bretanha, mestre Armando e sua companheira realizam anualmente vários cursos em que os participantes, capoeiristas, atores e dançarinos, podem experimentar estas linguagens, através da participação nas oficinas, mas também em residências artísticas.

Na roda de capoeira, assim como nos palcos da dança, Mestre Armando e sua companheira apresentam a leveza dos bailarinos, assim como a mandinga de um capoeira. Os anos de treino com a dança e a capoeira construíram um repertório de vastos saberes corporais e a maturidade de quem conhece o corpo nos seus limites. No palco, não se reconhece ao certo onde começa e termina a dança e a capoeira, onde se encontram e desencontram, de tão juntos que caminham. A dança como mito de origem da capoeira se profetiza ou se inverte? Afinal, será uma luta em forma de dança ou uma dança em forma de luta?

 


Referências

ABREU, Frede & CASTRO, Maurício Barros de, 2009. Capoeira: encontros. Rio de Janeiro, Azougue editorial.

FALCÃO, José Luiz Cirqueira, 2004. O jogo da capoeira em jogo e a construção da práxis capoeirana. Tese de Doutoramento em Educação. Universidade Federal da Bahia.

LIGIÉRO, Zeca, 2011. Corpo a corpo: estudo das performances brasileiras. Editora Garamond.

LÔBO, Eugénio, 2008. O corpo na capoeira: introdução ao estudo do corpo na capoeira. Campinas, Editora Unicamp.

NASCIMENTO, Ricardo César Carvalho, 2015. Mandinga for export: a globalização da capoeira. Tese de Doutoramento. Universidade Nova de Lisboa.

VIEIRA, Luís Renato & ASSUNÇÃO, Matthias Rohrig, 1998. “Mitos, controvérsias e fatos: construindo a história da capoeira”, Estudos Afro-Asiáticos, 34: 81-121.

TagsCapoeiraDossiê Cidades e IntercâmbiosPortugalRicardo NascimentoUnilab
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A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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