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Crítica – Cartas para Alemanha | Cartas para Si

Por 4 Parede
10 de novembro de 2017
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Imagem – Priscilla Melo

Por Janaína Gomes

Mestra em Artes Cênicas (UFRN) e Atriz e Bailarina (CARNE e Coletivo Cênico Tenda Vermelha)

– Esse peso que eu carrego, não é só meu, ele é nosso.

O cineteatro Bianor Mendonça, recém-inaugurado pela prefeitura de Camaragibe, abriu as portas para a realização de uma das etapas do Palco Preto, festival realizado pelo CARNE – Coletivo de Arte Negra. No dia 29 de outubro de 2017, apresentaram-se Perlla Ranyelle com sua performance Carne Negra, Klarissa Faye e Mario Miranda com Suco de pregos e, por fim, a artista Elze Maria Barroso com Cartas para Alemanha.

O evento tem como princípio norteador divulgar, conhecer e promover artistas negrxs e suas produções e se tornou uma das maiores plataformas de produções independentes realizadas substancialmente por artistas negrxs em Recife. Em sua primeira edição, realizada em 2016 na antiga sede da Casa do Cachorro Preto (Olinda- PE), o Palco Preto serviu de base para diversas questões e discussões levantadas ao longo desse percurso de apenas um ano, reflexões essas que apontam o evento como sendo o primeiro em Recife destinado aos artistas negrxs.

Tivemos na edição anterior (2016), 20 artistas compondo a programação (dança, teatro, artes visuais e colaboradores), além de um público com mais de 300 pessoas. Grande parte das apresentações foram as dos próprios integrantes do coletivo que, de uma maneira independente, realizaram o que seria o embrião do que estamos vendo hoje.

– Esse peso que eu carrego, não é só meu, ele é nosso.

Este é o segundo ano do festival, nesta segunda edição, as atividades se estenderam por 21 dias entre exposições de artistas visuais, atividades formativas e parcerias com espaço público e organizações não governamentais que convergem com nosso pensamento/prática. Tudo isso preparado e idealizado por Iagor Peres, um dos integrantes do CARNE. A divulgação das inscrições nos trouxe uma surpresa, vários artistas de diversas localidades se inscreveram. Elze Maria Barroso foi uma das artistas inscritas e selecionadas

– Esse peso que eu carrego, não é só meu, ele é nosso.

O festival Palco Preto em sua segunda edição mostra a partir dos números o quanto se faz necessário e urgente essa instauração gritada das margens e periferias.

Cartas para Alemanha ou um mapa para si mesma?

Da parte externa do teatro, a equipe do espetáculo Cartas para Alemanha nos dava não só as boas vindas, como também as instruções para apreciação da peça. Aos poucos, foram distribuídas vendas e eu, prontamente, peguei uma delas. Portanto, falo inicialmente do lugar de não vidente.

Aos poucos, a produção vai dando espaço para que Elze seja, de fato, a protagonista de sua própria história. O espetáculo nasceu da vontade da atriz-performer transformar um fato autobiográfico em dramaturgia e tem como mote o término de um relacionamento amoroso com um alemão. De início, percebemos o cuidado com que Elze estrategicamente compartilha sua história “despertando os sentidos” dos espectadores, aguçando-os a partir de estímulos sensoriais. Sua escolha por uma trama pautada no campo do sensório surge a partir de seus estudos como aluna pesquisadora no projeto de Artes como Educação Inclusiva. Tendo Lygia Clark como referência, a atriz distribui sacos e baldes cheios de água para a plateia.

De repente, estamos todos carregando sacos de água e aqueles que estão sem as vendas ainda têm a tarefa de conduzir os que, nesse momento, ainda não veem. Essa espera para adentrar no teatro se torna um lugar de escuta atenta e cuidadosa para consigo e com outro, um estado de zelo.

Repetidas vezes, Elze fala ‘Esse peso que eu carrego não é só meu, ele é nosso’, nos convidando repetidamente a pensar sobre esse peso metafórica e fisicamente carregado por nós, mulheres negras.

De repente, estamos participando de uma comunhão silenciosa, a comunhão de uma história real alinhavada pelas dinâmicas de uma artista que sabe exatamente o que quer de seu público. Sabe inclusive o que vai provocar no imaginário dos que ali estão. Elze narra com riqueza de detalhes sua história e nos provoca um vislumbre do lugar, das cores e da temperatura da água que a toca: tudo é camada que se desvenda para nos levar a uma determinada data e lugar do Rio de Janeiro.

No percurso de sua narrativa, pediu para que as águas fossem derramadas e aquele barulho de água escorrendo me fez abandonar a venda que me privava da possibilidade de enxergar a Elze. Estava linda, com um vestido quase transparente de cor rosa salmão, um sapatinho preto, cabelos curtos, volumosos e soltos numa confiança inabalável.

A artista nos conduz para dentro do teatro carregando dois baldes cheios de água, narrando sobre sua dificuldade de enxergar devido aos 8 graus de miopia e repetindo mais uma vez a frase: – Esse peso que eu carrego, ele não é só meu, ele é nosso!

Reflito que aqui, nesse contexto, não enxergar é metáfora.

Imagem do espetáculo ‘Cartas para Alemanha’ | Foto – Priscilla Melo | #4ParedeParaTodos – Imagem colorida em tons de azul com um mulher de cabelos curtos e encaracolados ajoelhada em um chão molhado, diante de um balde de água e uma garrafa de vinho. Ao fundo, outras garrafa de vinho e várias palavras escritas com giz na parede escura.

Dentro de Casa

Uma data. Um fato e a imagem que é gerada a partir dessa narrativa pessoal vão dando o tônus para adentrarmos nos cômodos da casa de Elze. Ela nos convida a tirar os sapatos e acompanhá-la para uma experiência não só sensorial, mas do devir mulher, do imaginário. A casa de Elze é o coração, ela traça um mapa que nos conduz a todo enredo de sua história, que, por ser particular, torna-se universal. Quem nunca doeu de amor?

Um mapa que começa organizado, mas que, com o desenrolar da peça, traduz exatamente o caos que essas cartas trocadas entre Brasil e Alemanha provocaram na “casa coração” da artista. Não existe uma ordem cronológica, ao contrário, a desordem cronológica dos acontecimentos vai delineando a dramaturgia que ora é conduzida para dentro da “casa coração” de Elze, ora para lugares outros que ela passou com seu amado. Fomos a uma padaria, viajamos para Veneza, para Paris e para o Rio de Janeiro.

Me permitir provar das sensações e sentimentos da trajetória dessas “recordações-referências” de Elze me levou ao livro Experiências de vida e formação da Marie Christine Josso[1], que tece reflexões e conexões sobre o método autobiográfico, sobre a dinâmica de contar para si e para outros sua história de vida:

O que está em jogo nesse conhecimento de si não é somente compreender como nos formamos e nos transformamos, ao longo de nossa vida, mediante um conjunto de fatos vividos e transformados em experiências, mas também tomar consciência de que esse reconhecimento de nós mesmos como sujeitos encarnados, mais ou menos ativos, ou passivos, segundo as circunstâncias, permite, doravante, visualizar nosso itinerário de vida, nossos investimentos e nossos objetivos, com base numa auto- orientação possível, numa invenção de si, a qual articula mais conscientemente nossas heranças, nossas experiências formadoras, nossas pertenças, nossas valorizações, nossos desejos e nosso imaginário, às oportunidades socioculturais que saberemos apreender, criar e explorar, para que advenha um si que aprende a identificar e a combinar obrigações e margens de liberdade. (JOSSO, 2010, p.65).

As manias de um casal apaixonado, os apelidos, os presentes, os restaurantes, o vinho, os signos, os ascendentes, as músicas, o jogo do bicho, o telefone que toca, o telefone que não toca, o começo, o meio e o fim: tudo estava ali como um banquete para nós, toda uma história autobiográfica sentida e acolhida por uma plateia atenta aos mínimos detalhes. Um ato de despir-se em sua própria casa para seus convidados.

As discussões raciais tocam no ponto do que a atriz chama de ‘síndrome do vira lata’, que, segundo ela, se dá quando uma mulher negra se apaixona por um homem branco. Em alguns momentos, a artista relata a sensação de ser uma brasileira negra que namora um alemão, suas tensões e fricções com relação aos olhares atravessados, a hipersexualização de seu corpo por ser a negra que namora um “estrangeiro”. Sobre esse aspecto, o livro Pele negra máscaras brancas Frantz Fanon[2] dedica um capítulo às mulheres negras. Com o título A mulher de cor e o branco, Fanon reflete sobre as demandas das relações interraciais, principalmente no âmbito psicológico e social da mulher negra. No início do capítulo lança a cartada:

Neste capítulo, dedicado às relações entre a mulher de cor e o europeu, trata-se de determinar em que medida o amor autêntico permanecerá impossível enquanto não eliminarmos este sentimento de inferioridade, ou esta exaltação adleriana, esta supercompensação, que parecem ser o indicativo da Weltanschauung negra (FANON, 2008, p.54)

Fanon discorre sobre a obra autobiográfica Je suis Martiniquaise da autora Mayotte Capécia fazendo uma investigação profunda sobre o posicionamento social e psicológico dessa mulher como exemplo de um mal que não tem fim.  Reflete Fanon:

Porque enfim, quando lemos no romance autobiográfico Je suis Martiniquaise — ‘Gostaria de ter me casado, mas com um branco. Só que uma mulher de cor nunca é realmente respeitável aos olhos de um branco. Mesmo se ele a ama. Eu sabia disso’ — temos o direito de ficar preocupados (FANON, 2008, p. 54)

Percebo que a sutileza do trabalho da Elze, seu cuidado com o sentir e a preocupação em aguçar os sentidos do público transcendem as questões raciais. Antes de qualquer pensamento crítico sobre o racismo, a obra está muito mais voltada para um outro aspecto. De como a plateia está receptiva sensorialmente a partir dessa linha do tempo desordenada traçada pela atriz. De como as sensações irão atravessar os espectadores a partir da proposta cênica.

No entanto, esse aguçamento dos sentidos com um tempo começa a ficar previsível e de certa forma acaba por causar um certo cansaço no olhar. Me perguntava várias vezes durante a apreciação do espetáculo ‘E agora o que preciso fazer?’ ou ‘E agora o que preciso dizer?’ ou ‘O que preciso cantar?’. Acredito que essa seja a principal problemática da obra: o ‘querer fazer sentir’ a todo momento.

Mas Elze não deixa a peteca cair: sua energia é segura, firme, forte e reluzente. Não posso deixar de falar sobre os problemas técnicos enfrentados pelos artistas que se apresentaram neste dia no Palco Preto. Esse fator, inclusive, poderia ter prejudicado bastante Cartas para Alemanha, que alinhavava marcações e momentos de muita delicadeza. Mas Elze brincava, dançava com sua própria história. Estava dentro de sua “casa coração” e lá ela tinha a liberdade de fazer o que bem entendesse. Em sua morada, ela mostrou toda sua fragilidade e fortaleza e, mesmo com todos os problemas técnicos, víamos uma descontração relaxada e comunicativa com sua equipe e com Jorge Kildery, integrante do coletivo CARNE, que, na ocasião, operava a luz.

Cartas para Alemanha é um mapa esclarecedor/escurecedor de como, para o homem, é mais fácil abandonar, deixa ir, largar, não mais sentir e não mais voltar. À medida que eu escutava a história da Elze e seus sacrifícios para se manter perto do seu amado, me perguntava: O que ele estava fazendo para encontrá-la? O que esse homem fazia para ver e estar mais perto de Elze? ‘O quê? Principalmente sendo ele um homem branco e europeu, o que os fazem manter, deixar aceso, nutrir?

Cartas para Alemanha é um espetáculo que fala do amor, da paixão avassaladora de uma mulher que faz de tudo porque acredita que pode ser feliz ao lado do outro, mesmo sendo esse outro um estrangeiro.

Cartas para Alemanha é um mapeamento que Elze faz de si mesma, um mapeamento da dor e do compartilhamento dessa dor para nós, que visitamos sua “casa coração”.

Porque esse peso que ela carrega não é só dela, é nosso. Você sabe, nós, mulheres negras, sabemos. Porque é tudo nosso, nada deles, inclusive as dores.

Reconhecimento

A assistência de direção é de Franco Fonseca, o espetáculo foi encenado pela primeira vez em Natal como espetáculo final de disciplina de encenação com ênfase em performance no curso de Teatro da UFRN em novembro de 2016 e despertou fortes impressões quando encenado em setembro passado no Festival O Mundo Inteiro é Um Palco, obtendo elogios e críticas positivas. Elze Maria, foi indicada a melhor atriz e melhor peça no Troféu Cultura 2017, um dos prêmios que contemplam o teatro na capital potiguar.

Referências

FANON, Frantz. Pele negra máscaras brancas. Salvador: UFBA, 2008.

JOSSO, Marie Christine. Experiências de vida e formação. Natal: UFRN, 2010.


Notas de Rodapé

[1] Socióloga e antropóloga. Professora da Universidade de Genebra em ciências da educação.

[2]  Psiquiatra, filósofo e ensaísta da Martinica, de ascendência francesa e africana. Fortemente envolvido na luta pela independência da Argélia, foi também um influente pensador do século XX sobre os temas da descolonização e da psicopatologia da colonização.

TagsCartas para AlemanhaColetivo Tenda VermelhaElze MariaJanaína GomesPalco Preto
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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

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Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

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A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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