Quarta Parede

Top Menu

  • Sobre o 4ª Parede
  • Quem Faz?
  • Fale Conosco

Main Menu

  • INÍCIO
  • Dossiês
    • Atual
    • Anteriores
  • Podcasts
  • Entrevistas
  • Videocasts
  • Críticas
  • Como Colaborar
  • Expediente
  • Sobre o 4ª Parede
  • Quem Faz?
  • Fale Conosco

logo

Quarta Parede

  • INÍCIO
  • Dossiês
    • Atual
    • Anteriores
  • Podcasts
  • Entrevistas
  • Videocasts
  • Críticas
  • Como Colaborar
  • Expediente
  • #19 Artesanias Digitais | Podcast #54 – Arte, Educação e Tecnologias Digitais

  • Crítica – Sibila | O mistério das coisas

  • Crítica – Tropeço enquanto falo | Inventário de Gestos

  • Crítica – Tropeço enquanto falo | Carta ao artista que tropeça enquanto fala

  • #19 Artesanias Digitais | Podcast #53 Festivais – Produções Virtuais e Curadorias Híbridas

.TudoCríticas
Home›.Tudo›Crítica – Tempo Menino | Das Partituras da Experiência

Crítica – Tempo Menino | Das Partituras da Experiência

By 4 Parede
16 de outubro de 2016
1660
0
COMPARTILHE ESSE CONTEÚDO

Imagens – Tiago Henrique

Iago Josef

Graduando em Licenciatura em Teatro (UFPE)

O grupo Peso Coletivo de teatro, de Arcoverde-PE, apresentou o exercício cênico Tempo Menino no espaço Vila, no último domingo dia 9 de Outubro de 2016, na 1ª Mostra de Teatro Alternativo Outubro ou Nada. Segundo o diretor do espetáculo, André Chaves, não existe uma preocupação em relação a que tipo de teatro se encaixaria esse trabalho. “O trabalho é vivo, tem vida própria, ele se adequa aos espaços, pois não é fechado, não é um trabalho pronto. Ele está como as janelas, todas as vezes que olhamos por elas, coisas novas estão surgindo”, enfatiza o diretor.

Vejo o trabalho do coletivo com outro olhar, mas antes de falar sobre isso é preciso dar uma espiada no menino e seu tempo. O grupo tem uma consciência de memória mais ampla, “um segundo que se passou é memória”, comenta o ator Rogério Xavier. Partindo de um antigo desejo de teatralizar suas lembranças, a pesquisa de quatro anos do ator começa a se tornar matéria, para, na efemeridade do teatro, se tornar lembranças.

Não é preciso muito para que essas lembranças venham e preencham o espaço Vila. O ator, repleto de experiências de vida e artísticas, compartilha com o espectador suas memórias interioranas, outrora, pertencentes só a ele. Não é preciso muito para que o espectador veja diante de si a rede que balançava a criança, as asas, que faziam o interiorano de Pesqueira-PE, acreditar que um dia poderia voar pelo mundo, a cadeira, na qual a filha relata sua vida de submissão à família. Vimos uma casa com portas e janelas, que em momentos eram abertas e fechadas de diversas formas. Não era preciso muito, apenas um ator, uma atriz, uma violinista, uma janela basculante e uma de madeira.

O trabalho que o grupo apresenta é sedimentado de histórias autobiográficas. A partir do momento em que contamos uma história, estamos a ressignificando, pois tentamos capturar na íntegra os fatos. Reconstruímos esses eventos por meio de uma memória que os seleciona, organiza e o associa, podendo isso acontecer intencionalmente ou não. No teatro não é diferente. Para Erika Fischer-Lichte, “quaisquer que sejam os lugares e os momentos nos quais o teatro acontece, ele sempre se caracteriza por uma tensão entre realidade e ficção, entre o real e o fictício” (2013, p.1).

No trabalho do Coletivo Peso, percebe-se que as histórias têm essa característica, elas deixam o espectador curioso em relação à sua veracidade. Histórias como da mulher que fora abandonada pelo circo e do lamento da mulher que, ao voltar para casa com sua lata d´água na cabeça, se depara com o inesperado. Durante a encenação dessas histórias, o ator Rogério Xavier se mostra um ótimo performer. Na cena, fica evidente que houve um cuidado, que houve um trabalho corporal. A construção corporal de imagens pelo ator é outro ponto que vale ressaltar, mas ainda é frágil essa construção pela voz.

Outro ponto, que considero um dos mais fortes, se não o mais, é a dramaturgia sonora. Acredito que se ela não existisse o espetáculo não teria a beleza que têm. A performer Renata Cordeiro é um espetáculo a parte. Ela consegue, por meio do seu corpo ressoante, produzir vocalidades que levam o espectador a ver imagens. Sua voz revela pessoas, lugares e situações: ela é sonoridades. O espetáculo ainda conta com Johsi Guimarães, ela não está apenas como uma violinista, mas como parte que integra a unidade espetáculo. Seus momentos de destaque mostra ao espectador uma performer pela qual a música percorre o seu corpo e preenche a cena. Portanto, são três performers que ganham destaques em momentos diferentes, um não chega a anular o outro, eles se complementam numa unidade incrível.

A unidade também acontece entre os elementos visuais e sonoros, mas considero a dramaturgia um pouco frágil. Por mais confusa que a mente humana possa ser, ela é capaz de fazer encadeamentos lógicos. Acredito que ainda falta uma costura das memórias na dramaturgia, algumas histórias precisam de um toque de claridade para que elas também virem lembranças para o espectador.  Por fim, acredito que o teatro que o coletivo está fazendo é um teatro performático que tem como sedimentação a autobiografia, não o consideraria um espetáculo teatral. Isso não anula a qualidade do trabalho do Coletivo Peso, pois é um trabalho que vale a pena assistir, totalmente recomendável.

Referências

LICHTE, Fischer, Érica. Trad. BORJA, Marcus. Realidade e ficção no teatro contemporâneo. Sala Preta, São Paulo, v.13, n.2,p. 14-32. 2013.

Este texto integra a parceria entre o Quarta Parede e a Licenciatura em Teatro (UFPE)

TagsCríticaIago JosefOutubro ou NadaPeso ColetivoTeatroTempo Menino
Previous Article

Festa do Coco de Igarassu abre inscrições ...

Next Article

Teatro Arraial recebe apresentações gratuitas de “Pitoresca”

Related articles More from author

  • .TudoEm Cartaz

    TREMA! Plataforma de Teatro lança revista no Recife

    29 de junho de 2015
    By 4 Parede
  • .TudoEm Cartaz

    Fiandeiros estreia nova temporada de “Vento forte para água e sabão” no Teatro Barreto Júnior

    23 de agosto de 2016
    By 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Crítica – Sistema 25 | Um olhar poético sobre anjos caídos

    21 de janeiro de 2016
    By 4 Parede
  • .TudoEm Cartaz

    Paulista recebe ‘O Velho Diário da Insônia’ neste sábado (05.12)

    2 de dezembro de 2015
    By 4 Parede
  • Imagem de vários rapazes e moças seminus, usando somente cuecas e calcinhas pretos. Todos em posições sensuais e afeminadas
    .TudoCríticas

    Crítica – Santo Genet | Um espetáculo grávido de possibilidades

    18 de agosto de 2017
    By 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Crítica – Cabaré Diversiones | Cabaré Diversiones: o passado no presente

    17 de janeiro de 2016
    By 4 Parede

  • .TudoEm Cartaz

    Segunda com Teatro De Primeira retoma apresentações

  • .TudoDossiês

    #13 Negritudes | Por uma Revolução dos Afetos – Ecos e Reflexos do Grupo Batuk-Ajé

  • .TudoCríticas

    Crítica – Rita | Uma ópera em nossa Veneza brasileira

ÚLTIMOS PODS

Facebook

Receba feeds quentinhos

Cadastre seu e-mail e receba as novidades em primeiro lugar

INCENTIVO

REALIZAÇÃO

APOIO

Quarta Parede - Palco & Plateia. Unidos! Direitos Reservados. Desenvolvido pela Atuante Agência Digital. V1.1