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Home›.Tudo›Crítica – Ubuntu: uma linda aventura na floresta afrobrasilândia | O poder da palavra

Crítica – Ubuntu: uma linda aventura na floresta afrobrasilândia | O poder da palavra

Por 4 Parede
2 de abril de 2021
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Imagem – Divulgação

Por Lorenna Rocha
Licencianda em História (UFPE), pesquisadora e crítica cultural

O espetáculo Ubuntu: uma linda aventura na floresta afrobrasilândia, livremente inspirado no livro Seis pequenos contos africanos, de Raul Lody, inicia sua jornada em direção às narrativas sobre a criação do mundo a partir das cosmologias africanas e da filosofia ubuntu com um epílogo marcadamente musical e rítmico, onde destacam-se as aproximações entre o continente africano e o território brasileiro. Apostando nas relações culturais entre essas duas territorialidades, há um aparente desejo de investigação e positivação das contribuições africanas para as culturas e geografias do Brasil. 

Um dos primeiros sinais daquele gesto de ligação está assinalado no termo que compõe o título do espetáculo – afrobrasilândia – e em sua cenografia. Assim que avistamos o palco no arquivo audiovisual de Ubuntu, nos deparamos ao fundo com um grande pano branco demarcado com os contornos dos limites territoriais de África e do Brasil. Colocá-los lado-a-lado remonta uma certa suspensão do tempo, onde as conexões entre esses dois espaços se desenrolam distantes das conjunturas e eventos históricos violentos que impuseram tal encontro.

Chama-se África de Mãe e Brasil de Pai. Dentro desse campo simbólico, considerando os múltiplos universos que formam seus principais públicos (infâncias e juventudes), me pergunto, com certa desconfiança, quais as possíveis associações atreladas a essa metáfora. Esse sentimento, inclusive, é algo que compartilho durante toda a peça. Escolho, nesse texto, selecionar trechos de sua dramaturgia para elencar tópicos que me permitam expor a relação dúbia que estabeleci com Ubuntu.

Eu conto! Tu contas! Ele conta! ou Eu queria me sentir… representada…

Para adentrar aos contos que envolvem os orixás e sua relação com a manutenção da ordem e desordem do mundo, a dramaturgia do espetáculo se estrutura em duas tramas. A primeira apresenta ao público a Floresta Afrobrasilândia e suas personagens, flores que estão ansiosas e contentes com a possibilidade de contemplarem o arco-íris. Já na segunda, a chegada de presenças-pessoas-espectros de África (nomeadas por cores, fazendo uma alusão ao arco-íris) dá continuidade à história, através de um enigma enviado por Oxumaré, a ser decifrado para contornar uma situação sofrida por duas flores-personagens.

A circunstância que envolve as flores Preta Ilê (Clau Barros) e Preta Zambi (Brunna Martins) é desenvolvida em mais de trinta minutos de espetáculo, até que se adentre, de fato, nos contos africanos. As flores-irmãs sofrem por não verem suas cores no arco-íris. Onde está a minha cor… No arco colorido… A sensação de não-identificação e não-pertencimento é reforçada pela flor vermelha (André Lourenço): sendo a mais bela e bem cuidada, ela é o signo da promoção da exclusão justificada pelos seus atributos físicos, enquanto as outras duas (Preta Ilê e Preta Zambi) representam aquelas que sofrem com tal ação. 

Fazendo alusão aos episódios de racismo cotidiano, a primeira parte da trama é carregada de performances estereotipadas (sobretudo, a maneira como a flor vermelha busca provocar o mal estar entre todas as flores), infantilizadas (com a utilização de emissão vocal supostamente mais compreensível ao público infanto-juvenil) e promovidas por meio de brigas desconexas (alimentadas por discursos recorrentes nas redes sociais, com expressões como mimimi), que, ao invés de ampliarem as possibilidades de aproximação do público ao espetáculo e às cosmologias africanas, dá efeito contrário e empobrecem a dramaturgia de Ubuntu.

Ao mesmo tempo, é fácil ouvir dos atores e atrizes expressões “adultas” (palavras como representada, significativa, contemplada foram recorrentes na apresentação), as quais fazem parte de um universo de conceituações um tanto específico e que pouco emergem poeticamente de forma consistente. Tal discursividade dificulta, até mesmo, a compreensão de parte dos conflitos desenvolvidos na trama. Se amontoando de maneira caótica, os diálogos produzem tantos atritos que se torna difícil lembrar sobre o que é o espetáculo ou onde poderíamos localizar suas personagens em certa parte da estória. Devido à ausência de retomada ao primeiro núcleo narrativo da dramaturgia, o conjunto de ações de quase metade do espetáculo torna-se consideralvemente volúvel.

O fato de criarem uma situação adversa (a de exclusão) para justificar, em certa medida, o caminho até o universo dos contos africanos, cria uma co-dependência em relação à narrativa da produção de diferença como aquilo que ocasiona e delimita o ponto de virada do espetáculo. O que fica circunscrito é que optou-se por operar dentro de cenários supostamente fáceis de serem reconhecidos pelo público (a de racismo, desavenças, provocações excessivamente cômicas e caricatas), para, enfim, chegar ao universo epistemológico e cosmológico africano. No entanto, essa escolha deixa a experiência cansativa e bastante confusa, desvalorizando o que há de mais rico em suas elaborações criativas.

Aqui, os contos brotam da terra…

Há um visível estímulo pela conexão entre os seres humanos e os mais-que-humanos na narrativa do espetáculo Ubuntu. Os elementos da natureza ganham destaque, sendo a terra o primeiro de todos eles. Utilizando pilões como objetos cênicos, para além da musicalidade conferida devido ao modo em que atrizes e atores interagem com os mesmos, eles também mobilizam simbolicamente a preparação do espaço cênico, do encantamento da massa terrosa que se tornaria o palco, criando uma superfície outra para a sustentação de tais histórias. 

Com o decorrer da peça, o uso dos pilões ganha várias formas, significações e representações. Eles são instrumentos musicais, tornam-se arquitetura de algum lugar… Em outro momento, viram bancos e acessório para uma dança. Essa multifuncionalidade aponta para uma elaboração poética: a interligação das coisas que existem no mundo e as suas transformações correntes, o que muito se relaciona com as cosmologias que habitam o palco. 


Como é bonito, como é bonito, cheio de cores, cheio de cores, viva o arco-íris…

Oxumaré é o orixá que rege Ubuntu. Na primeira parte do espetáculo, ele aparece como fenômeno da natureza (o arco-íris) e é chamado por Preta Zambi num momento em que ela e sua irmã não estão se sentindo muito bem, após terem sido excluídas pelas outras flores. Manifestado como arco-íris e cobra, a escolha de materializar Oxumaré em seus dois estados, num mesmo objeto cênico, dialoga com a história do próprio orixá, o que confere camadas simbólicas singulares ao espetáculo.

Após a chamada de Preta Zambi, Oxumaré envia três presenças-pessoas-espectros de África (que são representadas pelas cores do arco-íris, como se houvessem saído de lá ou formassem o próprio fenômeno) para auxiliá-las no momento de fragilidade. Nesse momento, as duas flores-personagens, juntas aos enviados por Oxumaré, percorrem toda a floresta, em busca dos seres encantados que fazem parte dessa jornada: Oxóssi, Ogum, Ibejis, Quianda e Quicimbe. A cada conto, os símbolos deles vão sendo revelados e suas cores vão tomando conta do palco, assim como suas histórias. Vemos, em um momento, a espada de Ogum. No outro, a flecha de Oxóssi (ofá). No próximo, as caldas das duas sereias, suas pérolas e seu leque espelhado. Os atores e atrizes também usam vestimentas dos orixás representando-os.

A água, o alimento, o mar e as árvores vão sendo revelados e interligados às funções dos orixás no mundo, se entrecruzando na narrativa que é movida pelo enigma de Oxumaré. Com muito vislumbre, Preta Ilê e Preta Zambi são convidadas a sentarem ao chão para conhecer a história da criação do universo, encontram todos esses seres encantados, aprendem lições sobre o mundo e se tornam cada vez mais unidas e fortes no decorrer dessa trajetória. O recurso cômico é ativado cenicamente, numa formulação que contrasta com as escolhas de encenação e dramatúrgicas da primeira parte do espetáculo. As personagens se desencontram, ficam com ar de dúvida ou se assustam, mas de forma bem mais descontraída e muito menos caricata.

Aquele povo, aquela paisagem, aqueles corpos dançantes envolvidos pelo som da pele preta, que bate fervorosamente a pele do tambor.

Ávidos pela reconexão com suas raízes africanas, a ancestralidade e o universo dos orixás, os contos africanos não é o único caminho para que se estabeleça a união entre Brasil-África: o espetáculo também é preenchido com um imaginário bastante específico sobre as africanidades. Se, por um lado, a peça infanto-juvenil dá um giro ao buscar a filosofia Ubuntu, por outro, está impregnado de certos discursos que associam diretamente os povos africanos a seres dançantes e ao que comumente se chama por ‘não-civilizado’. 

Palavras como tribo ou frases como essa acima, que nomeia o presente tópico do texto, são utilizadas na peça. Além de corroborarem com alguns estereótipos, a trama reforça certa homogeneidade dentro do continente africano, o que poderia ser contornado dentro da dramaturgia. Se, por exemplo, o espetáculo utilizasse informações (ainda que breves) sobre as comunidades ou povos africanos, deixando um pouco mais evidente suas singularidades para o público, seria mais difícil cair no senso comum.

Operando ainda dentro dessa lógica, a essencialização da raça torna-se terreno fértil para o desenvolvimento da história de Ubuntu. Há um desejo inquestionável de valorização/positivação da negritude que, no entanto, reforça a ideia de pertencimento racial automático das pessoas negras devido à cor da pele e aos seus traços negróides. Essa escolha, que envolve concepções políticas e ideológicas, passa longe das diferenças que afastam e unem as experiências africanas e afro-diaspóricas. Enunciar que essa diversidade existe (como faz a personagem de Brunna Martins quando diz: ah, então quer dizer que vocês são de lugares diferentes, né?) não é suficiente para materializá-la dentro da cena. Então, como elaborá-las para seu público?

O poder da palavra

Nas tradições africanas, a contação de história é um dos principais modos de transmissão e preservação das culturas. A oralidade alimenta memórias, espalha sabedorias e fortalece o sentimento de comunidade. Nas formas de enunciação ou no canto, a palavra é possibilidade de vida: move os tempos, os imaginários, os costumes e as formas de encarar o mundo. 

Ubuntu – uma linda aventura na afrobrasilândia tem um pouco disso em si, sobretudo nas canções e ritmos que compõem o espetáculo, de trilha sonora autoral executada por Hélio Machado e Dinho Dumonte. Sem tentar dar grandes explicações ou lições de moral, ao mesmo tempo que informa e revela sutilmente o universo dos orixás, a trama vai se desenrolando com uma inventividade muito simples, distante de didatismos mirabolantes, daqueles que são vistos comumente em peças para infâncias e juventudes.

No entanto, perde o que poderia ter de mais vigoroso: a fluidez da contação, o poder da palavra, a riqueza de sua plurissignificação. Sufocada em suas potencialidades fabulatórias, em sua capacidade de recriação imagética, sensorial e visual, essa força se perde significativamente com parte dos diálogos de Ubuntu e pela própria estrutura dramatúrgica da peça. Objetos cênicos e roupas coloridas não deveriam ser a terra que sustenta uma narrativa. Ubuntu tem potencial expressivo, mas, devido ao seu excesso de trama e de informação, o espetáculo se torna bastante frágil, além de cansativo por sua longa extensão temporal quase injustificada.

Esse texto foi produzido durante a cobertura crítica do Festival Luz Negra 2021 (Grupo O Poste), realizado na modalidade on-line com incentivo da Lei Aldir Blanc – Pernambuco.

TagsAncestralidadeAndré LourençoBrunna MartinsCenas NegrasClau BarrosFestival Luz NegraGrupo O PosteHalberys MoraisLei Aldir BlancLorenna RochaMonique SampaioNegritudes
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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

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Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

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#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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