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Home›.Tudo›Crítica – É Permitido Chorar | A delicadeza das lágrimas

Crítica – É Permitido Chorar | A delicadeza das lágrimas

Por 4 Parede
25 de novembro de 2019
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Imagem – Élida Nascimento

Por Sophia Motta

Advogada e escritora

Fileira com quatro cadeiras, duas caixinhas de lenços de papel nas extremidades e uma placa com os dizeres: Permitido Chorar Neste Local. Um móvel branco com um jarro de vidro redondo em cima, onde a atriz deposita os lenços de papel usados. Dois focos de luz no chão iluminam a performer, colocando-a em foco e conferindo um tom alaranjado no rosto dela, que a destaca, mas a distancia um pouco do público. Elementos de uma instalação em pleno hall do Centro de Artes e Comunicação (CAC) na Universidade Federal de Pernambuco.

A performance É Permitido Chorar aconteceu no dia 05 de novembro de 2019, integrando a programação da XII Semana de Cênicas (UFPE). Iniciada a ação, a performer Renata Caldas se senta em uma das cadeiras. Em seu rosto, expressão de dor silente e comedida. O que está se passando na mente dela? 

Seu olhar se perde, indefinido, enquanto a plateia a observa com atenção. Mantém-se o foco na atriz. Curiosidade. Silêncio. Como espectadora, pego-me fazendo uma reflexão: Por que escondemos tanto as nossas emoções ao ponto de, secretamente, termos de ter a necessidade de um lugar para extravasar? Qual seria este lugar de catarse?

As lágrimas de Renata surtem um efeito em mim, pois sinto vontade de chegar perto e perguntar o que houve. Pego-me pensando, até que ponto ficamos, como seres humanos, apáticos ao sofrimento silencioso do outro e até que ponto podemos ou não intervir na performance.

As tensões entre o real e o ficcional se confundem. A ilusão criada poderia ser considerada como uma consequência dessa ficcionalidade. Joga-se com os códigos e com a maneira como eles se inserem na obra; pois apesar de se tratar de uma instalação em um ambiente universitário e cotidiano, os elementos como a luz, o fotógrafo, além de sabermos que é uma ação marcada na programação do evento, faz com quem saíbamos que é uma performance.

É possível observar esse jogo, pois em certo ponto da performance pode-se observar que o fotógrafo tira diversas fotos da atriz, mas não se pode afirmar ou não que ele esteja performando. A presença dele me causa sentimentos de intimidação e distanciamento já que, ao assumir que o fotógrafo fizesse parte da performance, interpretei como se a atriz estivesse fazendo uma crítica à super-exposição da imagem da pessoa humana e o fotógrafo representasse as redes sociais e todas as plataformas que lucram com o sofrimento alheio; por este motivo, não me senti confortável em ir até onde estava a atriz e participar daquele momento. Nas palavras de Josette Féral, em Por uma poética da performatividade: o teatro performativo (2008): 

Quanto ao espectador, ele está, assim como o performer, situado na intimidade da ação, absorvido por seu imediatismo ou pelos riscos implicados no jogo (Le Dortoir, de Gilles  Maheu). Mas ele pode também ficar no exterior  da ação, gravar com frieza as ações que se desenrolam diante dele, mantendo um direito  de olhar que permanece exterior, como ele o faz diante de certas performances. Sua maneira de  percepção, portanto, nem sempre implica a absorção na obra. Ele pode também sustentar um direito de olhar que permanece exterior.

No final da performance, aconteceu uma roda de diálogos entre performer e público, onde a atriz contou sobre o seu projeto, desde sua concepção até a chegada ao produto final. Sobre o processo de criação da performance, a performer nos disse que, após algumas experiências nas aulas do mestrado, começou a perceber a materialidade das placas com seus dizeres proibitivos imperativos. “Por que tudo é proibido?”, “O que é permitido e a gente não faz?”, foram alguns de seus questionamentos para o desenvolvimento do conceito para performance.

“(Eu quis) expor os tabus de forma delicada, criticando as proibições e permissões com delicadeza.”

Renata Caldas

É Permitido Chorar convida o espectador a mergulhar em sua introspecção, através do ato de observar o outro em uma situação de vulnerabilidade. A performance nos faz refletir sobre as nossas vulnerabilidades, como um espelho. O ato de chorar, tão humano, tão delicado, tão frágil, mas com um efeito tão avassalador. Uma performance que gera empatia e nos faz refletir sobre os sentimentos e a fragilidade humana.

Este texto é fruto da parceria entre o 4 Parede e a Semana de Cênicas (UFPE), na 1ª edição da ação formativa “Cobertura Crítica”, projeto idealizado e ministrado por Lorenna Rocha e Rodrigo Dourado.

TagsCríticaPerformanceRenata CaldasSemana de Cênicas da UFPESophia MottaUniversidade Federal de Pernambuco
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Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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