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#21 Ruínas ou Reinvenção? | Panapaná e a escrita como dança

Por 4 Parede
10 de dezembro de 2025
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Arte – Rodrigo Sarmento

Por Carolina Amaral
Professora de Roteiro e Dramaturgia para cinema e TV (PUC-RIO). Pesquisadora, roteirista e produtora formada em Cinema (UFF). Doutora e Mestre em Comunicação (UFF) e professora do PPGCINE-UFF

Dançar e escrever

Eu sempre escrevi. Ou melhor, sempre escrevo, mas escrever demorou a se tornar uma atividade profissional. Talvez por insegurança, talvez porque a vida acabou me levando para outros caminhos e a escrita foi se colocando mais como uma necessidade porque simplesmente não era possível não escrever. Na adolescência, escrever diário era a minha maneira de lidar com o mundo, refletir e, ao mesmo tempo, registrar esse período que eu já tinha consciência de que seria fugaz e revelador.

Escrever poesia também era uma necessidade porque era como eu conseguia lidar com sensações e palavras. Mais tarde, escrever críticas porque eu achava que tinha algo a dizer.  E já adulta, escrever artigos porque mostrar o meu olhar para o mundo me parecia importante. E sempre escrever histórias, porque elas habitavam o meu corpo e precisavam sair. Em todas essas situações, sentia que tinha coisas bonitas ou interessantes ou grotescas dentro de mim que precisava mostrar e escrever normalmente era o caminho

Conforme os anos passavam, todas essas escritas que sempre me atravessaram foram rareando a ponto de eu quase perder a necessidade da escrita confessional, do ímpeto lírico, dos artigos, das histórias. A correria da rotina, o esmero excessivo, não há uma razão, fui só pouco a pouco escrevendo menos, abandonei o blog que alimentava com dedicação, abandonei diários e quase abandonei os cadernos. Foi nesse arquipélago quase alagado, como países insulares que ameaçam sumir que a minha escrita foi quase sucumbindo em alguns anos.

E, não achava que o que faltava era material vivido, porque, ao mesmo tempo, vivia as experiências mais radicais como amar de verdade, engravidar, parir, amamentar. Não escrever me pareceu aquele aumento de peso que, por ser gradual e silencioso, ninguém repara, nem mesmo a gente. Me olhava no espelho e me reconhecia nesse corpo, esse corpo com uma gordura a mais de coisas não escritas que não saíam mais.

Se escrever foi uma maneira de me inventar desde a pré-adolescência, dançar era tudo o que eu fazia desde sempre. Antes de tudo, eu era uma criança que dançava. Meu mundo era dançar, minha brincadeira de criança era criar coreografias e fazer outras crianças dançarem. Mas na mesma adolescência, parei de fazer aulas de dança. Algum comentário degradante sobre o modo como eu me movia, me afastou daquela rotina.

Pelo menos, tirou aquela minha entrega total para dança que já naquela idade eu percebia que nunca seria o suficiente, não importa o quanto eu desse de mim, era preciso ser perfeita. Converse com pessoas de dança e elas sempre terão histórias para te contar sobre algum trauma com a dança. Nos filmes, dançar está sempre associado a movimentos leves ou intensos e à capacidade de ser livre. Mas a vida na dança, às vezes, me lembra mais uma rotina militar que um sonho libertador.

E assim, fiquei 25 anos sem dançar. Um dia, numa terapia reichiana, a vontade de dançar veio à tona. A vontade de escrever era sempre uma questão de análise e ainda é, mas dançar nunca. Então, me matriculei naquela que foi minha dança de formação: jazz. O corpo parecia lembrar dos movimentos, das pausas, de como é ser leve e intensa, ainda que enferrujada e sem a liberdade dos filmes. Dançar, muitas vezes, é executar à exaustão uma coreografia. Aprender movimentos e células de movimentos até parecer natural, até entrar no corpo, para poder sair na performance. Voltar a dançar, a me movimentar com graça, a fazer giros no palco, a ensaiar, praticar praticar praticar.

Apesar de exausta, uma parte de mim parecia estar de volta, como uma alma que volta para o corpo. Continuei sem vontade de escrever diários ou poesia ou falar sobre mim como se fosse um outro cheio de véus. Mas tenho pensado sobre ações de dançar e escrever, o que elas têm em comum. O quanto escrever e dançar são sobre criar frases. Frases de palavras e frases de movimento. Karen Pearlman (2012, p. 218) vai refletir sobre a coreografia como a arte de dar forma aos movimentos “reelaborando tempo, espaço e energia em formas e estruturas afetivas”. Muitas vezes, acho que escrever também organiza uma estrutura de afetos dispersos.

 

A escrita a quente

Sergio Rodrigues (2025) fala em dois tipos de escrita: a escrita a quente, que vem como um jorro, um ímpeto, uma necessidade irrefreável, e a escrita a frio, que pensa, para e calcula o que vai no papel. Acho que a dança também pode ser a quente ou a frio: o frenesi da pista ou o movimento treinado e estudado. Tão treinado e estudado que já sai em jorro e a pista morna da coreografia, fácil e pronta.

Assim, habitando a dança e a escrita e, talvez apenas frequentando uma e a outra, que recebi a proposta de compor o grupo multiartístico Panapaná que se define como uma escola de criatividade. A ideia era realizar um musical totalmente improvisado com bailarinos, atores, cantores, músicos, artistas de circo e escritores. Caberia a mim e a outros colegas de naipe improvisar na escrita e para isso teríamos treinos toda semana.

Como na aula de dança, eu agora tinha uma turma para encontrar toda semana. A princípio, era assustador porque desenvolvi um gosto por uma certa solidão de filha única. A escrita, para mim, era muitas vezes um momento de introspecção. Ficar sozinha comigo e me escutar com atenção. A escrita e a dança precisam de escuta, é preciso ouvir atentamente os contratempos, os instrumentos, os acordes que casam com o passo e com as palavras e imagens.

O naipe de escrita e visão lateral do espetáculo – Panapaná no Cinearte UFF em março de 2025 – Fotografias Arthur Waismann

O nome Parapaná, de origem Tupi, se refere ao coletivo de borboletas e descreve onomatopeicamente a sensação/barulho de uma nuvem de borboletas. Inspirado na Teoria do Caos e no aspecto do Efeito Borboleta, o espetáculo celebra o amor, o humor, e o potencial de pequeninas ações para gerar gigantescos impactos.

A proposta é utilizar uma linguagem de sinais para composição ao vivo, na qual um maestro através de gestos propõe parâmetros aos quais os artistas respondem num processo criativo instantâneo, onde gestos mínimos desencadeiam cenas musicais imprevisíveis. Reunindo uma banda, atrizes e atores, um coro cênico, um corpo de baile, artistas plásticos e escritores, são mais de 30 artistas em cena, criando juntos um musical efêmero[1].

A escrita no Panapaná atende aos comandos do maestro, mas também é um processo de escuta do que está acontecendo em cena. Tudo que escrevemos é projetado ao vivo, o público e os outros artistas podem ler acompanhando até o ritmo que o texto vai sendo desenvolvido. Às vezes, partimos da escrita, ainda que não tenha tido nenhum gesto específico do maestro, às vezes, escrevemos a partir do que está acontecendo, seja através da música, dos movimentos, da voz. Às vezes, o que eu escrevo vira cena, letra de música e é preciso escrever ao vivo para que a canção se complete.

Tem sido muito emocionante ver as pessoas lendo minhas palavras e usando em cena, cantando, sapateando, declamando palavras que mal as escrevia na tela projetada, elas já não eram mais minhas. Eu sempre fui desapegada das minhas escritas, sempre quis que fizessem o que quisessem de tudo que escrevo porque uma vez no papel, ou numa tela, a escrita não é mais minha, mas de quem lê. Como diz Paul Zumthor (2007), é o corpo de quem lê que toma posse do texto porque é nele que se realiza a leitura, numa espécie de performance. Zumthor (2007, p. 53) vê o texto poético como “um tecido perfurado de espaços brancos, interstícios a preencher” pelo leitor.

Enquanto os textos que escrevo são dos leitores, as danças que performo, são minhas. Dançar uma coreografia a torna mais minha, eu tomo posse, quando ela chega no meu corpo me pertence eternamente. Leda Maria Martins acredita não ser tão dicotômica a relação oralidade/palavra escrita, uma vez que a inscrição da palavra falada em tradições não eurocêntrica, muitas vezes usa coreografias para grafar o corpo não apenas de ritos e experiências liminares, mas também “uma variedade imensa de formulações e convenções que instalam, fixam, revisam e se disseminam” (Martins, 2021, p.27). O corpo como esse local de memória, como uma partitura, como escrita. Nos seus estudos sobre o Reinados, Congos e Jongos, Martins (idem, p. 23) analisa como a coreografia é também uma forma de escrita do corpo.

Grafar o saber era, sim, sinônimo de uma experiência corporificada, de um saber encorpado, que encontrava nesse corpo em performance seu lugar e ambiente de inscrição. Dançava-se a palavra, cantava-se o gesto, em todo movimento ressoava uma coreografia da voz, uma partitura da dicção, uma pigmentação grafitada da pele, uma sonoridade de cores.

A escrita e a dança se aproximam dessa forma, como grafias de palavras e de movimentos. Toda escrita é um pouco uma escrita de si. No Panapaná, principalmente, a escrita essencialmente a quente, acaba por recorrer à nossa experiência para compor a performance. Num texto, contei que minha filha e eu dávamos nomes às partes do corpo que não tinham nome: entre os olhos, se chama quinoa; atrás do joelho, é canoa. Em outro, revelei que minha cachorra lambe cotovelos.

Esses pedaços de vida se tornam retalhos de história no Panapaná, ilustrações pueris de um cotidiano mágico. Tudo sou eu e, ao mesmo tempo, não me pertencem. Um segundo depois e já estavam sendo encenados pelos atores. São palavras que apenas passam por mim. Sou um caminho, um meio por onde as palavras dançam. Um movimento com ritmo, pausas e narração.

A escrita ao vivo, como venho chamando minha função no grupo, é uma mistura de performance e texto, mas sem as pressões da performance ao vivo, porque só o que se vê são minhas palavras, as pessoas acompanham e aguardam o que vou fazendo num estado de atenção; também não sinto as pressões da escrita, principalmente aquela escrita a frio que calcula, pontua e avalia, porque tudo acontece rápido demais abraçando o risco, a imperfeição, o diálogo.

No grupo, eu nunca escrevo sozinha e quando escrevo sempre é mais interessante perceber o que vão fazer das minhas palavras que uma vez escritas, são dos outros. Numa apresentação em maio de 2025, no Teatro Ziembinski, antes do clímax final, ganharam o centro do palco os bailarinos. No ar, a artista circense. Eu escrevia. O texto, escrito em parceria com Leonardo Bastos seguia assim:

Já imaginou uma bailarina dançando no céu

Uma corda que vem lá de cima, como quem joga um sonho e consegue resposta.

Num tecido que parece cortina de teatro

Um balanço acrobata

para lá, para cá, de cabeça para baixo

É sempre uma ideia genial

Balançar no céu

Vamos fazer um casulo com o tecido e depois criar asas para ir bem longe

às vezes, o próprio casulo é um lugar bem longe dentro do tecido da gente.

Pupa. Eu gosto dessa palavra, fazer uma pupa e depois voar, esse sempre foi o plano.

 

Panapaná no Teatro Ziembinski, maio/2025 – Fotografias Igor Keller instagram: @igorkellerfotografia

Nesse momento, larguei o texto e saí para dançar. Fui dançar minhas palavras improvisando nos movimentos da mesma forma que faço com o texto: compondo a imagem saturada e sensorial desse espetáculo improvisado. Com uma saia muito longa e o movimento de pernas que pareciam asas, pude experimentar uma liberdade da dança próxima daquelas que vemos nos filmes. Mais que dançar coreografias, me encanta dançar palavras. Toda escrita é uma escrita de si, mas de um eu que já não existe mais.

 

Bibliografia

Pearlman, Karen. A edição como coreografia. In: Dança em foco: ensaios contempo râneos de videodança / [organização de Paulo Caldas… et al. – .Rio de Janeiro: Aeroplano, 2012.

Martins, Leda Maria. Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.

RODRIGUES, Sergio. Escrever é humano: como dar vida à sua escrita em tempo de robôs. São Paulo: Companhia das Letras, 2025.

Zumthor, Paul. Performance, recepção, leitura. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

 

Nota de Rodapé

[1] A página oficial do grupo encontra-se AQUI

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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

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#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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