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Crítica – Salmo 91 | ‘Salmo 91’ e o percurso de um diretor

Por 4 Parede
21 de janeiro de 2016
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Imagens – Wilson Lima

Por Bruno Siqueira

 Doutor em Letras (UFPE) e Professor Adjunto do curso de Licenciatura em Teatro (UFPE)

 

Antônio Rodrigues é desses artistas que estimulam pela iniciativa, força de vontade e perseverança no fazer teatral em Recife. Vindo de Garanhuns e começando a participar do teatro profissional recifense em 1998, tornou-se, em 2001, um dos fundadores da Cênicas Cia de Repertório. De lá para cá, produziu e atuou em doze espetáculos, estabeleceu a sede da companhia no bairro do Recife e vem oferecendo cursos de iniciação teatral no Espaço Cênicas, desde 2011. Além disso, tem promovido leituras dramatizadas de textos escritos por autores jovens ou ainda pouco conhecidos. Vê-se se tratar de uma pessoa que faz do teatro uma das razões da existência.

Dos espetáculos montados pela Cênicas Cia de Repertório, o que provocou em mim maior impacto foi As Criadas, de Jean Genet, com encenação de Marcondes Lima e Kleber Lourenço, no ano de 2006. Mas percebo que, dos que foram dirigidos pelo próprio Antônio Rodrigues, Salmo 91 está sendo o que marca uma nova fase na vida do grupo e do diretor. Explico-me. Nesse espetáculo, Antônio dá mostras de um maior amadurecimento enquanto encenador, de uma maior sensibilidade no uso do espaço e de uma maior habilidade no agenciamento de signos que compõem a estética da cena.

A dramaturgia é assinada por Dib Carneiro Neto, que adaptou para o teatro o best seller de Dráuzio Varella, Estação Carandiru. Constituída de monólogos, a peça alinhava histórias contadas por dez detentos da extinta penitenciária de Carandiru, cenário onde ocorreu a chacina de 111 presos pelas forças armadas paulistanas, segundo dados oficiais. Dib Carneiro Neto potencializa em seu texto o drama dessas personagens, já latente na obra de Varela. Os detentos falam da miséria de suas próprias vidas, revelando detalhes do cotidiano no maior edifício carcerário brasileiro à época.

Em que pese a aclamada recepção do público, o espetáculo de Antônio Rodrigues me suscitou algumas questões que trago à luz a fim de provocar o artista, uma vez que desejo do grupo o crescimento e uma maior expansão. Em primeiro lugar, a mim incomodou o traço melodramático que o encenador conferiu à cena, intensificado, sobretudo, pela sonoplastia e pelo desenho de luz. Reconhecemos que o melodrama é um dos componentes marcantes de nossa cultura, mas sabemos também que a leitura melodramática da realidade tende a simplificar questões de maior complexidade. Enquanto entretenimento, por um lado, o melodrama é um dos recursos populares de que dispomos na criação e ampliação de espaços do imaginário. Por outro lado, fornece balizas para que o espectador encontre, por meio das emoções em abundância, “um guia no plano da moralidade, um mundo que ainda tem espaço para reconciliações”, nas palavras de Ismail Xavier. Ou seja, ainda que esteja entranhada em nosso “sangue latino”, a perspectiva melodramática não dá conta da complexidade de algumas discussões, como as contradições humanas e nosso sistema penitenciário, por exemplo. Não me pareceu que, em Salmo 91, o melodrama tivesse sido proposital na criação do conceito do espetáculo. Pelo contrário, compreendo que ele se tornou sobressalente no propósito do encenador em fazer com que o público se identificasse emocionalmente com aquela realidade representada em cena. Identificação pelo transbordamento.

Em segundo lugar – e ainda relacionada ao primeiro –, vem a dramaturgia atoral. Concordo muitíssimo com Moisés Neto quando diz que o Salmo 91 foi “interpretado com sangue e garra por uma gente que tem no corpo e na alma vontade de gritar com dor pelo AMOR”. De fato, há nos atores um empenho em fazer o seu melhor. Todos estão muito envolvidos com o trabalho, demonstrando engajamento através da arte. Porém, o resultado me fez lembrar de uma consideração feita por Eugenio Barba em seu livro Além das Ilhas Flutuantes, a qual transcrevo aqui: “Todos vimos espetáculos nos quais os atores atuam em um turbilhão físico incontrolado – o que chamam de espontaneidade – com gritos angustiantes e movimentos compulsivos. No momento em que tentam expressar seu ser total, desfazem-se num nada informe. Embora as aspirações de tal teatro sejam respeitáveis, esta forma de comunicação não traz à luz nenhuma nova consciência articulada de nós mesmos. Tudo se desenvolve em um caos biológico, na impotência”. No Salmo 91, há muita energia informe, desperdiçada em gritos e num “turbilhão físico incontrolado”. Se por uma lado esse trabalho de ator contribui para uma estética melodramática, por outro nos distancia da complexidade das personagens pela concessão feita ao sentimentalismo epidérmico.

As questões que levanto, tanto uma quanto outra, me levaram a crer que Salmo 91 findou por apostar mais na beleza superficial, nos efeitos estéticos (músicas bonitas, luz bonita, expressões bonitas de dor e desespero, cada qual separadamente), do que nas camadas mais sutis do drama e, por extensão, do trabalho dos atores, o que conferiria à encenação uma profundidade mais orgânica. Antônio Rodrigues e a Cênicas Cia de Repertório estão construindo seu caminho, numa busca incessante. Como eu sei que o artista não vai se acomodar ao sucesso de público que vem tendo seu Salmo 91, desejo ver o amadurecimento do espetáculo e as novas conquistas que a companhia virá a ter em seu futuro promissor.

TagsAntonio RodriguesBruno SiqueiraCênicas Cia de RepertorioSalmo 91
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Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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