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Crítica – A Engrenagem que Nos Move | Deixa eu te contar a história da engrenagem que ganhou VIDA!

Por 4 Parede
29 de abril de 2025
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Por  João Marcos 

Recife, 11 de outubro de 2024 

Querida Roberta Ramos, 

No mês passado, tive a incrível oportunidade de assistir ao espetáculo A Engrenagem que Nos Move (2024), apresentado pelo Raio de Sol, que é um grupo de quadrilha estilizada lá de Olinda (tu conheces?). Eu preciso compartilhar essa experiência contigo. Foi uma noite cheia de emoção, inovação e energia, que transformou a tradicional dança de quadrilha em algo verdadeiramente avassalador e cheio de simbolismo, mas só tive tempo de te escrever agora (não fica chateada). 

E se eu te contar que o espetáculo gira em torno de uma metáfora poderosa: a vida como uma engrenagem, em que cada um de nós tem seu papel, mas, ao mesmo tempo, está preso às estruturas sociais que nos moldam e limitam, como sempre né? tem que existir isso não sei para quê. O uso da quadrilha tradicional foi de uma criatividade impressionante, mas o que mais me surpreendeu foi como a coreografia elevou a dança a outro nível. Os passos rápidos, precisos e cheios de vigor, misturados com elementos inovadores, tornaram cada movimento algo para se admirar (me arrepiei todo aqui só de lembrar). 

O ponto alto do espetáculo, sem dúvida, foi o solo do Rei e da Rainha. O carisma e a força desse casal na quadra foram arrebatadores, suas coreografias expressavam não apenas o poder que eles exercem sobre os outros personagens, mas também a luta interna para manter essa engrenagem em funcionamento, e como funcionam! A química entre eles foi palpável, e a dança dos dois trouxe um magnetismo impressionante.

Outra cena que me marcou profundamente foi a participação de Matheus, o dançarino cadeirante, que fez parte do grupo do cangaço. Sua presença na quadra foi um exemplo de inclusão e superação, e sua performance junto ao cangaço foi um dos momentos mais marcantes desse espetáculo. Ele demonstrou que as limitações físicas não são barreiras para a expressão artística. A maneira como ele interagia com a cadeira, e como a dança foi adaptada para seus movimentos, me emocionou profundamente. 

A personagem Glorinha, a vilã da história, trouxe um contraste interessante. Sempre implicando com Lindinha, a noiva, ela personificava a inveja, elemento esse que serve de combustível para as engrenagens do espetáculo. Por um momento penso que ela não deveria desligar a engrenagem já que a mesma faz parte da mesa de bonecos, mas suas interações, sempre carregadas de tensão e desdém, tornaram a narrativa ainda mais cativante. “Já que é assim…” né, Glorinha? 

Outro momento de destaque foi a criação da “engrenagem humana”, em que os dançarinos formaram uma estrutura simbólica que representava o funcionamento dos bonecos e o esforço coletivo de manter tudo em movimento. Esse ato foi o ápice da noite, tanto visual quanto emocionalmente. Ver os dançarinos se unirem em uma formação tão precisa e detalhada foi algo de tirar o fôlego, me fazendo recordar de minha infância quando chegava o caminhão carregado de bonecos de mesa com as suas engrenagens lá no meu interior… Todas as noites durante uma ou duas semanas, eles abriam e cobravam (naquela época 50 centavos) para as pessoas entrarem e assistirem aos bonecos se mexerem. Era lindo, visse!? (eita que tempo tão bom!)… 

Por fim, vale destacar o figurino dos componentes, inspirado nos bonecos dos mestres Bibiu e Saúba, de Carpina, que trouxeram um toque de arte popular e regionalismo ao espetáculo. Cada dançarino parecia uma peça viva dessas figuras emblemáticas, trazendo um pouco da alma do artesanato para a quadra, conectando a história da quadrilha com as raízes da cultura pernambucana. E, ainda te digo mais: não só foram os figurinos inspirados nos mestres, mas sim todo o espetáculo. Ele conta toda a história em cima desses bonecos de mesa dos mestres. Que história tão cativante! Sem falar o marcado (oxe nem se fala!): o homem ali interpretou o Mestre Carpina o ‘Criador desses bonecos’ que fez esse trabalho com uma excelência inexplicável.

Sem dúvidas, A Engrenagem que nos Move foi um espetáculo que mesclou a tradição com inovação, refletindo sobre as pressões sociais que enfrentamos enquanto celebramos nossa identidade cultural. Se você tiver a chance de ver, não perca essa oportunidade! Inclusive eles vão dançar dia 09 de dezembro lá no Teatro Luiz Mendonça, cuida e corre pra num perder essa história. 

Com muito carinho, 

João Marcos

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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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