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Home›.Tudo›Crítica – Á Un Endroit du Début | Corpo, memória e resistência em Germaine Acogny

Crítica – Á Un Endroit du Début | Corpo, memória e resistência em Germaine Acogny

Por 4 Parede
18 de novembro de 2025
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Imagem – Thomas Dorn

Por Aline Sofia Ivo e Sofia Barros

A 26 de Outubro de 2025, durante a 28° edição do Festival Internacional de Dança de Recife, o público do Teatro de Santa Isabel, realizou um mergulho na obra coreográfica À Un Endroit du Début (Em um lugar desde o começo – tradução nossa). Através de uma abordagem potente, a dançarina e coreógrafa senegalesa Germaine Acogny, em colaboração com o diretor Mikael Serre, apresentou um espetáculo de dança que traça uma analogia entre a tragédia grega Medeia e sua vivência ancestral africana.

Antes de nos aprofundarmos na obra de Germaine Acogny, é importante reconhecer que cada criação sua está intrinsecamente ligada à sua história e bagagem. Isso explica porque ela é considerada a “mãe da dança africana contemporânea” – expressão citada pela própria artista em seu perfil na rede social. A partir de sua formação artística, acadêmica e educacional, Acogny desenvolveu uma técnica própria que une elementos da dança moderna ocidental. Em suas obras, inclusive na que se analisa neste momento, é possível perceber uma constante abordagem de temas como ancestralidade, identidade africana, espiritualidade e força feminina. Com isso em mente, podemos partir para os elementos visuais e cenográficos que nos foram apresentados.

Ao adentrar no teatro, nos deparamos com o cenário composto por uma espécie de elásticos partidos em tiras no centro do palco que servem para projeções e também para a delimitação de espaço, tornando assim, o ambiente, um cenário incomum, porém bastante instigante e interessante. No início da cena, o tecido recebe a projeção, no canto direito, de um homem uniformizado. Ao direcionarmos nosso olhar para o chão avistamos um livro e uma almofada de tamanhos bem maiores que o normal, além de uma vela acessa.

A performance inicia com a bailarina entrando no palco e apagando a vela. Em seguida, pega em suas mãos o livro, olha por alguns instantes e o devolve para o chão, iniciando movimentações de interação com os demais elementos cenográficos, através de ações circulares com os membros superiores. A presença desses objetos na cena remete a algo muito mais significativo do que apenas coisas espalhadas pelo espaço, eles carregam uma história de algo ou alguém que posteriormente seria esclarecido e entendido como uma representação de seu pai, mãe e avó.

No decorrer do espetáculo, a intérprete realiza uma analogia das palavras proféticas de sua avó, Aloopho, com o sofrimento de Medeia. A bailarina então, dialoga com o pai, mãe e avó por meio de frases, narradas em francês e traduzidas para o portugues por meio de uma projeção localizado no plano alto do palco, porém um destaque a esse fato é que o entendimento completo das cenas foi comprometido em determinadas partes devido ao atraso da transcrição, além de desviar um pouco a concentração do público que precisava olhar acima para ler a legenda.

A partir do nosso olhar, diversas pautas são levantadas durante a performance. A questão de gênero e de abandono parental, que está relacionada a padrões de comportamento do pai refletidos no comportamento da intérprete e a relação de poder que o gênero masculino frequentemente exerce sobre as mulheres.

A performance aborda questões raciais e religiosas ao expor o pai que abandona sua religião em busca de embranquecimento, levando a filha a frequentar a igreja e a passar farinha no rosto para sentir que pertence àquele ambiente. Nesse contexto, destaca-se o diálogo com a avó, que repete “pare de passar farinha no rosto”, enquanto a neta responde “estou ficando bonita para ver Deus”. A obra também traz reflexões sobre imigração e xenofobia, representadas pela bailarina ao vestir uma blusa com as frases “Welcome to Europe” na frente e “Now go home” nas costas. Por fim, o enunciado “A gente sabe onde nasce, mas não sabe onde morre” reforça de forma simbólica e intensa as temáticas apresentadas.

A obra coreográfica promoveu a imersão do público, destacando-se pelo cenário elaborado, pela analogia com a tragédia Medeia e pela presença marcante da ancestralidade de Acogny. A dança revelou profundidade por meio de ações repetitivas que refletiam e enfatizavam vivências da artista e através do diálogo estabelecido virtualmente com das projeções cênicas. Outro ponto relevante é a maestria da intérprete na manutenção da atenção da plateia durante todo o solo, cerca de uma hora, sem torná-lo monótono, evidenciando a força e a grandiosidade de sua performance.

Crítica produzida em parceria com a disciplina Dramaturgia e Apreciação Crítica em Dança – Docente: Francini Barros Pontes | CAC | UFPE

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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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