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Home›.Tudo›“… a vida real está saturada de teatralidade…” – Entrevista | Teatro de Fronteira

“… a vida real está saturada de teatralidade…” – Entrevista | Teatro de Fronteira

Por 4 Parede
29 de abril de 2015
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O Teatro de Fronteira (acessa fanpage AQUI) vem se tornando um dos grupos pernambucanos com trabalhos cada vez mais frequentes e apoiados em pesquisas contínuas relacionadas justamente à fronteiras entre as artes da cena e outras formas de representação. Atualmente, o diretor Rodrigo Dourado continua em temporada com o autobiográfico e divertidissímo Na Beira (leia mais AQUI) e abriu uma fresta na agenda para conversar um pouco conosco sobre os temas que motivam o grupo e seus processos criativos.

Entrevista – Márcio Andrade

 

Interessante como “Na Beira” mescla dois movimentos que vem se tornando cada vez mais comuns no teatro que vemos atualmente: a questão da autobiografia e do espaço domiciliar como palco. Como surgiu o interesse em realizar um espetáculo com esta miscelânea?

Rodrigo Dourado: A pesquisa do Teatro de Fronteira com o teatro documentário começou em 2006, com uma cena curta, que teve uma única apresentação, chamada “Pizza Coca e Crime: o dia em que Pai Ubu Marcola cagou no Brasil”, construída a partir de uma entrevista de Marcola, líder do PCC Paulista, uma facção criminosa. Na verdade, tratava-se de um depoimento dele a uma CPI que investigava o crime organizado, transcrito e publicado pela Revista Caros Amigos. Aquele depoimento me causou tamanha impressão, pelo flagrante disparate que era a lucidez do criminoso sobre a realidade brasileira em contraponto à ignorância dos políticos que o inquiriam, de maneira que imediatamente decidi levar o material para a cena. Recriado de forma satírica e paródica junto aos atores Greyce Braga e Marconi Bispo.

Somente em 2012, começamos a mexer com a memória e a autobiografia no espetáculo “Olivier e Lili: uma história de amor em 900 frases”, em que se mesclavam as narrativas da dramaturgia original (“Les Drôles”, de Elizabeth Mazev) com as histórias de vida dos atores (Fátima Pontes e Leidson Ferraz). Esse último trabalho era uma coisa muito viva, as pessoas saíam muito mexidas, nos cumprimentavam e agradeciam por compartilhar aquelas memórias e permitir que elas também as revivessem. Eram narrativas da intimidade, que, no entanto, tinham um apelo muito coletivo.

Plínio Maciel, amigo-ator de longa data, foi ver a peça e nos convidou para um jantar (que nunca aconteceu! – risos), mas sempre que me encontrava, recuperava a memória da peça. Eu já vinha observando Plínio nos encontros de amigos, nas mesas de bar, a capacidade de ele mobilizar a atenção com suas histórias. No entanto, Plínio era um ator que estava totalmente afastado dos palcos, porque não havia uma proposta que abarcasse essa capacidade natural de ser um contador de histórias que ele tem. Tudo era muito formal, engessado, muita dramaturgia, muita composição de personagem, muito método. E isso não tem nada a ver com Plínio e tem cada vez menos a ver comigo. Então, quando ele me disse que gostaria muito de voltar à cena fazendo algo parecido com “Olivier e Lili…”, eu respondi: só se for contando suas histórias.

Coincidentemente, Plínio e eu estávamos envolvidos de cabeça no movimento de Teatro em Casa. Ele como diretor-assistente do projeto Teatro de Quinta e eu com outros solos em minha casa. Então, imediatamente, surgiu a idéia de fazermos algo sobre ele e na casa dele, que é um verdadeiro museu, tamanho é o apreço e o carinho que Plínio tem com sua memória. Assim, nasceu “Na Beira”.

Como funcionou a escolha das histórias e anedotas que se tornariam o espetáculo? E como foi o processo de transformar uma memória bruta em uma representação narrativa/dramática?

RD: No começo, não sabíamos para onde caminhar e eu adoro processos sem metodologia prévia, em que a metodologia vai sendo descoberta no fazer. Então, nos encontrávamos e ele ia contando algumas histórias, mostrando coisas. Eu pedi que selecionasse as melhores histórias para ir me contando e nossos encontros eram isso, eu a ouvir as histórias de Plínio. Sempre pensando em como teatralizá-las, torná-las ação. Mas havia um jeito de contar, com sutis esboços de personagem e ação, que já era muito interessante e espontâneo. Nisso, não mexi muito, apenas provoquei-o a achar cada vez mais essa teatralidade instintiva.

Algumas histórias eram muito longas, outras não tão interessantes, outras rápidas demais e fomos, juntos, fazendo a seleção dos melhores “causos”. Com alguma dificuldade, porque eu era a única platéia que ele tinha e um “causo” contado uma vez, não tem o mesmo efeito quando contado pela décima. Uma única história, a que encerra o trabalho, sabíamos que teria de entrar porque era o carro-chefe dele. À medida que ele abria o baú de histórias, os objetos que o ajudavam a recuperar esta memória foram saindo dos baús também: fotografias, roupas da infância, souvenirs. Era tudo tão bem cuidado e tão imantado de memória e afeto, que imediatamente os transformamos em objetos de cena. Por fim, meu grande desafio era encontrar uma forma performática para justificar aquele derramamento de memória. Como chamar a platéia, como agregá-la, como torná-la elemento do jogo? Porque, do contrário, fica uma coisa confessional apenas. E a chave era muito simples, embora tenha sido difícil achá-la: Plínio costuma contar essas histórias nos encontros de amigos e é uma espécie de elemento de socialização dele para fazer novos amigos, abrir-se logo, ganhar as pessoas pelo riso.

De forma que reproduzimos este ambiente, de uma recepção em casa, com boa comida, bebida gelada e um ambiente sem grandes formalizações teatrais, sem divisões rígidas de espaço, de tempo, sem pirofagias. E o jogo começa sem que a platéia sequer perceba e, aos poucos, a performatividade está instalada, mas de maneira improvisada, casual, aberta ao incerto. Enfim, tem-se um jogo, com algumas regras, mas sem grandes amarrações e ao sabor da incerteza.

A dramaturgia do espetáculo brinca com o acaso e o improviso quando propõe um jogo com os monóculos e as cartas, em que o público termina escolhendo a ordem em que as histórias são contadas. Como funciona este exercício para o a(u)tor? Existem elementos de memória que ficam de fora ou que surgem repentinamente a cada apresentação?

RD: Sim, existem. Não há um texto, mas somente um roteiro, que foi sendo construído aos poucos a cada apresentação. Plínio lembrava de um detalhe, queria acrescentar uma coisa, trazia mais um objeto, abria outras janelas nas histórias. Agora, estamos numa etapa em que as histórias estão mais fechadas, ele sabe melhor como abri-las e como fechá-las, sem se perder. De toda forma, são tantas camadas de memória, que é preciso considerar a memória da própria cena: “agora tenho de fazer isso, agora aquilo, agora ponho o disco, agora pego o objeto, agora coloco um elemento de figurino”. E para ele é uma maratona, lidar com a memória das histórias, com a memória da cena, receber as pessoas na própria casa, preocupar-se em recebê-las bem.

Você imagine: houve um espetáculo em que uma senhora passou mal e tivemos de parar a cena para levá-la até o quarto e colocá-la na cama e, mais à frente, Plínio perguntava: “como é que ela está? Dá uma olhada lá no quarto, Rodrigo”. Às vezes, alguém pergunta: “onde está o abridor de cerveja?” Ele responde: “ali na gaveta tal”. Então, é uma memória prodigiosa e um desafio grande. A maneira como o jogo é construído também faz a dramaturgia se moldar a cada grupo, afinal, as mãos que escolhem as histórias são nossos guias. Imagine que já fizemos a peça para duas famílias que haviam perdido, pouco tempo antes, entes queridos e convocaram o “Na Beira” como momento de divertimento e encontro. Nesses dias, uma das histórias – que remete a uma passagem num cemitério – foi deixada por nós – inadvertidamente – entre as possíveis histórias, mas por força de Dionísio nenhuma mão a escolheu, porque teria sido um desastre. Agora, estamos mais atentos!

O Teatro de Fronteira, de Olivier e Lili e passando pelos solos SoloDiva e Complexo de Cumbuca, vem investindo cada vez mais no desvelamento do espaço de intimidade das pessoas que criam o espetáculo. Como este tema vem parecendo se tornar um tema de pesquisa para o grupo e que outras reverberações vocês pretendem desenvolver?

RD: Talvez porque eu seja jornalista e tenha esse interesse pelas histórias de vida mais comuns… E também porque está dando certo (risos). Sim, trabalhamos nestas frentes: do biodrama, do documental, do autobiográfico, do teatro contaminado pela performance, do interesse pelos estratos subalternos, pelas histórias de vida invisíveis, pelas memórias silenciadas, pela dramaturgia contemporânea. Há quem diga que eu adoro um “esquisito” e eu adoro mesmo! (risos) Agora, caminhamos para a manutenção dos três solos: “SoloDiva”, “Complexo de Cumbuca” e “Na Beira”. Estão disponíveis para rodar, é o nosso projeto “Roda Teatro na Minha Casa”. Quem tiver interesse em receber um dos solos em seu espaço domiciliar, pode nos contactar que negociamos. Haverá ainda uma colaboração com a Trupe Circus, da Escola PE de Circo, numa pesquisa envolvendo circo / teatro / biodrama e que resultará num espetáculo. Realizaremos, junto com os grupos que integram o Movimento de Teatro Domiciliar na cidade, a I Mostra de Teatro em Casa, no mês de agosto.

Montaremos em 2015 / 2016, o espetáculo “O Caso Laramie”, que recebeu uma leitura dramática ano passado. É uma tradução nossa para um texto documental americano sobre um crime de ódio contra um jovem homossexual. Ainda este ano, realizaremos um Curso de Iniciação à Performance, com apoio de Funcultura. E realizaremos o projeto “Roda Teatro: Experimentos Ocultos”, que levará um grupos de espectadores para a casa de um artista da cidade (sem quem a platéia saiba de quem se trata) e esta pessoa oferecerá uma performance envolvendo sua vida/casa e sua arte. Temos grandes nomes escalados para esse último projeto, vai ser uma lindeza. Enfim, coisa para caramba!

O que vocês acham sobre este nosso interesse contemporâneo por narrativas que revelem mais estes “efeitos de real” do que as tradicionais narrativas ficcionais? Vocês acham que vivemos uma saturação das imagens artificiais?

 

RD: Vivemos. Há uma grande discussão sobre o conceito de teatralidade, mas basta dizer que, desde Platão, a teatralidade é vista com desconfiança, porque é sinônimo de “inverdade”, “falsidade”. Então, no contemporâneo, confirmamos a hipótese de que a vida real já é um grande teatro, está saturada de teatralidade. E parece que o teatro, então, está tentando se aproximar da vida, trazê-la em estado quase bruto para a cena, como se o teatro buscasse a realidade e a realidade se assumisse cada vez mais teatralizada. Grande paradoxo. Mas não se trata de um novo realismo, porque aqui o objetivo não é imitar o real. Trata-se de enquadrar o real artisticamente, achar a poesia nele, a metáfora nele, a dramaturgia nele, a personagem nele. Isso passa também pela relação do teatro com o cinema e a televisão, pois esses últimos produzem efeitos de realidade muito potentes, então se tornou até algo patético o teatro realista, ilusionista. Então, o que restou ao teatro: afirmar seu caráter diferenciado de encontro entre seres humanos, caráter próprio das artes da cena, também chamadas – não por acaso – de artes da presença.

Valorizar o encontro é valorizar o ser humano e, então, essa camada ficcional, da personagem de papel, distante, enquadrada no palco italiano, ela foi sendo abolida. Isso é um débito grande do teatro com a performance: se estamos aqui no mesmo espaço/tempo, eu e você, o que podemos fazer desse encontro? Vamos contar uma história ficcional sobre alguém distante de nós ou vamos nos conhecer melhor? Claro que a resposta é: vamos nos conhecer melhor! Além disso, há um interesse crescente pelas micro-histórias, pelas narrativas da intimidade, estimulado certamente pelas novas tecnologias, que permitem o acesso fácil ao ambiente íntimo, mas também por um cansaço e uma desilusão grandes diante das macro-histórias, das histórias oficiais. O Richard Schechner, pai dos estudos da Performance, fala isso: nossos dramaturgos não são mais Shakespeare ou Molière, mas a CNN e os telejornais. Eles nos contam as grandes histórias do mundo e o elemento humano, íntimo, micro, aparece para construir identificação e afetividade. Então, o teatro sofreu todos esses impactos e agora caminha por essa estrada incerta do documental.

TagsDocumentárioEntrevistaPerformanceRodrigo DouradoTeatro de Fronteira
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A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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