‘Círculos que Não se Fecham…’ reestreia na Escola Pernambucana de Circo
Imagens – Divulgação
A juventude com seus sonhos, rotinas, dramas e conflitos. Este é o tema do espetáculo Círculos que não se Fecham… Fragmentos, que a Trupe Circus, da Escola Pernambucana de Circo, estreia, em sua sede, no bairro da Macaxeira, no dia 17 de novembro, às 19h30. Neste primeiro dia, a apresentação é destinada a alunos da instituição. A peça ficará em cartaz para o público nos dias 18, 25 de novembro e dia 02 de dezembro, no mesmo horário, com entrada gratuita. Ao final de cada apresentação, haverá uma rodada de debates. Círculos possui patrocínio do Funcultura, dentro do Projeto de manutenção da Trupe Circus – caminhos de descobertas da dramaturgia circense contemporânea – aprovado em 2015 e que está começando a ser finalizado agora com estas apresentações. O projeto terá continuidade em março de 2017 com as encenações dos outros espetáculos do repertório da Trupe.
A encenação é uma releitura do Círculos – Experimento nº. 1 e, assim como o anterior, também propõe pensar a juventude contemporânea e tornar relevantes seus espaços, pensamentos, ideias e práticas. Em cena, cabem questões que apontam para uma realidade assombrosa: o que leva um jovem a agredir, matar, destruir suas vidas sem ter uma perspectiva de futuro e, com isso, seguir por caminhos tão obscuros? O que esses jovens com essas atitudes querem dizer, gritar, serem vistos, ouvidos? Por quem? O espetáculo busca envolver o público num turbilhão de emoções a partir das experiências de vida de cada um desses jovens que estão em cena, representando a si mesmos e aos seus pares.
Circulos que não se fecham…Fragmentos tem extraído do espetáculo Experimento nº 1 as partes/números que nesse momento gritam mais aos corações dos jovens da Trupe Circus e que dialoga com o que eles pretendem falar, gritar, dizer, trazer à cena, nesse momento específico político do país. São necessidades prementes de vozes e corações que querem ser ouvidos e encontrar eco no público para depois, após cada espetáculo, haver um debate sobre os temas abordados no espetáculo e que fazem parte da realidade das juventudes do Brasil.
Segundo a coordenadora da Escola Pernambucana de Circo, Fátima Pontes, o objetivo é chamar a atenção de que é preciso considerar estes jovens como agentes transformadores na sua comunidade, cidade e no País, como seres sociais que estão além do dito popular: “a juventude é o futuro”. Que o porvir se faz no presente, e que eles precisam ser considerados como seres humanos que não podem virar apenas estatísticas de uma violência urbana contemporânea. “É preciso dar credibilidade aos caminhos que eles trilham. Precisamos ser parceiros, amigos, estarmos atentos e fortes nesse caminho que se faz no caminhar, afinal ‘um passo à frente e você já não está mais no mesmo lugar’. Parafraseando as canções que fazem parte do espetáculo “é preciso saber viver” porque ‘desde o começo do mundo que o homem sonha com a paz, ela está dentro dele mesmo, ele tem a paz e não sabe. É só fechar os olhos e olhar para dentro de si mesmo’ “, afirma.
Círculos que Não se Fecham… Fragmentos não procura trazer respostas, é uma pergunta em aberto: Como será o amanhã? Responda quem puder! Como vai ser o meu destino? Assim, buscando levantar questões que angustiam as pessoas todos dias como as estatísticas de mortes trágicas de jovens, principalmente negros e das periferias da cidade, a encenação provoca os sentidos e a reflexão dos espectadores sobre esta realidade. “Há a violência, sim, mas também a poesia, a alegria da juventude, o prazer de estar em grupo, de fazer o que se gosta, os sonhos de um mundo melhor, mais humano. É a juventude vista não apenas pela ótica da “incapacidade”, da “marginalidade”, mas sim, e principalmente, pela percepção, confiança em suas potencialidades, capacidades, talentos, alegria de viver e realizar seus sonhos de vida”, finaliza Fátima.