Grupo TOTEM realiza demonstração pública
Rito Ancestral Corpo Contemporâneo em nova fase
Depois de realizar a primeira demonstração pública da pesquisa “Rito Ancestral Corpo Contemporâneo”, o Grupo Totem entra em nova fase do processo. Após visitar os povos Xucuru [Pesqueira] e Kapinawá [Buíque], é chegado o momento de realizar a segunda apresentação da pesquisa, ainda em fase de working progress cênico.
A segunda demonstração, que trará desdobramentos das vivências junto aos dois últimos povos indígenas visitados, acontece no sábado (05/03), às 19h, no Centro de Cultura Luiz Freire. “Vamos fazer um verdadeiro laboratório aberto e prático, para que as pessoas entendam como nós trabalhamos. Queremos um formato mas dialogal do que a outra, que foi mais apresentação”, explica a integrante do Totem, Taína Veríssimo, .
Para tornar este segundo momento mais dialógico com o público, o grupo proporá conversas e falas que exponham o que tem sido gestado no encontros. A ideia é que a nóite do sábado seja compartimentada em dois momentos, um de diálogo e outro de prática, integrando o público presente. “Queremos apresentar melhor o nosso processo de criação interna a partir das vivências externas. Haverá momentos advindos de nossa experiência com a força da juremas sagrada e outras bebidas mágicas que estamos usando nos laboratórios”, complementa Taína.
PRIMEIRA DEMONSTRAÇÃo PÚBLICA
Em caráter de apresentação pública, a vivência aconteceu no dia 30 de novembro de 2015, dentro da programação da XVI Mostra de Artes Cênicas A Porta Aberta da Escola Municipal de Arte João Pernambuco, no bairro da Várzea. O grupo trouxe as experimentações e os movimentos resultantes de laboratórios realizados após a visita ao povo Pankararu, localizado no município de Tacaratu, no Sertão Pernambucano.
O PROJETO
A pesquisa “Rito Ancestral Corpo Contemporâneo”, que conta com incentivo do FUNCULTURA, iniciou no segundo semestre de 2015 e segue até o início de 2016. Para vivenciar experiências ritualísticas, o Grupo TOTEM visitou três povos indígenas pernambucanos, os PanKararu, os Xucuru e os Kapinawá, onde realizaram intercâmbios culturais, perpassados por trocas rituais, performáticas e espirituais. Resultantes do processo, estão previstas duas demonstrações públicas e uma performance final fruto de toda a investigação corporal-expressiva-ritual.
O PROCESSO
Em agosto de 2015, o grupo fez uma visita ao Povo Pankararu, no município de Tacaratu. O primeiro ritual vivenciado com os indígenas foi o ‘Menino do Rancho’. Através dessa residência, foi possível perceber o corpo em ritual. Em um ato único encontram-se a dança, a performance, o teatro, o ritual, em gestos, postura, olhar e canto, uma poética ritual em total consonância com a tradição indígena.
Em janeiro de 2016, o Totem foi à Pesqueira para vivenciar o ritual de Dia de Reis do povo Xucuru, que representa a abertura do ano para eles. Além de buscar a essência corpóreo-cênica presente nas manifestações desses índios, o grupo conheceu de perto a história de luta e resistência dos Xucurus, junto ao episódio que marcou a morte do cacique Xicão. Também ficou perceptível a batalha deles por políticas públicas e pela demarcação das terras na qual vivem atualmente.
A visita aos Kapinawás, localizado perto do município de Buíque, revelou um toré e uma sambada de coco bastante peculiares a esse povo. Lá, o grupo visitou a furna sagrada e percebeu a forte ligação que esses indígenas possuem junto aos encantados.
Através dessa imersão, o grupo voltou às raízes do teatro, que se conecta com o ritual, segundo o pensamento do dramaturgo Antonin Artaud. “Acreditamos na transformação do humano através da arte e do teatro. No Totem, há uma experiência sensitiva e subjetiva, trabalhamos muito com os simbolismos”, conta Taína Veríssimo.
Além das visitas aos povos indígenas pernambucanos, o grupo realizou estudos de performance e antropologia, a partir de autores como Richard Schechner e Cassiano Sydow Quilici, e laboratórios vivenciais, nos quais cada membro buscou símbolos de poder a partir das indumentárias, pinturas corporais, gestos, movimentos e vínculo espiritual pertencentes ao ritual destes índios. Os laboratórios ritualísticos contaram com técnicas de relaxamento, respiração, interação com os sentidos, experiências corporais com os elementos da natureza (água, terra, ar e água) e pintura corporal.
Tendo o teatro de Antonin Artaud, espécie de guia espiritual, e nesta pesquisa, a performer americana Meredith Monk, entre as principais referências, o Totem também realiza um potente trabalho de corpo e voz com o bailarino e performer Conrado Falbo.
O que? 2ª Demonstração da pesquisa “Rito Ancestral Corpo Contemporâneo”
Quando? Sábado (05/03), às 19h
Onde? Centro de Cultura Luiz Freire [Rua 27 de Janeiro, 181, Carmo, Olinda]
Entrada livre
http://grupototemrecife.blogspot.com.br/
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