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Home›.Tudo›#09 Queer | Corpo (hetero)(u)tópico do Jesus, Rainha do Céu

#09 Queer | Corpo (hetero)(u)tópico do Jesus, Rainha do Céu

Por 4 Parede
15 de junho de 2018
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Imagem – Lígia Jardim

Por Bruno Siqueira
Doutor em Letras (UFPE) e Professor da Licenciatura em Teatro (UFPE)

Foi no TREMA! Festival 18 que pude conferir o tão polêmico espetáculo O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, texto de Jo Clifford, direção de Natalia Mallo, com Renata Carvalho, uma atriz trans, fazendo o papel solo de um Jesus trans. A peça já tinha sido proibida, por ordem judicial, de se apresentar no SESC Jundiaí em setembro do ano passado; e em Salvador, também por ordem judicial, em outubro do mesmo ano. Um dia após eu ter apreciado o espetáculo, ele foi censurado não por ordem judicial, mas por aquele que advoga em nome da soberania carioca, o atual prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.

A gritaria faz eco à que sucedeu à performance da modelo e atriz transexual, Viviany Beleboni, que, na 19ª Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, em 2015, surgiu pregada numa cruz, qual a imagem que os cristãos construíram de Jesus Cristo crucificado. Mas a performance de 2015 constrói um discurso diferente do que é construído no espetáculo teatral, ainda que ambos se valham do mesmo motivo bíblico: Jesus de Nazaré. Na performance, a transexual crucificada nos remete ao grande símbolo da crucificação: por transgredir e desafiar a lei que oprimia seu povo, Cristo foi condenado e crucificado. A/o transexual, por transgredir a cisnormatividade, é diariamente crucificada/o: sofre violências de toda ordem e costuma ser assassinada/o, a ponto de o Brasil ser considerado o país que mais mata travestis e transexuais, segundo a ONG Transgender Europe (TGEu).

Se, por um obstáculo epistemológico, os fundamentalistas cristãos não conseguiram fazer uma leitura estética e política da performance de Viviany Beleboni, imaginemos o furor que está sendo para eles saber que, num espetáculo de teatro, Jesus Cristo é uma mulher trans, reportando-se a várias passagens dos evangelhos. O fundamentalismo religioso oblitera a capacidade do sujeito de ler uma metáfora de forma criativa. A metáfora bíblica só pode ser lida da forma como impõe a hermenêutica cristã ou das mais variadas formas, muitas delas estapafúrdias, que pastores despreparados pregam a cada esquina das cidades do Brasil. Para os fundamentalistas, Jesus Cristo sendo representado por uma mulher transexual ou por uma mulher cis é uma afronta desrespeitosa aos princípios cristãos, mesmo que nos evangelhos Cristo tenha pregado o amor incondicional a qualquer pessoa. Trata-se de uma aberração. Na cultura patriarcal dos fundamentalistas cristãos, a/o transexual e a mulher cis não podem ser Jesus Cristo, porque eles não as consideram pessoas.

Lançando um olhar além do obstáculo epistemológico, constatamos em O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu a presença de uma mitologia transfeminista contemporânea. Quando digo mitologia, refiro-me ao conceito que Roland Barthes atribui ao mito: sistemas de símbolos que nos são transmitidos pela sociedade onde nos inserimos e que são fundadores – ou, ao menos, mantenedores – de tradições e comportamentos. São sistemas que distorcem a percepção da realidade para justificar certos comportamentos. Explico-me. Da mesma forma que na mitologia mesopotâmica Lilith teria sido a primeira mulher criada por Deus, antes mesmo de Eva – um mito que assume novos matizes políticos com as feministas na contemporaneidade –, no texto de Jo Clifford, Deus é mãe e Cristo é trans, o que aponta para novos significados da narrativa bíblica. Somente um Deus que não é fruto de uma cultura patriarcal, mas de origem matriarcal, pode compreender que, se todas e todos são seus filhos, uma transexual também o é. Tal como Jesus Cristo, as filhas e os filhos de Deus são capazes de amar e sofrem seu calvário por ousar transgredir as normas estabelecidas pelo poder soberano. Sobre esse ponto que eu gostaria de me ater um pouco mais.

A partir de Foucault, Agamben e Peter Pál Pelbart, compreendo por poder soberano as ciências, o capital, o Estado, a mídia etc. Esses poderes investem sobre nossos corpos, penetram em nossas articulações, em nossos órgãos, em nossas células, em nossas moléculas, determinando formas de pensar, de sentir, de desejar, de criar que permitam manter e multiplicar a ordem desses mesmos poderes. Esse poder sobre a vida é o que Foucault chama de biopoder. Nunca houve um investimento tão grande sobre a subjetividade e sobre a própria vida como essa modalidade de poder contemporâneo (Peter Pál Pelbart). Se, em outras épocas, o poder decidia sobre a vida e a morte dos sujeitos, no momento histórico em que estamos vivendo, ele opta pela vida – daí nossa dificuldade de compreendê-lo e de confrontá-lo. Nos pegamos numa encruzilhada: onde está o poder e onde nos encontramos? O que ele nos dita e o que queremos dele? O que identificamos como desejo não terá já sido capturado pelo poder?

Tendo em vista esse impasse, Agamben, ancorado em Walter Benjamin, aponta para a indiscernibilidade entre a democracia e o totalitarismo no mundo moderno e contemporâneo. Nascemos zoé, ou seja, vida nua, mera existência biológica e, quando inseridos na cultura pela via da linguagem, passamos a assumir uma existência política: nos tornamos politikòn zôon (animal político). No entanto, a partir do momento em que esse poder soberano invade nossa subjetividade e passa a controlá-la, destitui-nos de nosso caráter de sujeitos políticos, tornando-nos apenas seres viventes. Na sociedade de consumo, as mais das vezes acreditamos dominar nossos desejos e nossa subjetividade, mas estamos nos tornando meros seres viventes, inebriados pelo fetichismo da mercadoria e destituídos de caráter político de decisão. Inclusive, de decisão sobre nossos próprios corpos.

A situação é ainda mais grave quando esse poder controla aquilo que Agamben chama de homo sacer. O termo latino reporta à antiga civilização romana e define o sujeito que, por ter praticado um delito, é condenado a não poder morrer em sacrifício aos deuses, porém, se alguém o matasse, o assassino não seria julgado por homicídio. O homo sacer é uma vida não sacrificável, porém matável. Nos tempos modernos e contemporâneos, o homo sacer pode ser identificado nas mais diferentes esferas: os presos dos campos de concentração nazistas, os condenados à pena de morte, os doentes terminais, os “detentos” de Guantánamo, os refugiados nos campos “humanitários” na África ou os refugiados sírios na Europa etc.

E vou além. No contexto sociocultural brasileiro, o homo sacer é também a travesti, a/o transexual. Para o poder das ciências (em sua maioria), do capital, do Estado, da mídia, a/o transexual é o interdito, é tabu; cometeu um delito contra a cisnormatividade. No espaço tênue em que nos encontramos, entre democracia e totalitarismo, a/o transexual é uma vida não sacrificial, mas matável. A biopolítica investe no silenciamento da existência trans, no apagamento desses corpos, na demonização de suas identidades; e costuma fazer vista grossa para os casos alarmantes de homicídio de travestis e transexuais. A maioria desses casos não é levada à justiça; os processos costumam ser deliberadamente arquivados.

Mas em que a existência trans desestabiliza tanto os poderes hegemônicos? O caminho para a resposta é sinuoso, repleto de múltiplas determinações, o que nos faz correr o risco de simplificar a questão. Todavia, assumindo esse risco, aponto para algumas diretrizes. Na esteira argumentativa de Foucault, podemos dizer que o corpo, alvo da biopolítica, não se deixa reduzir tão facilmente ao poder, como podemos ser levados a crer. “Ele tem suas fontes próprias de fantástico; possui, também ele, lugares sem lugar e lugares mais profundos, mais obstinados ainda que a alma, que o túmulo, que o encantamento dos mágicos”. Esses espaços podem ser investidos pelas utopias.

Foucault usa uma metáfora riquíssima: “O corpo é o ator principal de todas as utopias”. A meu ver, a/o transexual cria no seu próprio corpo um outro lugar. Não um lugar da utopia, uma vez que o corpo que se performatiza é materialidade, é um lugar real. Pelo contrário, é a utopia que se materializa no corpo como uma heterotopia. Uma outra vida, no sentido deleuziano: puro acontecimento, em suspensão, impessoal, singular. Uma vida para além do bem e do mal.

Mas essa liberdade de criar um lugar diferente do horizonte de expectativa da cisnormatividade, ao mesmo tempo que atende a um imperativo existencial, está sujeita a uma ofensiva cruel e violenta por parte dessa mesma cisnormatividade. É um corpo que não se conforma com a simples condição de ser vivente, biológico; ao reivindicar viver sua utopia, torna-se um corpo político, erigido da massa de corpos dóceis e anestesiados pelo hedonismo contemporâneo. É um corpo que assume a utopia e se torna heterotopia. Por fugir ao controle dos grandes poderes, transforma-se num corpo estigmatizado, num corpo abominado, num corpo apócrifo, num corpo assassinado.

Corpo censurado.

A censura judicializada e/ou política que vem sofrendo o espetáculo O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu é uma expressão disso que venho falando. Não é só um texto de teatro que provoca uma tal reação, ainda que se trate de uma criação bastante apócrifa aos olhos dos fundamentalistas. É sobretudo porque esse texto no espetáculo se torna performance no corpo material de Renata Carvalho. A heresia não provém apenas das letras. A heresia, com toda sua potência, está na presença viva do corpo de uma atriz trans, que desestabiliza a ordem patriarcal do poder soberano.

O espetáculo é muito simples, e sua riqueza está nessa simplicidade. Não há nele uma narrativa extraordinária, de estrutura complexa. É uma compilação de parábolas bíblicas e passagens dos evangelhos, adaptados ao universo LGBT+. A encenação carece de conceito. O cenário é simples, com apenas dois móveis. A luz é primária e inconstante. O que torna, porém, a narrativa um acontecimento é a performance de Renata Carvalho. Em princípio titubeante, ao menos no dia em que assisti, mas ganhando potência com o tempo, pelo carisma da atriz. A interação com o público é constante. A transposição das parábolas e da vida de Cristo para o universo LGBT+ passa a ter uma coerência impressionante. A peça nos mostra um Cristo que deixa de ser uma abstração para se tornar um avatar.

O diferencial desse espetáculo é que ele não investe no trágico destino do Cristo que é trans; não traz um ethos de denúncia nem de lamento. É um espetáculo alegre, que celebra o amor e a vida, não obstante os percalços pelos quais passou o filho de Deus e pelos quais passam as/os transexuais. O momento final da peça é muito emocionante, na medida em que Renata Carvalho distribui pão com a plateia, afirmando ser seu próprio corpo: um corpo que comemos e nos saciamos. Pedindo para que todos se dessem as mãos em oração, Renata Carvalho faz uma paródia do sermão da montanha e reza o “Mãe Nossa que estás no céu…”. E assim saímos do espetáculo: em comunhão e repletos de amor.

Afinal, repito, não era o amor o tema mais falado nos evangelhos?


Referências

AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

BARTHES, Roland. Mitologias. Rio de Janeiro: Difel, 2009

FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. Posfácio de Daniel Defert. São Paulo: Edições n-1, 2013.

PELBART, Peter Pál. Sala Preta, São Paulo, n. 7. p. 57-65, 2007.

TagsBruno SiqueiraDossiê QueerO Evangelho Segundo Jesus Cristo Rainha do CéuRenata Carvalho
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A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

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#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

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Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

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Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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