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#17 Corpas Possíveis, Corpos Sensíveis | Não é uma dança que faz um corpo, mas um corpo que faz uma dança

Por 4 Parede
5 de abril de 2021
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Arte – Rodrigo Sarmento

Por John Lopes

Dançarino/performer e  coreógrafo

A arte é uma das formas mais delicadas e espontâneas para se dizer algo que sentimos por dentro. Através de um pincel com tinta colorida numa tela em branco ou mesmo em um corpo cheio de brilho em cima de um palco iluminado, podemos expor nossos sentimentos e nossa arte, seja ela qual e como for. A arte não escolhe nem exige corpo perfeito ou ideal para ser executada, ela simplesmente abraça e acolhe aqueles que desejam passar de alguma maneira, o que é possível fazer com ele.

Na arte, nosso corpo é transformado e blindado contra qualquer categoria de manifestação preconceituosa de uma sociedade com pouco conhecimento da língua artística, que tenta atingir nossa cultura, passando uma valoração negativa sobre o que seria um “corpo fora do padrão”. O mundo da arte pode ser um mundo sem restrição, onde podemos ser o que quisermos e como quisermos, sem medo de ser julgado ou rejeitado só por ter algum bloqueio físico. Todo corpo tem seu tipo de fazer arte; não é uma cadeira de rodas, um peso a mais, um gênero, uma raça ou qualquer tipo de limitação corporal, motora ou intelectual que vai impedir de fazer aquilo que nos deixa feliz.

Fui contagiado pela arte da dança, aos 15 anos de idade, quando percebi que meus movimentos estavam sendo atraídos por aquela arte; tive a sensação que era como se tivesse um “ímã” dentro de mim, me puxando de vez para junto dela. Então, foi aí que tive a decisão de libertar meu corpo, permitindo que ele tivesse uma comunicação mais direta com a área, que me fez e continua me fazendo ter grandes experiências e conquistas.

Uma delas aconteceu em 2005, quando tive a ideia de criar um grupo de dança no centro de reabilitação em que eu fazia fisioterapia. O objetivo era mostrar e levar o direito de inclusão da pessoa com deficiência na sociedade. Isso foi um desafio para mim, enquanto pessoa com deficiência que estava correndo atrás dos meus sonhos e desejos, como também para as outras pessoas, que estavam acreditando em uma pessoa que era vista como “incapaz”.

Já em 2009, tive a honra e o prazer de atuar no meu primeiro espetáculo de dança, que tinha como tema: “grupo arco-íris dos sonhos, em um passeio pela cultura pernambucana” e abordava vários ritmos do estado. Foi ali que notei que uma simples limitação não impedia meu corpo de passar por um lugar que ele quisesse ir.

Em 2016, tive mais uma grande vitória, ingressando no curso formal de Dança da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), me tornando o primeiro aluno com deficiência do curso, arrombando literalmente as portas do setor de arte, dando voz e oportunidade para mais pessoas com limitações físicas, e foi lá que pude me encontrar melhor e entender mais sobre meu corpo.

No entanto, venho enfrentando grandes barreiras para transitar meu corpo nesta universidade que se diz para TODOS, mas limita minhas RODAS já da primeira entrada, que não tem uma acessibilidade adequada para minha cadeira de rodas, que já faz parte do meu corpo.

Mas foi lá também que tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, que acreditaram na minha capacidade e me levaram para junto deles, como o “coletivo “Lugar Comum”, com quem em 2017 fiz uma participação em uma performance de rua, “motim”, que saía pela comunidade do Morro da Conceição, rindo e mostrando que a arte também pode ser um gesto de carinho.

Em 2020, com o “Teatro Miçanga”, vivi uma experiência diferente de expor meu corpo e meus movimentos. No começo, tive um pouco de insegurança, por conta da dificuldade da fala, mas quando eu tive contato com eles e disse: qualquer coisa pode perguntar, isso me deixou mais tranquilx e me fez interagir melhor com o grupo.

Entretanto, tive um pouco de medo, pois, eu nunca tinha conduzido um exercício daquela maneira antes. Minhas práticas sempre foram de dança literalmente dançada, mas confesso que fiquei mais confortável na oficina, pois tive um “auxílio”, que para mim foi fundamental, que foi quando uma componente do grupo traduzia minha fala durante a atividade. Creio que facilitou muito mais na compreensão.

Como na vida, a gente não só tem momentos bons, também tive uma experiência que mexeu um pouco com minha autoestima, a qual me fez ter, por algum tempo, um pensamento ruim sobre meu corpo e meu lugar como fazedor de artes. Aconteceu na Universidade, durante meu 2º período, na disciplina: Oficina de Dança 2, que era “Ballet clássico” com uma professora que não entendia a anatomia do meu corpo, me colocando para fazer as aulas deitado, buscando uma PERFEIÇÃO que ela nunca iria encontrar nele. Nessa altura, isso me fez criar uma reflexão junto com um questionamento: “será que estou no lugar certo?”

Porém, felizmente, depois de alguns meses, fiquei sabendo que ela não daria mais aula no curso. Já a substituta que entrou conseguiu encaixar meu corpo, fazendo adaptações para as aulas, me deixando livre para fazer da minha melhor forma, sem perder a proposta da dança, que era o ballet. Foi então que eu notei que não é uma dança quem faz um corpo, mas sim um corpo quem faz uma dança.

Hoje, posso afirmar que a arte que faço e levo para rua é como uma libertação ou até mesmo um desabafo do meu corpo, que se inclui no universo da arte, de forma política, buscando seus direitos e suas liberdades de cidadão também na classe artística. Cada artista tem um corpo e nele existe diversos jeitos de expressar seus sentimentos, mostrar suas qualidades e habilidades de entrar em cena.

TagsCorpas Possíveis e Corpos SensíveisDossiêEnsaioJohn Lopes
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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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