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Crítica – Jr | A micropolítica da narrativa do desejo

Por 4 Parede
26 de janeiro de 2016
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Imagens – Pedro Portugal

Por Wellington Júnior*

 

“Qualquer revolução ao nível micropolítico diz também respeito à produção de subjetividade.” 

Felix Guattari/Suely Rolnik

A estreia de Jr. no Janeiro de Grandes Espetáculos traz para o centro do debate as reflexões sobre os gêneros na cena contemporânea, seja através das sexualidades, ou a partir da hibridação entre teatro e literatura.

O espetáculo do “agrupamento” OPTE (Operários do Teatro) mostra as narrativas do personagem Júnior desde seu nascimento. A partir de seu olhar inusitado e questionador, a vivência travesti de Júnior apresenta sua subjetividade para o mundo. A construção cênica épica do espetáculo possibilita a presença potente desta subjetivação ‘trans’. Esse empoderamento da narratividade clarifica a necessidade de trocas de experiências.  Então, a contação de história surge como uma forma de entendimento do mundo – de outros mundos.

O texto de Marcelino Freire propõe uma narratividade que cria deslocamentos espaciais e temporais no desenvolvimento da ação. A grande força da dramaturgia está na forma poética do discurso da personagem. Mas essa estruturação não amplifica seus sentidos. O autor possui uma camada de enunciação extremamente vigorosa, mas se amarra em um olhar totalizante da personagem. Alexsando Souto Maior traz como marca de sua escrita cênica as explorações do diálogo entre teatro e literatura. E o espetáculo Jr. amplifica essa poética. A encenação valoriza a palavra como sistema estruturante do espetáculo, assim a cena é ator e palavra. Esse elemento é um achado para a investigação das potencialidades do ator. Ao mesmo tempo, essa essencialidade também mostra as tensões da palavra com a ação cênica.

Este trabalho é o maior desafio de Tatto Medinni em sua jovem trajetória artística. Acompanho este ator há algum tempo e vejo como ele vem se desenvolvendo sempre em busca de novas aventuras estéticas no campo da atuação. Em Jr., ele é o centro juntamente com a palavra. Tatto consegue dominar bem o princípio da narratividade e sabe explorar com cuidado esse universo da personagem. Mas é necessário um maior aprofundamento e envolvimento estético com a identidade trans. Nos dois dias que assisti, observei uma forte presença formal na composição da ação – ainda sem manter um jogo efetivo com os espectadores. Também notei que no segundo dia ator foi se apropriando mais das ações e intenções da cena narrativa.


Em um debate promovido por um diretório do PT do Rio de Janeiro, 11 de setembro de 1982; um dos integrantes diz:

“Uma das grandes questões atuais da prática política é a de como investir ‘decentemente’ os processos de produção capitalista da subjetividade. Tradicionalmente, ligava-se essa questão à noção de ideologia. O projeto de Brecht, por exemplo, envolve uma crítica que parte de uma consciência político-ator para atingir a conscientização das massas. Mas, se pretendemos subverter a subjetividade, temos de agir criticamente e abandonar propostas como as de Brecht. Temos de abandonar a noção de ideologia e, junto com ela, a problemática da consciência.Uma prática política que persiga a subversão da subjetividade de modo a permitir um agenciamento de singularidades desejantes deve investir o próprio coração da subjetividade dominante, produzindo um jogo que a revela, ao invés de denunciá-la. Isso quer dizer que, ao invés de pretendermos  liberdade (noção indissoluvelmente ligada à consciência), temos de retomar o espaço da farsa, produzindo, inventando subjetividades delirantes que, num embate com a subjetividade capitalística, a façam desmoronar”

O debate sobre a presença das sexualidades contemporâneas ganham cada vez mais força e isso mostra a relevância da montagem do espetáculo Jr. no panorama teatral de Recife. A edição 2016 do Janeiro também revela como a grande maioria dos espetáculos presentes em sua grade de programação de alguma forma traz essa questão à tona. Além disso, a iniciativa de Tatto Medinni está inserida em um movimento maior de atores/artistas que são empreendedores. Lutam por seus sonhos, por suas pesquisas. Esse é um momento de ocupar as Utopias, mesmo que isso pareça uma incongruência; mas revela a necessidade de estar presente em diálogo com a sociedade.

Infelizmente, não pude acompanhar o processo de construção do espetáculo – algo hoje tão experimentado por alguns críticos teatrais. Mas conversei com uma parte dos criadores (Alexsandro Souto Maior, Tatto Medinni, Eron Villar e Gerailton Salles-Gera Cyber). E pude perceber como o processo possibilitou novos riscos em seus sistemas criativos. Observo o espetáculo Jr. como um trabalho de alta potencialidade que aprofundará ainda mais em sua trajetória sua pesquisa estética.


Gostaria de finalizar indicando três pesquisas pernambucanas que são fundamentais para o debate sobre teatro e identidade trans:

– Bonecas falando para o mundo: identidades sexuais desviantes e teatro contemporâneo – de Rodrigo Dourado – esta pesquisa é um marco na relação entre teoria queer e teatralidade.

– A crise da masculinidade nas dramaturgias de Nelson Rodrigues, Plínio Marcos e Newton Moreno – de Bruno Siqueira – um estudo aprofundado sobre as relações entre discurso, sexualidade e dramaturgia.

– Copi: Transgressão e Escrita Transformista – De Renata Pimentel – uma apaixonante pesquisa sobre a dramaturgia de Copi.

*Teórico do teatro, professor de teatro, crítico e pesquisador. Organizador do livro Memórias da Cena Pernambucana (Vol.1); Idealizador e organizador do Seminário Internacional de Crítica Teatral (ao lado da Renascer Produções Culturais); Ganhou o prêmio Minidrama da SP Escola de Teatro em 2010 (SP). Diretor artístico do grupo Máquina de Sonhos Cia de Teatro.

TagsAlexsandro Souto MaiorJrMarcelino FreireOperarios de TeatroTatto MedinniTeatroWellington Jr
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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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