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Home›.Tudo›Crítica – Duo-elo | Força de oposição e inovação

Crítica – Duo-elo | Força de oposição e inovação

Por 4 Parede
29 de abril de 2025
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Por Samuel Florentino

O ano foi 1992, quando surgiu um trabalho feito pelo grupo Cais do Corpo (saiba mais aqui Cais do Corpo), que teve seu início em 1988 e atuou até 1999. Nos estúdios da TV Jornal, estava se forjando um dos primeiros trabalhos de audiovisual em dança da cidade do Recife, que evoluiria para o que atualmente conhecemos como videodança.

Duo-Elo (veja aqui Duo-Elo) era o nome desta obra. Gravada em preto e branco, trazia um contexto que logo percebemos através dos bailarinos que davam vida à ideia: um homem negro e uma mulher branca. A obra é dividida em quatros partes, usando uma linguagem expressiva da dança contemporânea e até, de certa forma, teatralizada. 

Um batuque forte e gritos horripilantes distantes compoem a abertura dessa obra, o som remete as percursoes tribais africanas, trazendo uma ideia inicial de um corpo negro resistente ao confronto, com movimentos fortes e tensionados. O corpo armado, tendo sua sombra projetada em uma lona pintada, confere impressão de um padrão de rochedo trazendo um contexto de continuidade, gerando sensação de ancestralidade que é fortemente marcada, como algo vivo e real. O bailarino usava calças de algodão, o que me remeteu diretamente às roupas usadas pelos escravizados africanos no Brasil, e a movimentação dele é como se se preparasse para um conflito. 

Suas movimentações de dança contemporânea, com pinceladas em danças de matrizes africanas, trazem uma dança de resistência, dança raiz, expressada pelo bailarino Robson Duarte, que conduz toda primeira parte do movimento. 

Na segunda parte, o corte e a transição da presença feminina trazem uma desaceleração ao ritmo do movimento do vídeo e seus componentes, seja ele, o bailarino, ou a própria câmera. O corpo pesado repousa diante da presença feminina, doce, gentil, com movimentos suaves, trazendo uma atenção merecida para a bailarina Maria Eduarda Gusmão. Sua roupa preta é levemente transparente na parte superior e sua pele traz oposição ao corpo do outro. 

O terceiro momento apresenta-se forte e impactante, ao mesmo tempo em que a música troca tudo, exibindo muita força de oposição: preto e branco, dominar e ser dominado. Tudo gira em torno desses dois corpos agitados tensionados que, durante todo o tempo, se colidem e se arremessam entre si. A câmera valoriza bem os movimentos e as expressões dos artistas. O olhar marcante da bailarina leva-me para um lugar de segurança e resistência, aproveitando bem os ângulos e a proximidade, sendo possível ver qualidade de movimento através dos corpos que se colidem, juntam e tocam-se, dando ao telespectador um olhar rico com mais detalhes em ângulos diferentes.

Há uma ruptura no tempo e espaço da coreografia, muda-se a dinâmica e o respirar, o que era alto se torna baixo; o que era agitado se torna lento, como se os dois corpos percebessem a linguagem um do outro. A movimentação é alinhada à câmera e é bem aproveitada, capturando cada momento dessa relação para o tempo da obra. A forma como foi filmado merece destaque, pois valoriza a harmonia dos ângulos dos bailarinos em cena. Voltando à movimentação, os dois bailarinos caminham como um relacionamento que surge dos corpos que se atravessam através do outro, voltando à oposição, à força do dominar e ser dominado, e esse já é o quarto momento.

Duo-Elo consiste em uma obra que atravessou o universo da contemporaneidade, mesmo sendo datada de 1992. A obra traz reflexões e movimentos que nos levam para Metrópolis de Pina Bausch, na qual vemos movimentos repetitivos, quase uma afirmação e ênfase do contexto ali proposto. O corpo é exposto simultaneamente, originando estímulos, expressões e impulsos, e me faz pensar como o trabalho da dança se ressignifica na leitura da apresentação, e como é possível pensar em temas contemporâneos como: “a proliferação das diversas formas de violência atreladas à cultura do medo, as relações de poder, a cidade da memória e a memória da cidade; a contracultura e suas relações com o universo urbano […]”, conforme reflete Solange Caldeira (2010, p. 4), no livro A construção poética de Pina Bausch.

Due-Elo traz uma uma relação forte com a violência entre dominador e dominado, tema que sempre cerca o cotidiano e suas oposições. A apresentação me atravessa e instiga a investigar mais o fazer do agora em videodança, propondo a exploração de ângulos, câmera, oferecendo aspectos proveitosos para os dias de hoje, por sua estrutura profissional e relacionada às temáticas que cercam a sociedade atual. Um Uma obra, certamente, muito rica para estudantes de licenciatura em dança, bailarinos, performers, com visão em videodança, como forma de estudar para aprimorar a qualidade e o olhar observador voltados a propostas expressivas para a linguagem digital.

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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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