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Crítica – A Visita | Inconformismo marca encenação rapsódica do Arte-Em-Cena

Por 4 Parede
14 de janeiro de 2016
2140
1
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Imagens – Marcos Nascimento

 

 Por Vinícius Vieira

Jornalista, Ator e Professor

O Teatro Capiba vestiu-se de lembranças nesta terça (12) e quarta (13), com o espetáculo A Visita, do grupo Arte-Em-Cena, de Caruaru. As memórias eram da personagem António que, ao trazer à tona ritos, canções e a complexa simplicidade da vida interiorana, convocou o público para um lugar de saudade, erigido sob o imaginário do  homem sertanejo nordestino, embora com ecos de amplitude universal.  Para construir uma linha dialógica de regresso, a encenação privilegiou a palavra.

 

O discurso proferido no espetáculo nos fala sobre a impossibilidade de estarmos sós. Como seres sociais, temos a tendência de buscar o outro, ainda que esse alguém esteja acessível apenas pela materialidade onírica. É nesse sentido que António, defendido pelo ator Severino Florêncio, se move em cena, mostrando-nos, nesse processo, múltiplos tempos e espaços de seu interior, um passado longínquo, agora, inabitado. A direção de Nildo Garbo – também responsável pelos figurinos, adereço e maquiagem -, coloca o ator como um rapsodo em uma interpretação anti-ilusionista, valendo-se da utilização de diversos recursos para a reconstituição de situações já ocorridas. Também há uma intertextualidade dos modelos épico e dramático para conceber a estrutura narrativa posta em cena.

 

António nos apresenta as figuras preciosas da sua vida e costumes que parecem não mais fazer sentido em tempos pós-modernos. Para realizar essa dinâmica, o intérprete dialoga com figuras imaginárias.  O artista nos mostrou potencialidade nas várias nuances, inflexões, entonações durante as conversas inscritas entre o presente e  o passado. No entanto, alguns registros vocais poderiam receber maior cuidado pois dificultaram a dicção e, consequentemente, a  compreensão do que foi dito. Os elementos cenográficos, um trilho que corta o palco de um canto a outro, uma cruz à esquerda, uma peneira, um pilão e uma pequena mesa no centro com uma sanfona em cima, além de outros materiais espalhados no chão, eram vestígios sígnicos os quais deveriam ser completados pelo público com uso da imaginação. Os objetos foram manipulados pelo ator, mudaram de lugar e, por vezes, adquiriram novos sentidos.

 

A teatralidade foi bastante explorada: uma colcha florida transformou-se em lona de circo e a junção da cruz com três aros de bicicleta formou um projetor a rodar um filme na “máquina de fazer gente”: o cinema. Tudo composto de uma simplicidade encantadora. Entretanto, adaptar a cenografia ao palco do Capiba tornou estranha a localização do trem, que precisou ser colocado no fundo da cena, ficando longe dos trilhos e dificultando a marcação criada. O figurino, um sobretudo e uma calça cinza, mostrou-se funcional e se desfez, nas mangas, para revelar a condição de Antônio, que também se perde sem as suas referências (seu pai, irmãos, primos… E até a tia Maria). Esse traje deu lugar a outro, dessa vez, um avental. Nesse momento, os papéis de gênero são postos em questão ao revelar as performances femininas e masculinas como sociais, sem naturalizá-las. Abordar essa temática é emergente para que possamos desconstruir discursos balizadores das práticas de violência contra aqueles e aquelas que – assim como a personagem central da obra – não seguem o padrão ou, como o próprio António enfatiza, “não segue a boiada”.

 

A montagem também dialoga com as angústias promovidas pelo impacto da globalização na vida do sujeito, no qual perde suas referências locais e tem as suas necessidades pessoais superadas pela lógica capitalista. Talvez a personagem seja o alter ego do espanhol Moncho Rodrigues,  que assina a dramaturgia da peça. Cidadão do mundo, Rodrigues externa por meio de António um mal estar decorrente de uma identidade fragmentada pela ordem provisória, instável das coisas. Ele escreve como quem sente na pele os dissabores e os amores de fincar os pés no entrelugar. Ao encenar A visita, o grupo Arte-Em-Cena faz um teatro com sede de compreender as apreensões do nosso tempo e não apenas com finalidade comercial. É uma necessidade irrefreável de evidenciar o inconformismo perante as dinâmicas de poder vigente.

 

Seria essa interação, essa vontade de intervir no mundo, provocar um estalo no espectador, que faz um coletivo perdurar por longos anos? Sem dúvida, o espetáculo foi uma escolha assertiva para comemorar os quase 30 anos de atividade da companhia no município de Caruaru, interior Pernambucano.

Para saber da programação completa do 22º Janeiro de Grandes Espetáculos, clique AQUI

TagsA VisitaArte-em-CenaFestivalJaneiro de Grandes EspetáculosTeatro
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Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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