Quarta Parede

Top Menu

  • Sobre o 4ª Parede
  • Quem Faz?
  • Fale Conosco

Main Menu

  • INÍCIO
  • Dossiês
    • Atual
    • Anteriores
  • Podcasts
  • Entrevistas
  • Videocasts
  • Críticas
  • Como Colaborar
  • Expediente
  • Sobre o 4ª Parede
  • Quem Faz?
  • Fale Conosco

logo

Quarta Parede

  • INÍCIO
  • Dossiês
    • Atual
    • Anteriores
  • Podcasts
  • Entrevistas
  • Videocasts
  • Críticas
  • Como Colaborar
  • Expediente
  • Crítica – Solo para um sertão blues & Rainhas | O racismo é uma distração

  • #18 Atos de Retomada | Podcast #46 Ocupações e Cenas Indígenas – Gestos de Retomada

  • Crítica – Arreia | Processualidades e reencantamentos

  • #18 Atos de Retomada | Ecoando micro revoluções para reencontrar o encontro

  • #18 Atos de Retomada | Buscando fôlego: O teatro de grupo da Baixada Fluminense em meio à pandemia

.TudoCríticas
Home›.Tudo›Crítica – Cabaré Diversiones | Cabaré Diversiones: o passado no presente

Crítica – Cabaré Diversiones | Cabaré Diversiones: o passado no presente

By 4 Parede
17 de janeiro de 2016
2186
1
COMPARTILHE ESSE CONTEÚDO

Imagens – Wellington Dantas

 

Por Bruno Siqueira

Doutor em Letras (UFPE) e Professor Adjunto do curso de Licenciatura em Teatro (UFPE)

Tive a oportunidade de rever, dentro da programação do 22o. Janeiro de Grandes Espetáculos, o último trabalho do querido e multifacetado Henrique Celibi. Em Cabaré Diversiones, o talentoso artista assina o projeto de cenário, das coreografias, de figurino; o roteiro, a trilha sonora e a direção. O espetáculo se propõe a trazer ao presente o que foi no passado o Vivencial Diversiones, grupo teatral que deixou, nos idos da década de 70 e início de 80, marcas significativas na cultura local e nacional. Ninguém melhor do que Celibi para fazer essa evocação, único artista da produção que pertenceu ao grupo de origem.

Grande satisfação foi ver que o Teatro Apolo estava quase lotado. Antes de abrirem a porta que dá acesso à sala de espetáculo, a fila seguia por todo o quarteirão da rua Apolo onde se localiza o teatro. Um público particular: rostos que me fizeram remeter à geração que viveu e que acompanhou a trajetória do Vivencial; ou de pessoas/artistas que adotaram a estética e o estilo irreverente do Vivencial; ou mesmo de um jovem público curioso por conhecer o que fora o Vivencial. A atmosfera desse grande encontro – artistas e público – era de celebração.

O espetáculo adotou o formato de teatro de revista, com uma dramaturgia constituída de uma colagem de textos de Carlos Eduardo Novaes, Glauco Matoso, Fernando Pessoa, Luiz Fernando Veríssimo, Guilherme Coelho e do próprio Henrique Celibi. O diretor se valeu de muitos textos e cenas da época áurea do Vivencial, acrescentando-lhes alguns outros novos. Tal como no Vivencial, a ironia, a galhofa e o deboche permeiam os textos e a cena desse Cabaré Diversiones, para falar, através do riso, de muitos assuntos sérios de nosso cenário político e cultural. Inegavelmente, como bem pude constatar, o espetáculo proporcionou ao seu público momentos de diversão e de alegria. Todos os artistas estavam empenhados e se divertindo em fazer esse trabalho. E esse clima contagiou os espectadores.

Também aconteceu de eu confirmar algumas impressões e questionamentos que me vieram da primeira vez que assisti à peça. Valho-me deste espaço para compartilhar essas questões, a fim de poder contribuir, de alguma forma, com um debate sobre o trabalho desses respeitáveis artistas. Desde logo, falo que, infelizmente, não fui da geração do Vivencial Diversiones. Sou de uma geração posterior à do grupo e, por isso, não vivi seu sucesso. Do grupo, conheço o que dizem as testemunhas vivas e os livros que tratam da época. Conhecimento que vem revestido por um mito, do qual não posso escapar. Meu questionamento vem desse espaço de quem conhece a trajetória do Vivencial pelas diversas e contraditas narrativas.

Primeiramente, a aura do Vivencial me chegou imbuída do elemento da transgressão. Estamos tratando de um grupo que ficou conhecido pelo desbunde na subversão dos valores estéticos e socioculturais dos anos 1970. O clima político era de repressão e os artistas que faziam parte do Vivencial Diversiones rasgavam a malha da moral burguesa, com comportamentos desbocados e muito maliciosos, ao mesmo tempo que sensuais. Sensualidade expressa no erotismo dos corpos em exposição. As fotografias que nos chegaram revelam corpos que, em pleno regime de exceção, vicejavam no solo úmido e costeiro dos manguezais, no afã  da liberdade a qualquer custo. Liberdade de expressar o desejo, a voz da subalternidade. Liberdade de ser feliz.

Mais de três décadas se passaram, e muito já foi conquistado quanto à liberdade política dos corpos e da expressão dos desejos. Mais de três décadas se passaram, e estamos assistindo no Cabaré Diversiones corpos abundantes em exposição. A mim ficou a pergunta: qual o sentido desses corpos, muitos deles formados em academia de ginástica (belos, por sinal), no contexto contemporâneo? Nesse espetáculo, me pareceu que os corpos perderam o caráter político inerente aos dos artistas que fizeram parte do Vivencial. Porque outro é nosso atual cenário social, político e estético. Se antes os corpos expostos assumiam naquele grupo um caráter de transgressão, dado o contexto de constante vigilância da época, o que vem a expressar hoje, numa época em que temos nas mais diversas mídias a exposição desenfreada de corpos em abundância? Trocando em miúdos, o que os corpos desses artistas do Cabaré Diversiones estão transgredindo?

Esses questionamentos me envolveram, pois minha expectativa, ao ler o depoimento de Celibi sobre o espetáculo em foco, era de encontrar o passado no presente, ou seja, de conferir uma leitura contemporânea do fenômeno do Vivencial Diversiones. Mas o que pude constatar foi que esse passado recebeu no presente um olhar nostálgico, de recuo no tempo, sem redimensioná-lo às expectativas e questões contemporâneas sobre a cultura propriamente dita, sobre gênero, sobre sexualidades. Um retrato destituído hoje da força e do impulso da transgressão que marcou uma época de nossa história teatral. Se o propósito de Celibi é dar continuidade ao projeto de retomada da estética do Vivencial Diversiones, creio eu que uma aprofundada pesquisa a respeito do que vem a ser a transgressão nos dias de hoje possa vir a contribuir para o intento.

O que escrevo são pensamentos de um entusiasta do trabalho de Celibi. Questões à margem de quem pensa o teatro  e deseja sucesso ao trabalho e ao grupo. À margem. Até porque, do ponto de vista da recepção, Cabaré Diversiones garantiu ao público momentos de deleite e de risada farta. Cabe agora ao artista decidir: contentar-se com a resposta efusiva do público que clama por entretenimento, ou agregar a isso um discurso estético e político de transgressão, de fato, como o que caracterizava o trabalho do Vivencial Diversiones.

Confira a programação completa do 22º Janeiro de Grandes Espetáculos AQUI

TagsCabaré DiversionesCríticaJaneiro de Grandes EspetáculosTeatro
Previous Article

Crítica – A Visita | Inconformismo marca ...

Next Article

Crítica – A House in Asia | ...

Related articles More from author

  • .TudoEm Cartaz

    Mazdita apresenta “Diafragma – Ensaio sobre a Impermanência” no Porto Mídia

    28 de julho de 2015
    By 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Cuidado! Material perigoso! (Viúva, Porém Honesta)

    13 de abril de 2015
    By 4 Parede
  • .TudoEm Cartaz

    “Olhos de Café Quente” estreia no Teatro Hermilo

    30 de abril de 2015
    By 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Crítica – O Sujo Castigo dos Irmãos Karamazov | Só escrevo por amor

    5 de março de 2020
    By 4 Parede
  • .TudoEm Cartaz

    Espaço O Poste recebe I Mostra de Iniciação ao Teatro Antropológico

    1 de dezembro de 2016
    By 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Crítica – Tempo Menino | Das Partituras da Experiência

    16 de outubro de 2016
    By 4 Parede

Leave a reply

  • .TudoEm Cartaz

    Espetáculo de Dança “Breguetu” Encerra Temporada

  • .TudoEm Cartaz

    “pa(IDEIA) – pedagogia da libertação” ocupa palco do Teatro Arraial

  • .TudoEm Cartaz

    Teatro Silogeu, em Vitória de Santo Antão, recebe “Romance dos dois soldados de Herodes”, do grupo Casa de Dioniso

ÚLTIMOS PODS

Facebook

Receba feeds quentinhos

Cadastre seu e-mail e receba as novidades em primeiro lugar

INCENTIVO

REALIZAÇÃO

APOIO

Quarta Parede - Palco & Plateia. Unidos! Direitos Reservados. Desenvolvido pela Atuante Agência Digital. V1.1