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Home›.Tudo›“Vivemos em um Brasil travestido de igualdade” | Entrevista – As Travestidas

“Vivemos em um Brasil travestido de igualdade” | Entrevista – As Travestidas

By 4 Parede
29 de abril de 2016
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Imagens – Divulgação

Um jovem se suicida por não suportar mais um mundo de preconceito e discriminação, crianças que brincam sem medo do desejo, pessoas sem classe social, uma mãe que perde o filho por causa de uma sociedade cruel, seres da noite, vampiras, lobisomens, centauros urbanos, bixas, viados.

Essa é a sinopse de Quem Tem Medo de Travesti?, espetáculo da companhia As Travestidas (CE), que propõe um olhar epidérmico-sensível-agressivo sobre questões que rondam o universo trans. Em entrevista ao nosso editor-chefe, Márcio Andrade, um dos responsáveis pela companhia, Silvero Pereira, comenta sobre o processo criativo.

Confira a entrevista de Silvero Pereira ao Quarta Parede em 2015, sobre o espetáculo BR-TRANS, AQUI.

Como foi o trajeto de sair de um projeto solo como BR-Trans para o processo coletivo e colaborativa de Quem tem medo de travesti??

O BR-TRANS foi um processo que buscava sistematizar alguns procedimentos em encenação, dramaturgia e performance-atuação dentro dessa minha pesquisa sobre Travestilidade e Teatro. Com esses resultados decidi construir um novo processo com o Coletivo As Travestidas e que envolvesse outros artistas, ou seja, deixasse se ser um solo para um processo em grupo, experimentando os resultados obtidos com o trabalho anterior e vendo como esses funcionavam noutros atores. Deste modo, o QTMT é um projeto já pensado em expandir nossos procedimentos e verticalizando ainda mais a pesquisa.

A representação das travestis midiaticamente reverbera mais em figurinos e maquiagem exuberantes, mas, na montagem, vocês enfatizam mais os tons de pele dos atores. Como esse desnudamento foi sendo construído?

Em QTMT nossa preocupação parte em, principalmente, desmistificar essa imagem comum da travesti. Queremos trazer a discussão do gênero feminino para além do estereótipo, da construção da maquiagem e vestimenta. Um corpo para além das convenções do vestir e comportar-se.

Em 2016, o TREMA! Festival tematiza trata da (Re)Construção caldado na nossa crise política e, de certa forma, ideológica. Como essa esfera temática pode ser pensada nos espetáculos de vocês?

Os espetáculos que construímos são resultados de nossa inquietação com a sociedade que vivemos hoje. Um Brasil que finge ser democrático, mas composto por uma sociedade hipócrita, machista, cheia de paradigmas. Um Brasil travestido de igualdade. Ter As Travestidas no TREMA! esse ano é re-construir signos, pois coloca um espetáculo com temática trans no mais importante e histórico teatro do estado e resgata um lugar da arte de se travestir enquanto artes cênicas, tendo em vista que a história do teatro é a própria história do Transformismo.

Acesse AQUI a programação completa do TREMA! Festival 2016.

TagsAs TravestidasFestivalQuem Tem Medo de TravestiSilvero PereiraTREMA!TREMA! Plataforma de Teatro
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