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Crítica – O ano em que sonhamos perigosamente | Magiluth e os riscos de sonhar perigosamente

Por 4 Parede
18 de janeiro de 2016
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Por Bruno Siqueira

Doutor em Letras (UFPE) e Professor Adjunto do curso de Licenciatura em Teatro (UFPE)

 

No ano passado, fui convidado pelo querido Pedro Wagner para assistir ao ensaio aberto do mais novo trabalho do grupo Magiluth, O ano em que sonhamos perigosamente. Infelizmente, à época, não pude ir ver, assim como não pude conferir os resultados a que o grupo havia chegado quando de sua temporada no segundo semestre. Com atraso considerável, veio-me a oportunidade de assistir ao espetáculo agora, dentro da programação do 22o Janeiro de Grandes Espetáculos.

Da trajetória de 11 anos do grupo, acompanhei muitos de seus trabalhos, só perdendo os dois primeiros, que datam da época em que morei em Petrolina e estava, por isso, distante de muita coisa que ocorria no métier teatral recifense. Em 2012, na ocasião da VI Mostra Capiba de Teatro, escrevi um texto crítico sobre o Aquilo que meu olhar guardou para você, em que dizia: “Dos grupos de teatro de Recife, o Magiluth é um dos que levam a pesquisa de forma mais (…) consequente. Este trabalho (…) dá continuidade às investigações que os rapazes fazem de uma linguagem cênica mais antenada com os novos processos de comunicação estética na contemporaneidade”. A meu ver, do ponto de vista dessa comunicação estética, o grupo tem construído seu percurso com momentos de sucesso e outros, nem tanto. Normal, uma vez que os artistas, como qualquer ser humano na existência, está em constante experimentação e transformação. As questões que levantarei aqui, neste espaço, não desmerecem em nada a respeitável trajetória do Magiluth. Pelo contrário, vêm no intuito de dialogar com um grupo que admiro e a que estimo vida longa.

De acordo com as informações prestadas pelo próprio grupo, O ano em que sonhamos perigosamente teve como inspiração os pensamentos de Slavoj Žižek e Gilles Deleuze. O espetáculo, aberto a múltiplas interpretações, reflete, de forma alegórica (no sentido benjaminiano de alegoria), a condição estética e existencial do Magiluth. Artistas que, inseridos numa metrópole cheia de contradições, encontram-se em crise, na busca de sua própria linguagem e dos meios de expressão. O engajamento político, notório pela adesão ao Movimento #OcupeEstelita, foi ponto de partida para a construção de cenas e da partitura corporal do ator. Muito produtiva esteticamente foi a escolha de passagens de O Jardim das Cerejeiras, do dramaturgo russo Anton Tchekhov, como forma de expressar, para além do jogo dos atores, a especulação imobiliária em confronto com os que defendem a memória afetiva do espaço a que pertencem.

A despeito de algumas imagens e atmosferas realmente tocantes, senti dificuldade em estabelecer com o espetáculo uma comunicação estética satisfatória. Ele revela propositadamente seu caráter de inacabamento, mas falta ainda, a meu ver, um tempo maior de pesquisa, a fim de tornar esse inacabamento produtivo. Por exemplo, a relação entre o real e o ficcional, tema obsessivo do trabalho do grupo, carece, nesse último trabalho, de maior fricção, de um aprofundamento, caso contrário, o espetáculo corre o risco de cair na vacuidade do jogo, no lugar comum do próprio grupo. Ademais, o conceito do espetáculo está além do que o grupo pôde oferecer até o momento. Só para ilustrar o que digo, se o Magiluth partiu do conceito deleuziano de rizoma para pensar a estética da cena, faltou ultrapassar, de acordo com minha leitura, o nível da superfície. Em Deleuze, o rizoma compreende um sistema epistemológico que não tem raízes fixas e que, por isso mesmo, pode se ramificar em qualquer ponto, sem estabelecer sistemas fundamentais e hierárquicos de sentido. Entretanto, há no rizoma linhas de solidez que resultam em organizações relativamente estáveis por conjuntos de conceitos afins. A não ser pela fragmentação constitutiva da cena em O ano em que sonhamos perigosamente, o que remete à imagem do rizoma, carece ao espetáculo encontrar essas linhas de solidez de que tratavam Deleuze e Guattari, a fim de criar conjuntos de conceitos afins. Creio eu que, se o Magiluth  focar essa questão em suas pesquisas, poderá encontrar caminhos para uma comunicação estética desejável com seu público cativo e geral.

 

Admiro esse caráter pretensioso do Magiluth, pois demonstra que estamos lidando com artistas inquietos e ávidos pela pesquisa e pela experimentação estética. Parodiando Rilke, vejo que essa crise enfrentada pelo grupo está grávida de futuro. Acredito que, em seu percurso, o Magiluth acabará compreendendo que “menos é mais”, como bem salientou uma amiga que assistira ao espetáculo antes de mim. E eu continuo do lado de cá, torcendo sempre pelo sucesso desses jovens artistas.

TagsMagiluthO Ano em que Sonhamos PerigosamentePedro WagnerTeatro
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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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