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Filipe & Marcelo – ‘Até que a vida nos aproxime do que nosso corpo pode’ | Casamento, performatividade e agência

Por 4 Parede
6 de outubro de 2017
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Imagem – Arthur Reis

Por Roberta Ramos

 Profª Drª da Licenciatura em Dança (UFPE) e do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais (UFPE/UFPB)

 

Sim, sim, sim, com certeza!

(Marcelo Sena)

Em meio a tantas performances recentemente incompreendidas, violentadas e ameaçadas de interdição, o ato nupcial de Filipe Marcena & Marcelo Sena, neste último 30 de setembro, no Recife, nos suspendeu, ainda que provisoriamente, de um mar revolto de ódios, ignorâncias, fascismos e outras violências (contra a arte, os artistas, as escolhas, a diversidade) e nos agraciou com a cerimônia e festa de casamento mais poética, política e divertida da qual pude participar até hoje.

Falar deste casório, longe de pretender ser uma cobertura à la coluna social com ares intelectuais, é um convite a pensarmos como sua performatividade, que extrapola e muito a declaração “aceito” (verbo considerado performativo por já fazer o que declara fazer no próprio ato de enunciar) vai na contracorrente da forma nefasta como as relações entre performance e cotidiano têm sido usadas por grupos manifestantes de valores e interesses reacionários em nosso país nos últimos meses.

O acontecimento foi uma performance em amplos sentidos. Em primeiro lugar, certamente, como um ritual, o casamento encontra-se entre as situações que o teórico da performance Richard Schechner indica como possibilidades de ocorrência de performance, uma vez que o autor revela que “a performance pode ser vista tanto no cotidiano quanto na arte”. Isso não significa que o teórico defenda que “tudo é performance, mas sim que tudo pode ser visto como se fosse performance” (COSTA, 2015, p. 43). Segundo ele, “[…] qualquer comportamento, evento, ação ou coisa pode ser estudado como se fosse performance e analisado em termos de ação, comportamento, exibição” (SCHECHNER, 2003, p.39). Já seria nesse sentido performance, mas sua intencionalidade de propor inovações neste ritual fez com que este casório apresentasse um ato de fala que se insurge frente aos tempos sombrios que estamos vivendo.

Foto do Casamento de Filipe e Marcelo | Imagem – Arthur Reis | #4ParedeParaTod_s – Imagem colorida. Marcelo, do lado esquerdo da foto, é um homem com cabelo raspado, está usando blusa rosa escuro com mangas curtas e maquiagem azul nas pálpebras e sorrindo de frente para a câmera. Do lado direito, Filipe, homem com cabelos negros e cavanhaque, também sorri para a câmera e está usando blusa azul. No centro, o bolo de casamento redondo e branco, com bonecos em miniatura dos noivos. Marcelo segura uma faca e está prestes a cortar um pedaço.

Foi performance, também, no sentido em que a trata a filósofa americana Judith Butler, normalmente discutindo o conceito “dentro do contexto das relações binárias entre os gêneros” (COSTA, 2015, p. 43). Para ambos os autores, a ideia de performance encerra um “duplo movimento”, que inclui repetição e inovação, mas, para tanto, é necessário que haja intencionalidade. A partir de Butler, a discussão de performance e gênero traz à tona a ideia de performatividade, como insurgência de condutas inovadoras (sobretudo no que se refere a gênero, em sua discussão) em relação às condutas tidas como cultural e socialmente impostas, “sedimentadas ao longo do tempo, e que gerariam um conjunto de estilos corporais que aparecem como uma organização natural” (COSTA, 2015, p. 45). As inovações nessas condutas, portanto, viriam a constituir uma desestabilização nessa naturalização do que é social e culturalmente imposto, logo, normativo.

Dessa forma, o casamento de Filipe e Marcelo fez-se compreender como performance, tanto em sentido amplo como o de Schechner, a partir do momento que, como um ritual, em parte repete, em parte inova, e cumpre, inclusive algumas das funções (sempre são possíveis várias concomitantemente) que o autor reconhece como sendo da performance, a exemplo de entreter, fazer alguma coisa bela, fazer ou estimular uma comunidade, lidar com o sagrado e o demoníaco. Mas também, assumiu o caráter de performática ou, mais propriamente, performativa, ao afirmar outros entendimentos de gênero, modos de viver e de existir, através das inovações no ritual do casamento tal como ele é mais comumente vivenciado no contexto ocidental e heteronormativo.

Além desses sentidos, o acontecimento também se reinventou por uma relação também performativa entre um ritual (ou performance) da “vida real”, por assim dizer, e a performance agora entendida em sentido bem mais específico, a performance com finalidade artística. Tratou-se, portanto, de um ritual para celebrar um acontecimento, uma união, pertencente ao regime do real, mas, nesse caso, contaminando-se bastante pelas possibilidades criativas da poesia, da dança, do teatro, da performance.

A suspensão proporcionada pelo casório, a que me referi no início, tem a ver como ele estabelece propositadamente uma relação tênue entre vida e arte (outra característica da performance), mas exatamente no sentido inverso ao que tem motivado ações intolerantes e ignorantes, sobretudo partindo do Movimento Brasil Livre (MBL), contra performances ou exposições artísticas recém propostas no país e em cartaz em instituições culturais, a exemplo da exposição Queermuseu – cartografias da diferença na arte da brasileira, com curadoria de Gaudêncio Fidelis e em cartaz no Santander de Porto Alegre, e que tinha como tema a diversidade sexual, o universo queer, e as questões LGBTQI, tendo sida interrompida com um mês de antecedência devido aos protestos.

Outro exemplo foi a performance La Bête, do artista Wagner Schwartz, apresentada no último dia 26 de setembro na 35ª mostra Panorama de Arte Brasileira. Neste caso, a motivação dos incômodos foram apenas o nu e a circunstancial interação de uma criança com a obra (e não o contrário, tendo em vista a condição passiva do corpo do performer em cena). O caso levou a uma polêmica sem fim e ainda em curso, que envolve o questionamento sobre a “idoneidade” do artista, da instituição e da mãe da criança (que a acompanhava), devido à permissão para que a criança presenciasse e participasse, interagindo com o artista em cena (tocando, por exemplo em seu tornozelo. Oh!).

Os dois casos, entre outros, que foram inclusive discutidos no Dossiê Cena e Censura deste site, têm nos espantado por serem motivados pela e multiplicadores da onda fundamentalista, fascista e reacionária que assola nosso país em vários âmbitos e iniciativas, a exemplo do projeto de lei Escola Sem Partido e da autorização de Juiz do Distrito Federal para psicólogos (caso o queiram) oferecerem a terapia de reversão sexual ou a cura gay (!!!), entre outras absurdezas e coisas esdrúxulas, sobretudo, aos nossos olhos de séculos XXI.

Mas ambos chamaram atenção, ainda, por indicarem a completa ignorância de uma boa parte da população conservadora brasileira sobre como a arte se pensa em relação à realidade, como outro mundo possível, como alternativa, etc.. Para um grupo da sociedade, esses possíveis outros mundos não interessam mesmo e, a partir disso, rejeitam qualquer dissenso ou debate que a arte propõe; já para outros grupos, esses outros mundos são invisíveis, pois, pela mesma ignorância, atribuem um sentido único, por exemplo, à nudez cênica, às interações entre público e cena nua (como se uma criança, por exemplo, não tivesse a capacidade de discernir as situações de real risco dessas em que “Ver e tocar as coisas não são, no final das contas, senão maneiras de pensá-las” (Adão no Paraíso, José Ortega y Gasset).

Performance no casamento de Filipe e Marcelo | Imagem – Arthur Reis | #4ParedeParaTod_s – Imagem colorida da festa, em que quatro homens (na seguinte ordem: Marcelo, Edson, Kiran e Filipe) erguem os braços no alto, em um ponto da performance – todos vestindo roupas diferentes, mas que remetem aos imaginários do casamento (buquê, grinalda etc.). Ao fundo, lanternas redondas enfeitam o cenário do espaço.

Frente a esses episódios, o casamento de Filipe e Marcelo propõe uma inversão importante. Nos episódios reportados aqui, a arte performática, como de resto a arte de modo geral, não é acessada de forma justa, uma vez que as lentes reacionárias só a vêem por um ângulo do cotidiano, a partir do qual, impõem sua posição conservadora no real ao sistema simbólico e aberto da arte. No casamento em questão, ao contrário, um ritual do cotidiano é performativo enquanto tal, pois alarga os paradigmas do que se entende por esse ritual e, para tanto, vale-se, justamente, das possibilidades de dialogar com o sistema simbólico da arte.

Ou seja, talvez possamos resumir assim: no primeiro caso, o olhar cotidiano conservador é a lente para olhar para o ato artístico e desejar normatizá-lo, ou mesmo interditá-lo; no segundo caso, o olhar poético da arte contamina o ato cotidiano, a fim de performatizá-lo. Isto também nos possibilita dizer, ainda à luz de Butler, que este casamento, bem como outras práticas que se ressignifiquem como experiência, produziu agência, ou seja, potência, capacidade de agir justamente frente a uma “ordem social hegemônica” (FURLIN, 2014, p. 397). Segundo Butler, o motor da agência é o desejo, como a “força inovadora e impulsora de mudança”, possibilitando a consciência reflexiva, que leva o sujeito a agir a partir precisamente do que está posto como norma, a fim de “produzir algo novo” (FURLIN, 2014, p. 398).

Mas vejamos por que isto acontece, de fato, no casamento em questão. Desde o lugar escolhido, o Tropicasa (na engajada Boa Vista), e da convocatória, os noivos situam sua decisão de casar como parte e/ou continuidade da luta da comunidade LGBTQI:

“Então, antes que venha mais um golpe, vamos exercer nosso direito e oficializar união no civil, também como uma forma de resistência, depois de 3 anos e meio dividindo a mesma cama na lendária Rua Cuba”

Além disso, a convocatória brinca com códigos do casamento tradicional, tais como a lista de presentes, que pode ser relativizada, caso algum convidado “prefira” (entendendo a condição não milionária dxs amigues): “É obrigatório dar presente da Jurandir? CLARO QUE NÃO! Pode levar livros usados, objetos decorativos medievais, itens de Sex Shop ou qualquer outra coisa que vocês acham que a gente vai curtir? PODE! Amamos invenção!”.

E ainda as dicas de “Dress Code (ou “traje” pra quem não for bicha)”:

“Muita gente perguntando sobre o dresscode: mores, pensem em ARCO-ÍRIS TROPICAL como tema. Nossa sugestão são roupas mais leves, pois não há ar condicionado (o Tropicasa tem um janelão de ponta a outra do salão e ventiladores). Não precisa ser formal, mas se quiser ir de vestidão, saltão e cabelão, venha por favor! E se vier de cisne e botar um ovo no meio da pista de dança vai a ser rainha do Fashion Police!!!”

São inúmeros motivos, que, reunidos e resultantes na cerimônia que pude presenciar, me fizeram, nela, “chorar como uma garotinha”, e aos mais emotivos do que eu, como a “padrinha” Elis Costa, igual a um bebê com cólica (aqui me permitam esse tom de coluna social). A emoção é, sem dissociação, gerada por entender, e ao mesmo tempo sentir, como esse casamento-performance indica que seu próprio ritual se construiu já como um projeto que é fruto de uma união, e não para atender a convenções sociais, apesar de dialogar e negociar com estas, sendo justamente por isso agência. Os noivos estão unidos e engajados, juntamente a outros amigos participantes da cerimônia performática que sela a união dos dois, para produzir, após (pasmem!) vários ensaios e um processo de fato criativo, o que vimos acontecer.

Após um “atraso” (será, ou parte da proposição performática?) de duas horas, ao som do já performativo Like a Virgin / Hollywood / Work It (Madonna, Britney Spears, Christina Aguilera e Missy Elliot) – Live from the VMAs (2003), chegam os dois noivos, que performam uma subida “desencontrada” por poucos segundos. Ambos em figurinos que, frente ao regime normativo desse ritual numa sociedade heteronormativa, já inscreviam sua performatividade e dialogavam entre si, num projeto comum, igualitário. Filipe Marcena, em camisa de renda azul piscina e bermuda verde água, grinalda, maquiagem, unhas pintadas e bouquet, foi o primeiro a subir a escadaria do Tropicasa, não acompanhado e nem ao ritmo etéreo das noivas tradicionais, mas sozinho, decidido, e em passos firmes e “lacrativos”.

Casamento de Filipe & Marcelo (Entrada) from Filipe Marcena on Vimeo.

Parecia ali experimentar e dar a ver a certeza que, antes, no rito judicial transmitida a partir do Fórum, aparecia também no “sim, sim, sim, com certeza” de Marcelo Sena, após a pergunta se ele desejava “contrair matrimônio” (de onde a sociedade tirou verbo mais infeliz para um momento tão feliz?). Também com unhas pintadas, maquiagem, grinaldas, bouquet e blusa em renda (porém rosa escuro) e bermuda lilás, pouco depois, sobe Marcelo Sena, com ares performáticos de míope, procurando algo (o outro noivo, o palco, alguém no público, ou a felicidade, que encontra logo ali e em seguida?).

Ambos encontram-se no palco colocado à nossa frente no salão do Tropicasa, onde normalmente ficam as atrações artísticas, seja ela a roda de samba ou o DJ. Em seguida, entram em cena Kiran Gorki e Edson Vogue, que performam (agora aqui bem no sentido de transformar mesmo) figuras próximas ao que seriam o “padre” e o “coroinha”, respectivamente. Onde o Padre é o Poder (Vide P de Poder, Abecedário de Deleuze), a figura performática, assombrosa, emocionada e sábia na figura de Kiran, é Potência. Onde o Coroinha é Submissão, a presença deslumbrante, dominadora de cada músculo e olhar, de Vogue, é Empoderamento. E foram, justamente, potência e empoderamento, além de sempre bastante humor, os ingredientes que constituíram o ato de fala deste ritual mais coreográfico do que falado (embora tenha havido os juramentos, também performativos, dos noivos, para o casamento e um para o outro).

“Music stations always play the same songs

We’re bored with the concept of right and wrong”

(Fim de Like a Virgin / Hollywood / Work It (Madonna, Britney Spears, Christina Aguilera e Missy Elliot) – Live from the VMAs 2003)  

Outro aspecto que fez tremer de emoção, ainda movido pelos ingredientes da potência e do empoderamento, foi a presença inesquecível das mães dos noivos, Ana Maria Apolinário (mãe de Filipe) e Tereza Sena (mãe de Marcelo), e suas diretas participações no ritual, com a “benção” a esta união, ao juntarem as areias que trouxeram das praias baiana e pernambucana, para misturá-las em um único vaso e simbolizar um vínculo que é, antes, uma mistura de chãos e projetos comuns, do que qualquer tipo de aprisionamento. Destaca-se, ainda, como os próprios noivos realçam, em seu texto posterior de agradecimento, o “apoio incondicional” das famílias Apolinário, Sena e Oliveira.

Em meio a esse ambiente familiar nem sempre comum, à performatividade do ritual, do beijo, juramentos, valsa, e até dos docinhos, a exemplo dos de canela e os de sabor biscoito Oreo, esse acontecimento nos envolveu, a mim e a todos os amigos queridos e divertidos que tiveram a chance de participar, numa espécie de atmosfera heterotópica, como diria Michel Foucault acerca de espaços que, de alguma forma, suspendem a realidade, a exemplo dos jardins (entre outros espaços, nem tão paradisíacos assim).

No entanto, no tempo-espaço que estamos vivendo, mais do que uma heterotopia, a suspensão proposta foi um fazer-dizer (SETENTA, 2008) performativo, cujo ato de fala é a defesa de outros mundos possíveis, nos quais as pessoas possam escolher como ser felizes, no formato, nas cores, na dimensão, no sabor, e, sobretudo, em que tipos de projetos, relações e projeções para o futuro.

Por fim, vale notar que os bouquets literais, de cores alegres e material cênico, foram para Kiran (como um igual que celebra a união de seus iguais) e para Carlos Ferrera (olha aí, #Ficaadica para os pretendentes). Porém, com esse casamento performativo, um bouquet simbólico foi jogado para todxs nós, para que, ao agarrá-lo, saibamos viver e cultivar modos de vida mais potentes, libertadores e verdadeiros com o que nosso corpo deseja e pode.

Um brinde a cada dia a essa união e aos significados de seus muitos gestos generosos!


Para quem tiver interesse de conferir, seguem referências:

COSTA, Iracy Rúbia Vaz da. Interseções performáticas: o conceito de performance em Butler e Schechner. In: CARMARGO, Giselle Guilhon Antunes (org.). Antropologia da dança III – pesquisas do Ciranda – Círculo Antropológico em Dança. Florianópolis: Insular, 2015.

FURLIN, Neiva. Sujeito e agência no pensamento de Judith Butler: contribuições para a teoria social. In: Sociedade e Cultura., Goiânia, v. 16, n. 2, p.395-403. Jul./dez.2013.

SCHECHNER, Richard. O que é performance? In: Revista O Percevejo. Rio de Janeiro: UniRio, 2003.

SETENTA, Jussara Sobreira. O fazer-dizer do corpo: dança e performatividade. Salvador: Edufba, 2008.

TagsCasamentoCríticaEdson VogueFilipe MarcenaKiran GorkiMarcelo SenaRoberta Ramos
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#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

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#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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