“Sebastiana e Severina” faz temporada no Teatro Hermilo
Indicada para crianças a partir dos oito anos de idade, a peça musicada Sebastiana e Severina, produção de Claudio Lira e Teatro Kamikaze, está em temporada até o dia 10 de maio no Teatro Hermilo Borba Filho, aos sábados e domingos, sempre às 16h.
Concebida a partir do premiado e elogiado livro homônimo do pernambucano André Neves, escritor e ilustrador radicado há anos no Rio Grande do Sul, a peça conta com adaptação dramatúrgica e encenação de Claudio Lira, além da direção de arte de Marcondes Lima, iluminação de Játhyles Miranda e direção musical de Demétrio Rangel. No elenco, Célia Regina, Zuleika Ferreira, Luiz Manuel e o próprio Demétrio Rangel. A montagem recebeu patrocínio da Petrobras, através do Prêmio Myriam Muniz, da Funarte/Ministério da Cultura e, à frente da produção, estão Andrêzza Alves, Claudio Lira e Ivo Barreto.
No enredo, o tempo passou para as duas rendeiras Sebastiana e Severina, pois ambas já não dispõem da beleza da juventude, mas ainda acalentam um sonho em meio à monotonia dos seus dias: encontrar “um príncipe encantado” para casar. A chegada de Chico (um homem bonito, alto e inteligente) à cidade de Umbuzeiro, desperta logo o interesse das moças que, para cativar o coração do visitante, valem-se de cantar belas canções, fazer a renda mais bonita e até invocar os poderes mágicos de Dona Zefinha, a grande feiticeira daquela terra. No entanto, o destino (sempre ele) lhes prega uma grande peça e só então é que Sebastiana e Severina descobrem o valor da verdadeira amizade. “Foi o ator e escritor Luciano Pontes quem me apresentou o texto. De imediato, eu já tive vontade de levar à cena, pois me encantei pela obra por me proporcionar uma volta ao interior. Lembrei muito das festas de reis de São José do Egito, cidade dos meus pais onde vivi grande parte da minha infância”, relembra o encenador Claudio Lira, natural de Petrolina.
Em cena, os atores-músicos desmistificam a “quarta parede” e mostram-se misturados às personagens, revelando segredos do teatro como se fosse uma brincadeira lúdica de criança, já que são um grupo que chega a uma cidade do interior para contar a bela e divertida história das rendeiras solteironas Sebastiana e Severina. Através de uma espécie de oratório – a religiosidade é um elemento forte da narrativa de André Neves – todos os elementos vão se revelando, inclusive o próprio fazer teatral.