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Na Beira – Vida Dramatizada num Espetáculo de Fronteira

By 4 Parede
9 de maio de 2015
1778
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Por Bruno Siqueira

Contar histórias. Há nos seres humanos um impulso vital de ouvir e contar histórias. Uma das hipóteses para esse impulso é serem as histórias uma das principais maneiras que temos para conhecermos as coisas, para compreendermos nossas experiências na vida, para darmos significado(s) à existência. Isso quer dizer que, na vida, sentimos a necessidade existencial e cognitiva de dispor os acontecimentos numa ordem temporal em que os fatos se relacionem entre si e façam sentido para nós mesmos e para os outros. Assim sendo, há diversas possibilidades de dar forma à narrativa, cada qual proporcionando sentidos distintos para as experiências vividas. Para cada experiência, diversas narrativas.

Tomo essa premissa para tecer algumas considerações a respeito do espetáculo Na Beira, do grupo Teatro de Fronteira, com performance de Plínio Maciel e encenação/direção de Rodrigo Dourado. O trabalho, estreado em 2014, volta neste ano para uma nova temporada, outra vez no apartamento onde mora o ator. Partindo de diversos fatos e acontecimentos da vida de Plínio Maciel, Rodrigo Dourado procura, em sua encenação, dar a eles uma moldura estética que permite confrontar documentos biográficos com o imaginário da ficção, numa proposta de biodrama. A dramaturgia não se encontra fechada: de um roteiro pré-estabelecido, em que são disponibilizadas algumas histórias, o espetáculo conta com interação do público, o qual participa, dessa forma, da construção da poesia dramática.

Como isso se dá? Há dois momentos em que o público é convidado diretamente a interagir com o ator e performer. No primeiro, Plínio traz para a cena alguns monóculos e pede para voluntários descreverem a imagem vista em cada monóculo. De cada descrição, o ator conta fatos referentes a um tempo determinado de seu passado. No segundo momento, o público é estimulado a pegar envelopes, que contêm algum fato relativo à vida do ator, o qual, por sua vez, passa consecutivamente a contar as histórias que estão por trás dos dados fornecidos. Isso vai gerando um clima de intimidade entre ator e público, a ponto de todos se sentirem à vontade no apartamento e participando de uma boa noite de conversação e contação de história.

O que parece ser algo aleatório e desconectado deixa transparecer o rigoroso e delicado trabalho do encenador. Tudo é pensado meticulosamente para criar essa atmosfera de intimidade. Intimidade que supõe tanto o revelar de fatos da vida íntima de Plínio Maciel quanto também aquela estabelecida na interação ator/performer e seu público. Da cenografia à sonoplastia, as opções estéticas concorrem, pois, para o estabelecimento dessa intimidade. Os fatos que parecem brotar dos detalhes dispostos na cenografia apelam para memória do ator, e a narrativa dramática construída no aqui e agora da cena, ao mesmo tempo em que revela uma subjetividade – a do ator/contador de histórias –, põe em questão essa mesma subjetividade. Afinal, onde termina a dimensão biográfica e começa a ficcional? O que é contado corresponde ao que de fato viveu o ator em sua existência ou faz parte da ficção?

Com isso, o espetáculo, numa perspectiva pós-moderna, abre espaço para refletirmos sobre o uso e o sentido das narrativas em nossas vidas. O que se conta numa narrativa diz respeito exatamente aos fatos da realidade, ou cada narrativa (entenda-se: modo de contar uma história) organiza os fatos dispostos pela memória, atribuindo a eles um significado particular? Assim sendo, ao mesmo tempo em que somos levados a acreditar que Plínio Maciel está contando, fielmente, acontecimentos de sua vida, as narrativas criadas com o auxílio do público revelam que são formas particulares de interpretar e dar sentido um passado existencial. Nesse caso, o imaginário que se faz presente na construção das narrativas lhes dá tonalidades que variam de apresentação a apresentação, uma vez que cada sessão supõe um público diferenciado, narrativas diferenciadas e, por isso, sentidos diferenciados.

Essa tensão entre o público e o privado, entre o real e o ficcional é proporcionada pelo tipo de teatro que Rodrigo Dourado vem investigando e realizando nos seus últimos trabalhos: o teatro documentário – mais particularmente na forma do biodrama – e o teatro domiciliar. Para esse último trabalho, contou com a excelente colaboração de Plínio Maciel. O ator mostrou ser um grande contador de histórias,  sabendo alinhavar performaticamente os fios das narrativas e fazendo o público entrar no jogo da contação de história e se deleitar nesse mesmo jogo. Certamente, esse vereda das artes dramáticas constitui um terreno fértil e propício para o ator Plínio Maciel nos sensibilizar com seu grande talento. Trata-se, portanto, de um trabalho que proporciona entretenimento com saboroso acabamento estético.

Para ler a entrevista com o Teatro de Fronteira, clique AQUI.

Para saber mais sobre a temporada de Na Beira, clique AQUI.

Para ouvir nosso podcast sobre Teatro Domiciliar, clique AQUI.

TagsCríticaNa BeiraTeatroTeatro de FronteiraTemporada
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