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Home›.Tudo›Crítica – O Sujo Castigo dos Irmãos Karamazov | Só escrevo por amor

Crítica – O Sujo Castigo dos Irmãos Karamazov | Só escrevo por amor

Por 4 Parede
5 de março de 2020
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Imagem – Divulgação

Só escrevo por amor:  donde o amor não entra, minha cabeça não passa.

Poética de amor para O Sujo Castigo dos Irmãos Karamazov

Quisera eu poder esculpir
em minha alma
essa vontade que ontem
era mansa
que hoje rosna
que a noite acorda
e não volta a dormir

Quisera eu esculpir, nada
visto que a vida é feita de gás
que queima e se consome

Quisera que o canto
dos pássaros cantassem
sementes
e as sementes chorassem
madeira
e a madeira erguessem
a casa, o desejo do corpo
O corpo que se atemoriza
mas que aprende a amar
seu temor
o adeus, o fim, o recomeço

Quisera eu, poder nada.

D’Ozzi Cãndido.

Recife, carnaval, 2020.
Recife, 27 de novembro de 2019.

Se eu não chorar ao escrever o texto, queimo-o depois. Eis que esse fora um texto escrito entre a gargalhada e a chuva. Passei um mês sem conseguir falar do espetáculo sem embargar a voz e molhar meus olhos. E choro nesse instante. Um choro de celebração e reflexão. Como andar, ou trabalhar, até gastar-se, até a vida cumprir com a missão de findar-se.

Da última vez que estive aqui, me despedi de costas e sob a conjuração de que só voltaria a aparecer sob aspectos de outros rituais. Aqui estou numa gargalhada só. Como um drácula levantando-se de seu caixão formoso para espiar a vida e sentir sede dela. É isso: O sujo castigo dos irmãos Karamazov, da Cia NAVA de Teatro, é uma sede.

Sede de gritar a vida, de beijar os seios da vida, de morder a batata da perna e arrancar-lhe um pequeno pedaço e pedir perdão por isso, de cuspir a vida, de lamber o cuspe, de morrer. Não sei se vocês sabem, mas incorporar o poeta, é risco como todo risco. Às vezes ele não quer ir mais embora, derruba prédios e incendeia trens. É por isso que vivo tardando a hora do acasalamento.

O poeta chegou desde o dia que assisti o espetáculo. Chegou ali mesmo, parido. Sob uma cortina de fumaça e sentou no meu colo, bebendo meu corpo. O Que me vale dizer que o ato de contemplar O Sujo Castigo… invocou a instância mais sublime de um ser, o ser poeta. Disse-me ele (o poeta): prepara o melhor quarto que tiver que vou ficar contigo esse mês de dezembro. Eu disse: está bem. Como tu quiseres.

Sem rituais medonhos, que fingem serem autênticos, o espetáculo é, de fato um espetáculo, cujo transeunte fica afobado para que ele não acabe logo. Quer-se beber mais um pouco, ficar-se miseravelmente bêbado e sujo. Celebrando o grito quase impossível de ser dado na vida. O espetáculo dos Karamazov´s recifenses é um balé de alta postura no mundo. Os atores dançam no palco ao dizer-se personagem. Ao imitar a vida com tanto barulho, que eis que a vida eclode. O sujo castigo… é uma vontade. E não há nada que eu mais ame no mundo do que uma boa vontade.

Esse é um espetáculo que eu só brotei e nasci para dizer belezas, para cantar-lhe um hino, para pedi-los que gritem e gritem esse experimento humano cuja ferramenta ajuda o humano a ser humano. Um desejo de se agarrar consigo para amar a si mesmo, é inspiração de poeta. Cortejo de defunto. Alto farol da arte salvando o mundo de atracar, mesmo que o mundo jamais obedeça. Da Invenção ser louvada. O poeta habita no meio de voz, saudemos o poeta com pétalas de jasmim e àgua bebida da fonte, no meio da mata.

É de minha responsabilidade política e existencial, escrever sobre este espetáculo. E o faço como quem planta jardim, nina o filho, pesca o peixe, colhe os nabos.  Karamazov é uma briga que não sei decifrar, se eu tentasse decifrar (e se eu tentasse eu conseguiria) essa poética que vos escrevo agora, vós que tens olhos e ouvidos, mas sobretudo, vós que tens alma, não nasceria. Nasce pelo direito a suposição, ao experimento. Nasce por que o erro existe. Nada mais humilha a existência do que o não direito ao erro, a falha. E erro, pra mim, é a nota dez dos concursos. Acertar talvez seja andar ao contrário.

Vou escrevendo o texto até o texto aprontar a si mesmo. Eu me inventei para suportar a realidade. Minha casa é no lugar da imaginação. Constranjo-me por entender a realidade. Sinto-me doente. Mas imaginar é refazer a vida. Imaginar é amar a vida. Imaginar é recriar deus. Sou cavalo imortal, selvagem e doce, para a entidade da poesia morar. Morar com orgulho, eu saúdo a poesia e a poesia planta flores em meus pés.

O que quero dizer é sempre através do não’dito. Sou um blasfemador de palavras. Fico torcendo-as até virarem imagem. Não sei conversar com a boca, com a palavra. Eu prefiro o silêncio dos olhos que suportam conversar. Do toque que não supõe. E Karamazov me aguça a poesia. Torna-me o corpo acolhido num mundo onde os corpos não podem desnudar-se. Como, pois, poderemos exigir almas nuas?

Precisei passar o carnaval aqui em Recife, para fazer jus ao ritual sagrado do reconhecimento. Essa poética desvairada seria lançada na abertura do carnaval, por que este espetáculo tem o espírito do carnaval em seu cheiro. Do ponto de vista social, Karamazov é uma entidade. Um retrato bem retratado da mesma sujeira que polui o rio Capibaribe e tantos Capibaribes pelo mundo. Karamazov é triste. Como olhar o rosto no espelho do tempo. Mas alto lá, a tristeza a qual me reporto, é tristeza essencial para a vida.

Uma pessoa não triste, é insuportável. Uma pessoa leve pesa o mundo. Do olhar coletivo, Karamazov é uma denúncia potente. Do ponto de vista estético, é um laboratório, e do ponto de vista psicológico, o resultado de uma vivência social comum vivenciada por costumes ideais de amor e dor.

Lugar comum de inversão. Instância donde se esquece o tratado de sermos pessoa, erguendo-nos a um lugar donde um gênero impera. Donde esse mesmo gênero financia a barbárie. Desejas experimentar o nascedouro de uma personalidade? O Sujo Castigo… propõe um experimento próximo ao sublime.

Não posso deixar de afirmar que o espetáculo é uma discussão sobre o amor. O amor que não deu certo, evidente. Visto que o amor tem pré-requisitos para ser amor. O espetáculo é um recorte experimental sobre como constituímos culturas que desembocam em outras culturas. É um retrato sobre abusos e abusados. Uma canção cortante que canta a vida enquanto essencialmente resistente.

A gente precisa aprender a resistir a nós mesmo e aos outros. A gente precisa resistir por força e não por fuga ou medo. A gente precisa largar mão de esconder nossa cara na tentativa inocente de sermos perversamente românticos. Tudo isso cabe em Karamazov. Tudo isso cabe nas reflexões sobre os conceitos que miram mais os acadêmicos do que o real experimento da vida enquanto sentir único, intrasferível e findável.
Ao que fora me pedido, findo com a promessa. Vou andar de olhar a vida e espreitar novos espelhos a fim de restaurar a força do meu fôlego quando sou convocado novamente a vida. Um beijo nos olhos d’O Sujo Castigo dos Irmãos Karamazov, vida longa à sua existência.

Recife 21 de fevereiro de 2020. Poética de olhar caleidoscópico. Todos as vias brotam poesia. Di Ozzi Cândido. Poética do Eu Lírico. Sítio Cafuba/20.

TagsCia NAVA de TeatroCríticaCrítica TeatralO Sujo Castigo dos Irmãos KaramazovOzzi Cândido
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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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