Quarta Parede

Menu

  • Sobre o 4ª Parede
  • Quem Faz?
  • Fale Conosco

Seções

  • INÍCIO
  • Dossiês
    • Atual
    • Anteriores
  • Podcasts
  • Entrevistas
  • Videocasts
  • Críticas
  • Como Colaborar
  • Expediente
  • Sobre o 4ª Parede
  • Quem Faz?
  • Fale Conosco

logo

Quarta Parede

  • INÍCIO
  • Dossiês
    • Atual
    • Anteriores
  • Podcasts
  • Entrevistas
  • Videocasts
  • Críticas
  • Como Colaborar
  • Expediente
  • Podcast #64 | Sal no Palco, Tempo no Deslocamento

  • #21 Ruínas ou Reinvenção? | Panapaná e a escrita como dança

  • #21 Ruínas ou Reinvenção? | O Picadeiro e a Fênix

  • #21 Ruínas ou Reinvenção? | Uma pausa para revelar memórias invisíveis: dança a partir das ruínas

  • #21 Ruínas ou Reinvenção? | As vísceras da dramaturgia. Práticas de loucura para uma escrita

.TudoCríticas
Home›.Tudo›Crítica – Gota d’água [PRETA] | Camadas de pretitudes

Crítica – Gota d’água [PRETA] | Camadas de pretitudes

Por 4 Parede
12 de março de 2020
3264
0
COMPARTILHE ESSE CONTEÚDO

Imagem – Evandro Macedo 

Por Lorenna Rocha
Licencianda em História (UFPE) e Crítica Cultura

Nos meus primeiros dias em São Paulo, as primeiras 48 horas já anunciavam que eu precisaria criar estratégias múltiplas para lidar com os ambientes em que a branquitude se espalha e confronta minha existência. Não falo apenas da excessiva presença branca que percorre as filas dos espaços teatrais, mas das diversas ausências e um tônus de enfrentamento que se espalham por lugares bem assinalados nesta cidade e que fazem parte das próprias experiências [de trauma] negras. Pouco parece para algumas pessoas, mas se instala um clima que fica, por vezes, difícil racionalizar ou nomear: simplesmente é.

Se a minha investida de ir até ao Aparelha Luzia era um modo de encontrar um simples respiro num sábado à noite, essa ação ligeiramente se traduziu em recarregar minhas energias. Naquele lugar, as materialidades de objetos e símbolos das negruras me chamaram atenção: enquanto a música de Jota.pê tomava conta do espaço, o vaso com arruda, o defumador, livros de pensadores negras(os), um quadro com os dizeres “as histórias têm outros lados” e a imagem da Érica Malunguinho emoldurada não eram pequenos detalhes. Tampouco objetos com uma função decorativa que findava em si. Como num processo de reinscrição, essas peças assinaladas apontavam para outras formas de estar e sentir o(s) mundo(s). 

Dias depois chego ao Teatro do Sesi, no Centro Cultural da FIESP. Olhando para o palco, pareço revisitar a sensação que tive ao estar no Aparelha Luzia. O vaso com espada de São Jorge, a bandeira do Brasil no chão repigmentada com as cores da Mangueira (e com manchas de sangue), as bandeiras brancas com a representação de alguns orixás, os atabaques e as garrafas de cachaça não eram pormenores. A composição do espaço cênico negritava em múltiplas camadas a dramaturgia criada por Chico Buarque e Paulo Pontes, em 1975, Gota d’água, assim como o próprio nome da peça dirigida por Jé Oliveira enfatiza: Gota d’água [PRETA]. O acontecimento teatral também reterritorializa o próprio espaço da FIESP. Uma das instituições apoiadoras do golpe de 2016, a(s) presença(s) e história(s) preta(s) naquele teatro, simbolicamente, se tornou(ram) um gesto potente de retomada.

Pensar em teatro(s) negro(s), parafraseando o crítico e pesquisador Guilherme Diniz em seu artigo Crítica da Razão [TEATRAL] Negra (acesse AQUI), é compreender que há outros universos de práticas, conceitos e possibilidades afetivas a se conhecer e se inventar. Posicionando a crítica também como um lugar de co-criação e fabulação, como nos aponta a crítica e pesquisadora Soraya Martins em seu texto Sobre crítica, fabulação e expansão (acesse AQUI), produzir reflexões sobre Gota d’água [PRETA] torna-se também um movimento de fazer emergir outras significâncias, de criar e curar, como diz Soraya, através da escrita. Em ambas leituras, os pesquisadores são enfáticos quanto a necessidade de atentarmos às produções e procedimentos estéticos criados, inventados e reinscritos por essas presenças negras no teatro, indo além das leituras políticas do que se tem produzido na(s) cena(s) negra(s).

Ativando essa chave de leitura, pretendo destacar alguns desses procedimentos de Gota d’água [PRETA], me perguntando se podemos dialogar com aquilo que chamamos de “estética(s) negra(s)”. Existe uma(s) estética(s) negra(s)? 

A peça tem como núcleo narrativo principal a desilusão amorosa de Joana (Juçara Marçal) por Jasão (Jé Oliveira), após os dez anos de relacionamento entre eles. Com sua repercussão na mídia, devido ao sucesso da canção Gota d’água, o sambista atrai atenção de Alma (Marina Esteves) e se vê interessado pela possibilidade de ascensão social devido à fama e ao casamento com a jovem, que é filha do empresário Creontes (Rodrigo Mercadante), responsável pelo conjunto habitacional que abriga mais de oitenta famílias na periferia em que se passa a história. Se na versão original a pretitude não estava explicitada, mesmo falando dos subúrbios cariocas, é a presença negra em cena junto aos atabaques que se encontram com a musicalidade de Tim Maia, Racionais MC, Jorge Ben Jor e Elza Soares que dão tom e cor para essa história. 

Dando um giro de autorreferencialidade, a peça racializa as questões de classe desenvolvidas pela dramaturgia original, atualizando-a com temáticas e problemáticas das negritudes no Brasil do presente, com elementos cênicos, iluminação, sonoridades e visualidades que remetem a símbolos, culturas e produções de saberes negros. Como numa encruzilhada, a dramaturgia se sobrepõe, se expande, se desdobra, volta ao seu início, num eterno movimento. A saudação a Exú, marcada e produzida pela corporeidade da atriz Aysha Nascimento e pelas luzes vermelhas que se espalhavam pelo palco, era um pedido de licença, uma anunciação: a abertura dos caminhos estava feita.

Os atores e atrizes, que iniciam a peça sentadas desenhando um semicírculo em cena, mesclam o modelo de palco à italiana e semi-arena, com a presença de duas arquibancadas que convidam o público a uma experiência espetacular de dentro, de junto, de perto. Começados os trabalhos, atores e atrizes levantam-se um a um, formando um corpo coletivo que anda de um lado para o outro em cena, demarcando as dimensões individuais e coletivas dos personagens. Ainda nesse movimento de ir e vir, a presença das personagens femininas toma destaque e os homens voltam aos seus assentos iniciais. Marcando as jornadas múltiplas numa sociedade que historicamente explora e suga o corpo preto e feminino, cada uma das personagens tem seu corpo tombado no espaço, numa demonstração de esgotamento, que passa a encontrar uma rede de apoio em suas irmãs-comadres ao serem rapidamente levantadas umas pelas outras.

Uma questão pertinente levantada pela crítica e pesquisadora Luciana Romagnolli, no texto Gestos de Desobediência (acesse AQUI), está em relação à maneira como as questões de gênero estão traçadas pela peça Gota d’água [PRETA] que, segundo os apontamentos críticos desenvolvidos por ela, a personagem de Joana acaba por perpetuar o patriarcalismo, devido a sua profunda relação de dependência à figura de Jasão, que é responsável por todo seu desgaste físico e emocional, assim como pela competição entre as personagens Joana e Alma. 

Ao mesmo tempo que concordo com Romagnolli, se podemos fazer um movimento de descentralização da figura de Joana, sem relativizar as opressões de gênero que se repetem na estrutura do texto, não custo a destacar outras duas personagens: Nenê (Dani Nega) e Corina (Aysha Nascimento). Ambas, aos meus olhos, são grandes dinamizadoras deste enredo, com seus diferentes estados de presença e de função dentro da narrativa. Em meio às suas diferentes tomadas de decisão e de leitura sobre o que está se desenrolando naquele espaço, elas constroem um pacto de coletividade que vislumbra assistenciar Joana e retirá-la de sua solidão e angústia.

Ainda que estruturante na narrativa, a mesma Joana que encontra-se desolada devido ao abandono e as implicações de classe e raça que a decisão de Jasão tem por si só,  ela também protagoniza monólogos que refletem a investigação de si mesma para entendimento daquilo que a oprime, justificando a opção de sua morte no final, não apenas no que se refere a um retrato social do Brasil, mas como uma mulher que também se faz dona do seu destino, lúcida de suas decisões. Uma outra camada desse desfecho, é a atualização da maneira como podemos ler esse fim da personagem, tendo em vista que, dentro da cosmologia africana, a morte se relaciona a outros significados, a novos começos, a uma contínua conexão entre todas as temporalidades, potencializando a escolha de Joana, nesse sentido.

Muitas das imagens protagonizadas por Juçara Marçal produzem uma potência visual que contrasta com a violência estrutural em que aquela mulher está envolvida. O trecho da música Mulher de Vila Matilde de Elza Soares, após o embrutecimento violento de Jasão perante Joana, corta e perfura a história como resposta imediata a um quadro de violência que tanto se repete no país, dentro dos núcleos familiares. Se a força da personagem Joana vai se construindo com o decorrer do tempo, e se complexificando, Jasão se descamufla cada vez mais, mostrando suas fragilidades e escancara seu tom conciliatório que muito mais agrada a suas próprias ambições do que aponta para um gesto pensado em um lugar de coletividade.

Outras duas escolhas de procedimentos estéticos e poéticos que se destacam em Gota d’água [PRETA], são os usos de dois conjuntos de objetos cênicos: as cadeiras e os microfones. Se a forma de sentar, o tipo de material e tamanho de uma cadeira podem anunciar e demarcar simbolicamente as diferenças de classe que se estabelecem no Brasil, o uso dos microfones nos momentos em que se quer enfatizar um momento do diálogo, como se deixasse vocalmente uma espécie de caixa alta, são eles também que potencializam as vozes das pretitudes no palco, ecoando vozes, dando atenção e coro a essas presenças. Tal procedimento estético me faz lembrar da imagem criada pela última cena do espetáculo PRETO, da cia brasileira de teatro, em que a atriz Cássia Damasceno está envolta por uma série de microfones que projetam a cena para ela, fazendo com que a voz daquela mulher preta encontrasse eco, à sua maneira.

Em múltiplas camadas, com ambiguidades e tensões internas naquilo que se pretende fazer, Gota d’água [PRETA] é um gesto de reinscrição, um grito pela coletividade e uma demarcação daquilo que ainda se custa a ver: as ações fundantes das populações negras e o sangue preto que constitui a estruturação desse país.

TagsGota d'água [PRETA]Jé OliveiraJuçara MarçalLorenna RochaMITsp 2020NegritudesQuestões de classeQuestões de gêneroQuestões de raça
Post Anterior

Crítica – O Pedido | O absurdo ...

Próximo Post

Crítica – Meia Noite | A força-motriz ...

Posts Relacionados Mais do autor

  • .TudoCríticas

    Crítica – Donos | Os donos são (os) outros – até quando?

    6 de dezembro de 2019
    Por 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Festival de Artes Cênicas de Alagoas – 6ª edição | Fraturas na gira

    25 de novembro de 2021
    Por 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Crítica – Meia Noite | Gingar com a luz da escuridão

    19 de março de 2021
    Por 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Crítica – Show Opinião de Novo | Teatro, música e política para a (re)construção de outros tempos

    22 de janeiro de 2020
    Por 4 Parede
  • Imagem colorida de um palco. Nele, quatro atores estão diante de uma tela azul
    .TudoCríticas

    Crítica – Estudo nº 1: Morte e Vida | Imagem como matéria, desimplicação como escolha

    24 de março de 2022
    Por 4 Parede
  • .TudoCríticasDossiês

    #13 Negritudes | Vamos falar de pretura

    22 de novembro de 2018
    Por 4 Parede

  • .TudoDossiêsEntrevistas

    #07 Cidades e Intercâmbios | De bailarino basco a cidadão do mundo

  • .TudoDossiês

    #11 Corpos [In]Visíveis | Danço um país à beira do fascismo: Meu corpo existe e quer inaugurar seu lugar

  • .TudoEm Cartaz

    Caixa Cultural Recife recebe espetáculo “Contrações”

ÚLTIMOS PODS

INSTAGRAM

Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
Siga no Instagram

Receba feeds quentinhos

Cadastre seu e-mail e receba as novidades em primeiro lugar

Quarta Parede - Palco & Plateia. Unidos! Direitos Reservados. Desenvolvido pela Atuante Agência Digital. V1.1