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Crítica – Estudo nº 2 – Miró | Acendi um cigarro numa cidade de isopor que pegou fogo em poesia

Por 4 Parede
6 de junho de 2023
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Imagem – João Maria Silva Jr

Por Guilbert Kallyan da Silva Araújo

Estudante do Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFil/UFPE) e Psicólogo Clínico (CRP 02/27050)

 

A peça Miró: estudo nº 2 do grupo pernambucano de teatro Magiluth esteve em cartaz no Teatro Apolo, nos dias 20 e 21 de maio de 2023, e dá sequência às incursões do grupo em repensar as construções que se desenvolvem nos seus espetáculos teatrais, através das vivências pessoais e profissionais vividas durante a pandemia. A partir dos trabalhos realizados durante o período pandêmico em modelo on-line, o grupo se colocou a repensar as disposições e noções de teatralidade em palco, tanto das questões de espaço e estrutura, quanto das noções de atuação e de construção de narrativa e personagens.

No estudo nº1, Morte e Vida, estreado e encenado em 2022, o grupo se dispôs a investigar, a partir da obra Morte e Vida Severina do escritor pernambucano João Cabral de Melo Neto, os caminhos possíveis para a construção de um espetáculo teatral, questionando tanto como se estrutura, quanto como se consolida e se executa o roteiro em ato.

 

Dicionário Miró, parte 1: Alegrismo; Besteiras; Oh my dog ; Ki-suco; Tiro.

Se no primeiro estudo houve uma investigação acerca da espacialização do espetáculo, neste o que temos é um aprofundamento para pensar aqueles que compõem e realizam o fazer teatral através do corpo em atuação, dando especial atenção ao que entendemos como construção de um personagem. Conforme relatado em matéria do ABC do ABC[1], este espetáculo vem sendo pensado desde 2015 quando o grupo se mudou para a região central do Recife, no edifício Texas, situado no Bairro da Boa Vista, onde funcionou como um ambiente de alto fluxo cultural, tanto de peças quanto de figuras artísticas de Pernambuco, dentre os quais o que acabou por se tornar o grande personagem do novo estudo: Miró da Muribeca. Como o próprio Giordano Castro, um dos fundadores do grupo, coloca na supracitada matéria, o processo de construção do Estudo Nº2 possui uma íntima relação com o Itaú Cultural, pois foi durante os ensaios de Fruição em 2021 que o Magiluth começou a abrir o processo de criação de espetáculos para novos públicos a partir de uma nova configuração de realização das peças.

Em Estudo nº2, há uma encenação que se dispõe a pensar, a partir da história e das reverberações da existência de Miró, aquilo que compreendemos enquanto sujeitos de uma peça teatral, dando especial enfoque para o que se entende por protagonismo, antagonismo e o lugar do coadjuvante dentro – ou melhor, à margem – de um espetáculo teatral. Temos aqui uma tentativa de encenação da vida e obra de uma cidade que se fez em corpo. Por mais que tenhamos Erivaldo Oliveira na pele de Miró, Giordano Castro dando as vozes como o autoproclamado antagonista, e Bruno Parmera como o curioso coadjuvante, suas posições não são tão delimitadas a ponto de conseguirem ser demarcadas por um pedaço de fita no palco que, em tese, circunscreveria a atuação a partir do lugar que cada um deles ocupa na cena.

Por estarmos falando de Miró, um homem negro e periférico que fez da cidade seu mundo, a ponto de sua carne se confundir com o concreto que voava feito isopor em suas palavras. Não podemos nos dar ao luxo de pensar a fala que vibra como sendo necessariamente aquela que vem do centro, mas sim daqueles que vêm da margem.

 

Dicionário Miró, parte 2: Ônibus; Domingo; Marginal; Ponte; Recife.

É curioso pensar como geralmente associamos o lugar de protagonismo com o centro do fenômeno, seja ele de ordem natural ou artificial. Quando vivenciamos uma cheia ou uma enxurrada, costumamos associar de forma direta a forte chuva com a força da água que leva pedaços de história pela força da inundação, mas poucas vezes nos atentamos que a consequência direta é permeada por uma série de acontecimentos prévios e concomitantes ao momento da nossa percepção. Da mesma forma que uma inundação tem mais a ver com a forma de utilização do solo de maneira não planejada, uma peça que se dispõe a colocar uma cidade feita de carne em evidência tem a difícil missão de fazer a margem não só caber no centro, como fazer dela a protagonista. Miró, um poeta que com muito alegrismo poetizava besteiras não tão besteirosas assim, é uma força da natureza que arrasta nossos corações para a margem de nós mesmos através de suas palavras.

A história do ícone muribequense demandava a energia de dois sóis se beijando no escuro de um teatro para que pudesse ser minimamente encenada de forma consoante ao homem que bebia pelas ruas, oh my dog, perdão, ele não só bebia, ele degustava o concreto fazendo-o voar feito isopor pela sua fala enérgica. Quem teve o prazer de conhecer Miró ainda em vida em algum lugar do Recife vai poder afirmar, com toda certeza, que a performance de Erivaldo Oliveira transparece bastante fidelidade de fala e comportamento.  Assim que se iniciou a peça, me senti suficientemente confortável para pegar um ki-suco e contemplar o reencontro com o velho amigo de almoço. Iniciada a peça, as palavras se tornaram bala, e Miró pode, finalmente, subir ao palco, para usar suas balas da margem.

O personagem central, ou melhor, periférico, condensa em sua história um relato que, um tanto corriqueiro, faz com que esqueçamos que estas histórias são tão potentes quanto aquelas que costumamos aprender na escola. Miró é a encarnação da poesia feita em carne, cachaça e bala, um filho da desigualdade social que pariu tantos e tantas negros e negras, mas que também se alimenta da morte de gente preta pra continuar a existir. Máquina de segregação. Se de um lado temos a margem tomando o protagonismo, do outro temos o protagonista do cotidiano buscando se firmar como tal na peça: o homem branco cis normativo que encarna o privilégio em sua carne. O contraponto entre eles se torna ainda mais evidente no momento, durante a peça, da seleção para protagonista do espetáculo, quando é colocada em xeque a possibilidade de um sujeito normativo conseguir encarnar, seja no corpo ou na atuação, o direito de ser Miró.

Como poderia ser o protagonista de uma cidade desigual que se fez corpo, um sujeito que reivindica uma pernambucanidade abstrata, falando em leões do norte, e sendo a representação fidedigna de tudo que Miró não representa? Ou melhor, tudo aquilo com o que ele não se apresenta. O protagonista é à margem da margem que faz o centro ser margem da centralidade demandada para falar da história de quem brincava, aos gritos e carinho, com palavras.

A construção dramática dos personagens é cruelmente real, visto que Miró deixa de ser figurante do seu próprio espetáculo e passa ser personagem não só central, como protagonista – mas sempre à margem, pois é à margem que se protagoniza na centralidade – a partir de sua inauguração enquanto sujeito pela interdição violenta do estado. Miró só existe enquanto Miró no momento em que reivindica e recebe seu nome, com título e marcação de lugar, reiterando que este não é senão um corpo marcado geograficamente, que é interditado pela violência para que assim seja, finalmente, inaugurado.

O nome só surge quando há o contato com a interdição, e a interdição é violenta; é como se somente a partir da interdição que os sujeitos pudessem existir. É curioso pensar neste âmbito, visto que, por exemplo, para a psicanálise, o sujeito se inaugura como tal a partir de uma interdição que o pontua enquanto dotado de si na medida que este se diferencia de sua mãe; tornando-se dotado de si na medida em que se diferencia do outro. O nome se torna um delimitador do corpo. Entretanto, tal esquema pressupõe que haja uma realização plena do próprio corpo na medida em que este se diferencia da figura materna, algo que é irrealizável quando pensamos no esquema de construção subjetiva da população negra periférica, cuja tônica do real é a contínua negação das possibilidades de realização de si, sempre sendo violentado em todas as esferas possíveis. Miró, o nome, só surge quando este responde a violência com a poética.

É necessária uma atribuição de nome para que a partir dele se possa existir. Na peça, cada nome é reivindicado a partir de um lugar distinto, que marca não só a fita no palco de quem vai ocupar cada espaço, como também o que este nome carrega de história. Miró é, sobretudo, um filho das mais variadas formas de violência, que se fez presente na presença das palavras, inaugurado na violência, que por vezes a utiliza para ser Leão, mas sem ser um pretenso leão.

 

Dicionário Miró, parte 3: Hotel; Muribeca; Cachaça; Solidão; Apito

Se o protagonista aqui nasce da margem, ou melhor, veio da margem, digo, está à margem, quer dizer, é à margem, ou melhor, é A margem, tal lugar só se confere na exata medida em que exista um pretenso centro que reivindique a centralidade, que se faça na imposição da demarcação que se legitima através da diferenciação. Quem faz de Miró A margem não é só a posição que este ocupa, mas em como tal lugar se dá na contraparte em diferença ao típico protagonismo das cidades. O preto Miró só é margem porque existe o centro branco.

Quem faz Miró existir é a diferença, e a diferença é marcada pela interdição, e esta o é, de forma objetiva – como poucas vezes algo objetivo pôde ser evocado nessa encenação, ou seria uma história real? Não saberia dizer – por conta da violência: quem faz nossa margem ser centro protagonista é a violência que o antagonista exerce ao se colocar como parte física do lugar de onde vem o coadjuvante, filho do centro, mas herdeiro da brancura que agencia o direito de matar do estado.

É o antagonista quem o faz nascer pela violência. Miró era a cidade que declamava poesias como força e forma de existir. Ao ser colocado e evidenciado no mundo na posição de quem sofre baculejo com a mesma frequência que tomamos um copo d’água, evidencia como este poeta não era somente carne, ele era a própria cidade. O Recife, cidade das pontes nas quais passam inúmeros e incontáveis ônibus todos os dias, carregando milhares de cabeças que pensam, sentem e voam, não é apenas a capital pernambucana, também é a cidade marginal que tem na díade alegria/violência a sua organização diária. Miró era o Recife. E o Recife é uma cidade preta violentada.

O momento em que há o uso do palco em sua totalidade, do proscênio até os fundos, fazendo nossa margem ir até o banheiro se banhar em desespero através da tentativa de se fazer vivo pelas palavras, foi, talvez, o momento em que senti de forma mais contundente a presença da poesia encarnada no palco. Foi como se Miró estivesse em minha frente, e realmente o estava, pois a poesia de bala que tanto permeia a mente quando pensamos na vida na janela do ônibus, pôde ser encarnada e feita em carne através da atuação.

O espetáculo alcança seu objetivo de repensar os lugares que ocupam aqueles que estão em cena. Uma pessoa que fala sobre outra pessoa, para que assim seja um personagem – mas sempre uma pessoa. Quebrei os ponteiros do relógio pra esquecer não só o tempo, como tudo que havia para além daquele teatro, para além daquele reencontro com o velho amigo poeta que encontrava por vezes nas pontes, brincando com as palavras, relatando a solidão pela presença dos versos que rasgavam o silêncio barulhento do Centro.

Mais do que Miró, a peça também é sobre Muribeca, o lugar de resistência que foi destruído como um dos atos antagonistas para lucrar com moradia especulativa. Muribeca era resistência, e essa se fez carne no corpo de uma pessoa, que voava feito isopor.

A peça é sobre a terra que caminhou com nome de Miró, um bairro feito de carne, filho da violência, se alimentava de poesia, bebia cachaça pra matar a sede da terra seca que via sonhos na janela do ônibus…. A peça não é. Ela se faz. Como Miró se fez. Na mordida do mundo com a boca lotada de palavras que rasgavam a garganta enquanto eram digeridas na exata medida em que eram regurgitadas. Um espetáculo que celebra a vida e obra de uma poesia feita de carne, tão humana e intensa que conseguiu fazer uma metrópole inteira caber num único corpo. Miró é ponte, é poesia, é poeta, é música, é tanta coisa ao mesmo tempo. E, sobretudo, é Muribeca.

Notas de Rodapé

[1] https://www.abcdoabc.com.br/abc/noticia/itau-cultural-recebe-temporada-estreia-miro-estudo-n-2-194083. Acesso em 22 de maio de 2023 às 22:00.

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Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

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#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

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Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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