Quarta Parede

Menu

  • Sobre o 4ª Parede
  • Quem Faz?
  • Fale Conosco

Seções

  • INÍCIO
  • Dossiês
    • Atual
    • Anteriores
  • Podcasts
  • Entrevistas
  • Videocasts
  • Críticas
  • Como Colaborar
  • Expediente
  • Sobre o 4ª Parede
  • Quem Faz?
  • Fale Conosco

logo

Quarta Parede

  • INÍCIO
  • Dossiês
    • Atual
    • Anteriores
  • Podcasts
  • Entrevistas
  • Videocasts
  • Críticas
  • Como Colaborar
  • Expediente
  • Crítica – Breaking/PE | Vestígios históricos H2, PE

  • Crítica – vaga-lumes | Carta para a pintora da dança Dani Guimarães

  • Crítica – Bokeh | A luz invisível que nos atravessa

  • Crítica – Inverso Concreto | Conexão coletiva e arquitetura desconstrutiva

  • Crítica – A Engrenagem que Nos Move | Deixa eu te contar a história da engrenagem que ganhou VIDA!

.TudoCríticas
Home›.Tudo›Crítica – O Beijo no Asfalto | O visto e o dito em ‘O beijo no asfalto’

Crítica – O Beijo no Asfalto | O visto e o dito em ‘O beijo no asfalto’

Por 4 Parede
29 de maio de 2016
3895
0
COMPARTILHE ESSE CONTEÚDO

Imagens – Américo Nunes

Por Igor de Almeida Silva
Doutor em Artes Cênicas (USP) e Professor da Licenciatura em Teatro (UFPE)

O beijo no asfalto é uma montagem sob a direção de Claudio Lira, contemplada pelo Prêmio Funarte Nelson Brasil Rodrigues – 100 anos do Anjo Pornográfico, que financiou a realização de 17 peças do dramaturgo, reunindo-as na mostra A Gosto de Nelson, que ocorreu de 1 a 31 de agosto de 2012, no Rio de Janeiro, como parte das comemorações em torno de sua obra, e que cumpre, atualmente, temporada no Teatro Apolo, na cidade do Recife. Na peça, o destino fatídico do protagonista Arandir é determinado pelo acaso e pela calúnia. Testemunha do atropelamento e morte de um passante, Arandir beija o moribundo no asfalto em um ato irrefletido de comiseração. A partir daí sua vida é destruída por acusações e reportagens sensacionalistas encetadas pelo delegado de polícia Cunha e pelo repórter policial Amado Ribeiro, que forjam uma trama de crime e paixão homossexual.

A verdade dos fatos torna-se relativa, pois cada um possui a sua. A cada nova versão dos acontecimentos difundida pela imprensa, somam-se outras estórias e versões, constituindo uma espécie de mitologia em torno de Arandir, que se esforça em preservar sua integridade psíquica e moral a despeito da opinião pública. Não importam suas ações, ou o que ele diz sobre si mesmo, mas o que se diz sobre ele. De certa maneira, a frágil e reticente figura do protagonista torna-se apenas uma imagem (ou múltiplas imagens), que se mantém viva na narrativa graças ao perverso poder de fabulação do jornalista Amado Ribeiro.

Arandir existe enquanto objeto de desejo e escárnio, desprovido de “vontade” no sentido clássico de construção de um personagem. Ele é desejado simultaneamente pela esposa, pela cunhada e pelo sogro. No lugar da compaixão, sua fragilidade desperta a volúpia. Além disso, o escárnio do qual é vítima revela uma pulsão sexual reprimida tal o fascínio com que Amado Ribeiro e o delegado Cunha arquitetam sua fábula caluniosa e assediam moral e fisicamente Arandir, assim como os demais membros de sua família, principalmente sua esposa Selminha que, se no texto de Nelson Rodrigues deixa-se claro ser a personagem vítima de assédio sexual no interrogatório do delegado e do jornalista, na encenação de Claudio Lira a ocorrência do estupro é sugerida com ênfase.

Um dos possíveis leitmotiven da encenação recai na crise da masculinidade. Isso porque o “masculino” é colocado em questão. De certa forma, Arandir é um “bode expiatório”. É preciso seu sacrifício para um reequilíbrio do universo heteronormativo que a peça apresenta. Sua suposta homossexualidade atiça a violência e a libido dos personagens, como a perseguição que Arandir sofre no trabalho (ambiguamente violenta e lasciva) ou como a exposição e assédio dos personagens femininos e de seus corpos em cena. Exposição, por vezes, desnecessária, como o nu da personagem Dália (durante o banho presenciado por Arandir), que no espetáculo ganha função meramente ilustrativa. Quanto mais o masculino é ameaçado pelo fantasma da homossexualidade, mais as mulheres são assediadas e seus corpos expostos, vide a profusão de nus em que a genitália feminina é enfaticamente revelada em cena. O que evidencia no espetáculo um universo masculino opressor e predatório.

Fora isso, Claudio Lira valoriza em sua encenação o papel da opinião pública, conferindo ao espetáculo uma organização coral. Personagens menores, que não interferem propriamente nos rumos da intriga, como os colegas de escritório de Arandir, vizinhos e transeuntes, assumem a função de um coro de pessoas anônimas. Vestem-se todos (em diversos momentos do espetáculo) de terno e gravata cinzas, com chapéu e óculos escuros, muitas vezes lendo o jornal – uma possível versão derrisória do oráculo na contemporaneidade. De um lado, há o homem solitário das grandes cidades (Arandir); de outro, a massa coletiva e uniforme que o oprime. Mais do que a calúnia em si é o coro da opinião pública que aniquila o herói. Esse mesmo coro também exerce uma função auxiliar no espetáculo, como se seus integrantes fossem contrarregras, visto que é ele o responsável pela mudança dos elementos de cena, além de ajudar outros atores a trocarem de figurino e personagem diante da plateia. Eles observam, vigiam, por vezes auxiliam; mas, sobretudo, oprimem.

O espaço é preenchido por biombos e portas pivotantes, por onde os atores entram e saem. Ora essas portas representam a cidade – o espaço público – com imagens em vídeo projetadas de portas antigas e decadentes de casas do Recife; ora mimetizam o interior da casa – o espaço privado – constantemente invadido pela rua. Ao fundo, no centro do palco, duas dessas portas tornam-se, em diversos momentos, telões em que são exibidos trechos de entrevistas com pessoas reais nas ruas do Recife, nos quais dão sua opinião sobre o suposto caso do “beijo no asfalto”. Também aparecem em vídeo atrizes da cena recifense como vizinhas fofoqueiras (Clenira Melo, Cira Ramos, Márcia Cruz, Renata Phaelante, Sônia Bierbard e Vanda Phaelante), que prestam depoimento sobre Arandir ou conversam com Selminha.

Em outro momento, aproximando de modo ainda mais satírico realidade e ficção, exibe-se o programa investigativo popular Bronca Pesada, exibido no Recife, ao estilo de outros programas como Brasil Urgente. Aqui, o apresentador Cardinot exibe “reportagem” sobre o “beijo no asfalto”, agora como possível caso de um crime passional. Há ainda, ao longo do espetáculo, a reprodução de programas de rádio noticiando o caso. Por intermédio desses recursos, o encenador deixa em primeiro plano a imprensa inescrupulosa e a opinião pública como força antagônica. O encenador resgata os elementos trágicos e expressionistas implícitos no texto rodriguiano sob um pano de fundo urbano completamente corrompido pelos meios de comunicação de massa que intensificam aspectos torpes da natureza humana e onde o indivíduo não pode sobreviver. A sociedade torna-se então o verdadeiro algoz de Arandir.

A encenação produz ainda um efeito de real, em chave cômica, devido à presença de repórteres e entrevistados reais, que acentua o caráter lúdico da representação, além de procurar trazer a narrativa para a atualidade. Todavia, essa atualização é superficial e problemática. Por um lado, há a repercussão dos fatos por meio da televisão e das mídias sociais, o que inclui no tecido dramatúrgico do espetáculo gírias e expressões típicos do “falar” local, que contrastam com objetos e expressões em desuso, como “batata!” (com certeza!) ou “extra, extra!” (na voz dos jornaleiros), ou um modelo de telefone com fio, que se torna obsoleto diante do universo digital que a peça explora (projeção de redes sociais em cena).

Outra escolha que merece consideração é a opção por um intérprete negro (o ator Arthur Canavarro) para o personagem Arandir. Diferentemente da peça Anjo Negro, cujo protagonista Ismael sente vergonha de sua cor e sua esposa Virgínia, branca, em ato extremo de ódio à raça a qual pertence o marido, afoga todos os bebês mestiços que concebe; em O Beijo no Asfalto, Arandir não é negro, nem há menção ao racismo. Em nenhum momento do espetáculo, os demais personagens se referem à cor do protagonista, nem mesmo quando Arandir é violentamente interrogado pelo delegado Cunha e pelo jornalista Amado Ribeiro, ou quando é assediado pelos colegas de trabalho. A questão do racismo é um signo apenas latente, não explorado pela encenação.

De modo geral, o espetáculo carece de um trabalho dramatúrgico mais profundo e questionador do material textual utilizado. A peça de Nelson Rodrigues nos apresenta uma beleza singular, mesmo que, em muitos aspectos, possa soar datada, no que concerne às questões de gênero e sexualidade, ou mesmo às implicações da calúnia e do assédio moral que se tornaram tão contumazes nos dias de hoje por intermédio das redes sociais, a despeito dos recursos judiciais que foram criados para vigiar e punir as novas formas contemporâneas de bisbilhotice e fofoca. Este trabalho dramatúrgico implica justamente uma “desleitura” do texto primário no sentido de “mostrar a recorrência da mesma situação de fala, outrora e hoje, privilegiar a diferença ou tentar uma relação”.[1]

O trabalho dramatúrgico implica no estudo em relevo da peça, tendo em vista sua representação concreta. Ou seja, o modo teatral, ou a forma cênica, que ela tomará no palco. De acordo com Patrice Pavis, a dramaturgia refere-se ao “conjunto das escolhas estéticas e ideológicas que a equipe de realização, desde o encenador até o ator, foi levada a fazer. Este trabalho abrange a elaboração e a representação da fábula, a escolha do espaço cênico, a montagem, a interpretação do ator, a representação ilusionista ou distanciada do espetáculo. Em resumo, a dramaturgia se pergunta como são dispostos os materiais da fábula no espaço textual e cênico e de acordo com qual temporalidade”.[2] Em sentido mais amplo, ultrapassa o simples estudo do texto dramático para envolver o par texto e encenação, escritura dramática e escritura cênica.

Este trabalho não foi suficientemente realizado na atual versão cênica de O beijo no asfalto. Por exemplo, o corpo do ator Arthur Canavarro exprime uma virilidade que contrasta com a fragilidade do personagem. O protagonismo que Amado Ribeiro e o delegado Cunha desempenham na peça – personagens muito bem defendidos por seus intérpretes Ivo Barreto e Pascoal Filizola – remete-nos a Othelo, de William Shakespeare, cujo protagonista negro também é levado ao infortúnio em virtude de uma trama caluniosa encetada por Iago, verdadeiro protagonista da tragédia shakespeariana. Todos esses aspectos, este jogo entre o visto e o dito, entre a presença e os sentidos que ela veicula poderiam ter sido explorados pela encenação que nos oferece imagens e ideias bastante férteis. Contudo, elas permanecem matéria-prima bruta à espera de lapidação.

[1] UBERSFELD, Anne. A representação dos clássicos: reescritura ou museu. Trad. Fátima Saadi. Folhetim, Rio de Janeiro, Teatro do Pequeno Gesto, n. 13, abr./jun. 2002, p. 20.

[2] PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro. Trad. sob a direção de J. Guinsburg e Maria Lúcia Pereira. São Paulo: Perspectiva, 1999.

TagsCláudio LiraCríticaIgor de AlmeidaO Beijo no Asfalto
Post Anterior

“Todo dia de ensaio é uma guerrilha” ...

Próximo Post

Espaço O Poste faz programação especial com ...

Posts Relacionados Mais do autor

  • .TudoCríticas

    Crítica – Rita | Uma ópera em nossa Veneza brasileira

    13 de julho de 2018
    Por 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Crítica – Retomada | O ancestral no contemporâneo

    7 de novembro de 2016
    Por 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Na Beira – Vida Dramatizada num Espetáculo de Fronteira

    9 de maio de 2015
    Por 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Crítica – A receita | Solo de fogo – Ingredientes para mudar o fim da história

    30 de setembro de 2020
    Por 4 Parede
  • .TudoCríticasDossiês

    #13 Negritudes | Vamos falar de pretura

    22 de novembro de 2018
    Por 4 Parede
  • .TudoCríticas

    Crítica – Ecos | há estranheza e intimidade

    30 de agosto de 2017
    Por 4 Parede

  • .TudoCríticas

    Crítica – RAGNAROK | Quando até os deuses calam

  • .TudoPodcasts

    Podcast #49 – Especial Aldeando – Exercício de Laboratório de Podcast no Aldeia Velho Chico

  • .TudoCríticas

    Crítica – Rita | Uma ópera em nossa Veneza brasileira

ÚLTIMOS PODS

INSTAGRAM

Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
Siga no Instagram

Receba feeds quentinhos

Cadastre seu e-mail e receba as novidades em primeiro lugar

Quarta Parede - Palco & Plateia. Unidos! Direitos Reservados. Desenvolvido pela Atuante Agência Digital. V1.1