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Nossos Sertões de Espinho e Flor

Por 4 Parede
10 de agosto de 2015
2936
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por Elilson Duarte

Graduado em Letras (UFPE) e Ator

Escrever sobre algo ou alguém que a gente admira é sempre um exercício de fazer justiça. Queremos que cada vírgula dê conta de partilhar com os outros o nosso respeito. Quando se trata de escrever sobre uma obra de arte, então, também tentamos fazer jus aos olhares dos demais leitores, dos demais espectadores e paira a insegurança traduzida pelo fato das palavras não saírem de uma vez só. Contudo, é bom que não saiam, talvez nem devam, afinal temos a oportunidade da releitura, oportunidade tão infinita quanto a nossa existência.  Ainda mais se temos a chance de reencontrar uma obra de arte, um acontecimento que pode nos suspender de diferentes modos, em diferentes tempos.

Rilkeanamente, sabemos que os acontecimentos são quase sempre indizíveis e, assim, o verbal pode não ser o bastante para pormenorizar os nossos registros catárticos: aqueles arrepios nos olhos, aquela sensação de chuva dentro do peito, aquele emudecimento sinalizado por um fechar de olhos, por um sorriso sem dentes que se desenha sem pressa no rosto, por uma lágrima que só ameaça cair… Aquelas sensações que são retomadas quando acionamos a nossa memória. Talvez um dos grandes trunfos das obras de arte é a possibilidade de criarem moradia na nossa memória através dos encontros catárticos que geram na gente.

É olhando para a minha memória que escolho começar a tentar por em palavras o meu (re)encontro com o Concerto de Ispinho e Fulô, da Cia do Tijolo (SP). Vi o espetáculo pela primeira vez em 2011. Com riso e choro correlatos, como são a flor e o espinho, com o meu tempo presente em suspensão, lembro que aqueles artistas me levaram até o Cariri, me ensinaram sobre Sertões, me convidaram, assim como aos demais espectadores, com afeto e cuidado à contracena. Enfim, ocuparam um lugar cativo na minha memória e permaneceram, ano após ano, nas minhas conversas de espectador e de alguém que quer seguir artista. Lembrava-me dos intérpretes repletos de presença e brilho nos olhos, da musicalidade contagiante, das soluções cênicas que transformavam o simples em genial quando se construíam imagens (físicas e poéticas) dos caminhos até Patativa do Assaré, até sua poesia e até o seu lugar.

Revi (reli) o espetáculo na última semana e a paixão que me extasiou há mais 4 anos, depois de algumas secas, inundações e tempestades, na minha vida e ainda mais na vida do grupo (afinal sou apenas uma gotinha de gratidão que eles têm na bagagem), estava lá, sendo corporificada de novo. Paixão corporificada, antes de tudo, naquele grupo, o qual decidiu fazer uma turnê mesmo recebendo metade do patrocínio previsto, porque o grupo ainda quer falar sobre o Sertão, ainda quer partilhar conosco os seus sertões, ainda quer descobrir um pouco dos nossos sertões. Talvez o grupo continue a evocar Patativa e sua poesia para suportar viver o Sertão de cada dia, assim como eu, como nós, espectadores. E isso me faz pensar sobre o fazer teatro, sobre o ir ao teatro. Isso, esse Sertão polissêmico.

Se falar sobre o Sertão, num sentido brasileiro, portanto continental, ainda é uma dificuldade, também o é matutar sobre o sertão de cada um… Essa dificuldade, inclusive, é partilhada pela Cia do Tijolo com o público, já que se assume o desafio de um grupo, majoritariamente sudestino, encenar sobre algo aparentemente distante. Nessa busca, eles recorrem a várias referências – artísticas e memoriais – que aparecem no espetáculo como urdimento entre o processo de pesquisa e a realização de o Concerto.

Uma dessas referências é o documentário Janela da Alma (BRA, 2001, 73 min)[i], de João Jardim e Walter Carvalho, do qual transcrevo uma fala do poeta Manoel de Barros, a fim de divagar um pouco sobre a polissemia sertaneja da Cia do Tijolo:

O olho vê. A lembrança revê as coisas e a imaginação é a… A imaginação é que transvê, que transfigura o mundo, faz outro mundo pro poeta e pro artista de modo geral. A transfiguração é a coisa mais importante para um artista.

O Sertão do Cariri, aquele poetizado e cantado por Patativa, que é o mesmo sertão físico e coracional (não tão) distante das outras partes do país, é transfigurado para nós no Concerto de Ispinho e Fulô. O espetáculo engendra a nossa imaginação a partir de um cenário-maquete que, conjugado à iluminação, à música, à narrativa, vai nos transportando até o Cariri, que é degustado por meio da cachaça, da cajuína e do café; que é escutado pelo som da inchada riscando o palco-terra, que é celebrado e contemplado através da poesia de Patativa, o poeta brasileiro, ali, transfigurado no teatro através daqueles artistas.

É através desses artistas que a gente transvê o Sertão, que sentimos os sertões que estão todos os dias ao nosso redor ou mesmo dentro de nós. A inquietude da Cia do Tijolo – “dentro de mim, quando vai chover?” – é também nossa. A gente vai entendendo e sentindo, junto com eles, que em cada um de nós existe essa vastidão precisando de chuva. Também que a seca está nos cinco cantos desse país, porque o Sertão é brasileiro. O canto de Patativa que fala sobre cá, continua a dizer muito também sobre lá, ainda mais em tempos de crises hídricas e, sobretudo, em tempos de tanto ódio. Ódio político, ódio sexual, ódio religioso, ódio racial. Ódio, ódio, ódio… Vivemos, hoje, essa seca afetiva, esse sertão banalizado. E por mais que alguns, mesmo depois de Euclides, mesmo depois de Patativa do Assaré, ainda queiram segregá-lo, o Sertão extrapola o Nordeste, é inerente ao Brasil, porque ainda se morre de fome, de sede e “a culpa não é de Deus, mas do homem rico”[ii].

Mas também ainda se luta e o sentido de desigualdade suscitado pela aridez do sertão, denunciado e politicamente posicionado por Patativa do Assaré também está presente, como não deveria deixar de ser, no Concerto de Ispinho e Fulô, tendo o seu ápice na reconstrução do massacre ocorrido no Sítio Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, um espelho de Canudos. A tragédia esnobada pelos livros de história é enaltecida como símbolo de resistência no espetáculo teatral: a historiografia contada pelas obras de arte é menos seletiva, porque envolve afeto. Posicionar-se politicamente, o que não significa partidariamente, nos Sertões de hoje, é também um ato pró-afeto, ainda mais quando se vive sob um Poder Legislativo que condena crianças ao cárcere e que promove manobras, dia após dia, deliberadamente repressoras. O grupo também utilizou o palco para tangenciar essas questões, assim como Patativa utilizou a rima para transcrever as dores de sua terra, de seu povo.

Poesia, posicionamento político e afeto estão imbricados no espetáculo. Elis Costa, a quem dedico este texto, foi quem me atentou à potente e revigorante imagem de dois meninos[iii], filhos de membros da Cia, erguendo os braços junto aos atores e músicos para dizer e cantar que Caldeirão não acabou! A conversa que tive com Elis, meu irmão e nossos amigos após o espetáculo, diga-se de passagem, era uma previsão concreta de que o Concerto de Ispinho e Fulô permaneceu chovendo dentro de nós depois dos aplausos, depois da ovação, depois que a equipe desmontou o cenário inteiro e o segurança pediu que a última pessoa deixasse o teatro… Foi ali, na gente, com um emaranhado de dúvidas, de vontades, de sensações, que o teatro permaneceu. Vivo. Virou memória ardente, assim, logo após os aplausos.

E certamente permaneceu na memória de tantos daqueles espectadores, os quais, assim como nós, devem e deverão seguir com o espetáculo dentro de si, escavacando esses sentidos de sertão, fazendo ecoar a poética de Patativa. Pensando, também, na sua ligação com a terra, nas suas origens. Outro momento imperecível da peça são os espectadores escrevendo seus marcos zero no cenário e todos, atores e público, cantando que a saudade nunca nos tira completamente desses tantos lá. Nesse sentido, o Concerto de Ispinho e Fulô inunda uma parte bem importante da minha memória, pois me faz sentir saudade de minha avó, nascida e criada na seca do Crato, me faz ter saudade do Crato sem eu nunca ter estado fisicamente lá.

Mas, para além dessa saudade, me fez sentir uma esperança, a qual teimo arriscar também ter sido sentida por muito dos espectadores. Éramos ali, muitos, muitos ovacionando, com os olhos brilhando e os corpos quentes, éramos um público irrigado de esperança pela salvação que o teatro pode causar, que se não é eterna, é momentânea e suficiente para gerar um encontro catártico dentro da nossa memória e ali fincar-se, dispensando todas essas explanações verbais, pois, agora citando diretamente Rilke, “mais indizíveis do que todos os acontecimentos são as obras de arte, existências misteriosas, cuja vida perdura ao lado da nossa, que passa”[iv]. Sim, passa. Passa com a certeza de que “Caldeirões nunca vão acabar”[v], Canudos nunca vão acabar, Estelitas nunca vão acabar…

Não vai acabar a vida acontecendo a todo o momento em Assaré, no Recife, em São Paulo, enfim, pelos tantos sertões deste país. Por hora, sinto a vida acontecendo neste texto que há dias teimava em não chover para fora, mas que chovia para dentro graças ao teatro, porque a arte pulsante em obras como a poesia de Patativa e o teatro da Cia do Tijolo são tão atemporais quanto nossa vida, podendo residir em nossa memória e chegar ao corpo, transfiguradas pela beleza que nos causam, fazendo chover um bocadinho dentro de nós.

A propósito, como vale à pena acreditar no teatro até o último pau de arara!


[i] Partindo de uma máxima que, desde que Leonardo da Vinci a postulou, vem percorrendo as épocas da humanidade – seriam os olhos as janelas da alma? – o filme reflete, metaforiza e disserta o ato de ver pelo olhar daqueles que “não veem” ou têm uma visão “fora de foco”, visto que todos os entrevistados, sugestivamente, têm problemas de visão- “da miopia discreta à cegueira total”. No espetáculo, o filme é citado quando se reflete o contraponto entre a quase cegueira de Patativa do Assaré e sua vasta visão de mundo.

[ii] Patativa do Assaré.

[iii] No blog Brincando na Turnê (que pode ser acessado AQUI), podemos conferir textos assinados por Miguel Retti, um dos meninos da Cia. Textos que trazem um poético olhar sobre as peripécias e descobertas na turnê do Concerto de Ispinho e Fulô.

[iv] Trecho de “Cartas a um jovem poeta”, de RILKE, Rainer Maria. Tradução de Pedro Sussekind. Porto Alegre: L&PM, 2012.

[v] Frase da atriz Fabiana Vasconcelos Barbosa, descrevendo a experiência de apresentar o espetáculo no Sítio Caldeirão da Santa Cruz do Deserto. O texto pode ser conferido AQUI.

TagsCia do TijoloConcerto de Ispinho e FulôCríticaElilson Duarte
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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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