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Home›.Tudo›#05 Arte e Mercado | Artista e/ou Empreendedor?

#05 Arte e Mercado | Artista e/ou Empreendedor?

Por 4 Parede
9 de janeiro de 2018
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Imagens – ‘Take Shape’ – Ballet Memphis e Arquivo Pessoal | Arte – Rodrigo Sarmento

Por Manoel Silvestre Friques

Professor de Engenharia de Produção (UNIRIO). Engenheiro de Produção (UFRJ), Teórico do Teatro (UNIRIO) e Doutor em História (PUC-Rio)

Ao ser solicitado para contribuir para um dossiê que se põe a pensar sobre a possibilidade de um “mercado de artes cênicas”, não pude esconder a alegria do convite e também do título sugerido: Artista e/ou Empreendedor. Esse título parece ter caído como uma luva em meus questionamentos, visto que estabelece imediatamente o campo espiralado de tensões, dentre atrações e repulsões, que o debate entre/sobre artistas e empreendedores geralmente assume.

No meu caso, o foco concentrou-se rapidamente na fratura, na barreira que une e separa simultaneamente os conectivos lógicos e e ou, elos que, por sua vez, propõem relações distintas entre os termos artista e empreendedor. Tudo se passa então como se o artista pudesse ou não conviver – em um mesmo espaço e também em um mesmo corpo – com o empreendedor. Tupi or not Tupi, eis a questão. A ansiedade toma conta de meu pensamento, me fazendo então sentenciar: todo artista é um empreendedor. Ao afirmar a preferência pelo conectivo e, não o faço, todavia, em detrimento do ou. Um artista não precisa necessariamente ser um empreendedor. Afinal de contas, o que estou eu querendo dizer?

Geralmente, o debate entre arte e empreendedorismo tende a ser aquele motivado pela falta. Tudo o que o artista não tem, o empreendedor o possui. Nesse sentido, o artista precisa aprender, cada vez mais, a ser empreendedor de modo a poder sobreviver no mercado. O artista precisa ser um bom gestor. O artista precisa ser um “eu empreendedor” como Steve Jobs ou Mark Zuckerberg. Ele deve: conceber um plano de negócios, estabelecer um plano de marketing munido dos quatro P’s, estar afinado com as oscilações do PIB nacional e internacional, calcular o seu fluxo de caixa e saber do payback de seus investimentos etc. Enfim, o artista precisa, para ser empreendedor, lidar com todos os tiques, jargões e cacoetes do gerencialismo.

Caso concebamos o sentido de empreendedor sob o viés gerencialista, devo dizer que um artista jamais será um empreendedor. E aqui, devo alertar para esta retórica da falta e da necessidade que volta e meia paira nos debates em torno do “mercado de artes cênicas”. O que esta retórica desconsidera é o fato de não precisarmos no Brasil de artistas. Melhor dizendo: uma breve pesquisa nos anais da História e/ou da Crítica de arte revelará o potencial criativo de nossos artistas, sempre heroicos quando o assunto é a inovação artística vinculada à sobrevivência econômica. Pode-se dizer que, mesmo que os problemas sociais se imponham de modo contundente e determinante à criação artística brasileira, esta mesma criação encontra meios e modos de transfigurar todo um conjunto de problemas em obras e processos indubitavelmente inovadores. Sendo assim, se o “mercado de artes cênicas” não decola ou não decolou até hoje, desconfio que este seja menos um problema dos artistas do que dos gestores.

A figura do gestor surge então como um termo mediador entre o artista e o empreendedor. Considerando este deslocamento de foco, observamos nos últimos anos a criação de vários cursos de gestão e de produção cultural em cerca de 19 unidades federativas brasileiras. Um estudo recentemente publicado pelo Observatório do Itaú Cultural, contabiliza, entre 1995 e 2016, a criação de 131 cursos em 90 instituições. Como nem tudo são flores, mais da metade deste universo – 53% – não está mais em atividade, sendo 42,53% daqueles que o estão referentes a cursos de especialização. A despeito da instabilidade, estas oscilações numéricas indicam a importância e a necessidade de profissionalização e de formação de gestores e produtores culturais, sendo elas também um reflexo potente das políticas culturais brasileiras dos últimos anos (por exemplo, há uma concentração de cursos na região Sudeste).

No que concerne especificamente à gestão teatral, observa-se – com menos frequência, é verdade – o surgimento de alguns estudos que se debruçam sobre o tema, como o já nascido clássico O Avesso da Cena, de Romulo Avelar. No ambiente acadêmico, encontramos ainda estudos que oscilam entre o mapeamento setorial de grupos e companhias, as abordagens sociológicas sobre alguns conceitos holísticos (sistema, mercado, cultura, circuito, campo etc.), as políticas culturais para o teatro e o processo de formação de gestores e produtores. Mesmo com estes esforços, observamos que, na prática, a atividade gerencial das artes cênicas brasileiras concentra-se sobretudo em algumas iniciativas individuais vinculadas a espaços e financiamentos públicos que, mesmo que indubitavelmente desbravadoras, pecam ainda por não tornar inteiramente públicos os seus processos decisórios, as suas transações e os seus dados constituintes.

É necessário então compreender mais detidamente que as políticas públicas para o teatro devem se basear no acesso transparente aos dados que caracterizam as nossas atividades mais banais ou mais espetaculares. Somente com estas informações conseguiremos tomar e encaminhar as melhores decisões em todas as esferas, mais ou menos políticas, mais ou menos afetivas. Há, portanto, vários níveis de gestão. Precisamos (talvez com urgência) hierarquizar e mapear as relações entre estes níveis, em especial as suas auto-implicações: como os dados de uma apresentação única ou da gestão de um espaço público chegam ao conhecimento do ministro da Cultura? Quais são os processos que os conduzem até lá e vice-versa?

Considerando este debate sobre o acesso público à informação referente às atividades teatrais, pode-se chegar a uma outra identidade entre o artista e o empreendedor. Mas, se um artista é um empreendedor, ele o é por outra via, conforme um outro sentido do que é ser empreendedor. Em outras palavras, se o artista é um empreendedor, ele o é a contrapelo do mito do empreendedor nutrido por um conjunto de concepções fantasiosas em torno desta figura hiperindividualizada, autoconsciente e heroica, a quem se atribui unicamente todos os sucessos e fracassos, como se a organização, os recursos, o contexto histórico, as regulamentações e tudo o mais no mundo não existisse. É claro que este mito do empreendedor é bastante semelhante ao mito romântico do artista sustentado sorrateiramente pelo mercado de arte e por certo cenário atrofiado de premiações. Aqui, precisamos também desviar-nos desta definição tradicional do artista, sendo justamente por isso que, uma vez mais, afirmamos: “um artista é um empreendedor”. Mas, em que sentido?

Alguns parágrafos acima, mencionei o processo de transfiguração da realidade pressuposto em qualquer criação artística. Este é, sem dúvida alguma, um modo de empreender e mobilizar novas formas e temáticas artísticas, a exemplo do que fizera na década de 60 o artista visual Helio Oiticica e seu esquema geral da nova objetividade, ou, na década de 70, as estratégias do grupo carioca Asdrúbal Trouxe o Trombone, e, mais recentemente, o caso do Teatro do Saara, no Rio de Janeiro, e do artista indígena Jaider Esbell, que criou a sua galeria de arte em Boa Vista, Roraima.

Jaider Esbell | Foto – Neto Figueredo | #4ParedeParaTodos #PraCegoVer – Foto colorida em que, do lado esquerdo, um homem de cabelos longos está de frente para nós em uma sala de paredes brancas, usando camisa verde estampada. Atrás dele, um sofá e um quadro com plano de fundo amarelo e duas figuras desenhadas com linhas pretas.

O caso de Esbell é bastante ilustrativo, pois o artista não se contentou apenas em inovar artisticamente, afirmando sua identidade étnica aliada a sua persona artística, mas criou um espaço inovador na paisagem de seu estado, tendo mobilizado também um conjunto de artistas daquela região. Nota-se aí que as formas alternativas não se restringem ao universo da produção artística, mas a atravessam, de fato, rumo ao contexto das relações sociais, culturais, econômicas e políticas. Afinal de contas, estamos falando de uma galeria de arte criada por um artista indígena em Boa Vista, bem longe dos polos culturais tradicionais! O exemplo de Jaider Esbell nos abre, portanto, para as formas alternativas de organização que grupos e companhias empreendem para poder sobreviver econômica e culturalmente.

Eis que, por fim, chegamos à questão da sobrevivência econômica pressuposta desde o início deste debate. O exemplo de Esbell nos indica que, para sobreviver, é preciso empreender. Contudo, para que este empreender não seja lido sob a restrita perspectiva pessoal de um herói romântico, proponho então que ele deva ser substituído por outro verbo: trabalhar. O artista é um empreendedor naquilo que ambos possuem do trabalhador. Mas este é um falso fim. Pois, quando incluímos no debate o termo trabalhador, inicia-se uma nova janela de discussão que redefine então o título para artista e/ou empreendedor e/ou trabalhador.

Quando equaciono o artista ao trabalhador, não busco adequar o primeiro às normas vigentes do novo espírito meritocrático do capitalismo que rege o segundo. Em primeiro lugar, devo esclarecer que é enquanto “trabalhador da cultura” que o artista se torna visível nas estatísticas culturais, desenvolvidas nos últimos anos a reboque das novas tecnologias de comunicação e informação que circunscrevem a era da Big Data. Além disso, este equacionamento é capaz de revelar as diversas e heterogêneas transformações observadas em todo o mercado de trabalho em um contexto batizado de muitas formas, sendo as mais frequentes o Capitalismo Cognitivo, a Economia do Conhecimento, a Sociedade da Informação e a Civilização do Espetáculo. Em geral, todas estas expressões apontam para um processo de desmaterialização do trabalho.

É interessante observar que, neste contexto, até mesmo as duas perspectivas antagônicas para o trabalho, ilustradas pelas figuras do trabalhador fordista e do ator, têm suas barreiras borradas. Pois, antes era possível distinguir com nitidez dois paradigmas do trabalho: de um lado, um trabalho repetitivo embrutecedor tendo em vista um fim (o caso de um operário da fábrica para a produção em larga escala de parafusos); de outro lado, a repetição do ator em seu processo de ensaio, sendo o trabalho um fim em si mesmo, uma forma de aprimoramento pessoal. Mas hoje não se sabe ao certo se esta dicotomia ainda se mantém tão monoliticamente. Pois, como os pacotes de austeridade demonstram, as condições de trabalho, manual ou cognitivo, se tornam a tal ponto absolutamente precárias, formalizando a informalidade.

Por outro lado, há até mesmo o processo de se prescindir do trabalho, adotando-se uma renda mínima universal. De um modo geral, observa-se atualmente o adensamento e a atualização dos problemas trabalhistas mais tradicionais referentes à informalidade e à remuneração até mesmo naquelas atividades mais tecnológicas, gerando novas “classes proletárias” como a do “precariado” e a do “infoproletário”. Em suma, quando o trabalho se torna imaterial, definem-se métodos e ferramentas para a elaboração de um taylorismo cognitivo nem sempre compensador.

Ora, os problemas de informalidade e de remuneração, transversais a muitas áreas, são absolutamente recorrentes no mercado de trabalho cultural. Em um livro recentemente publicado pela Universidade Federal da Bahia, Os Trabalhadores da cultura no Brasil: criação, práticas e reconhecimento, podemos constatar uma precariedade elevada neste mercado de trabalho, com aproximadamente um terço composto, em 2014, por trabalhadores informais. Porém, surpreendentemente, o rendimento médio da cultura é bastante superior ao salário médio geral (R$ 2.759 contra R$ 1.537). Mesmo com esta maior atratividade do mercado de trabalho cultural, é bastante comum observar artistas que, para sobreviverem economicamente, buscam empregos de outras naturezas, associadas ou não à sua atividade artística principal.

Estudos internacionais, como aqueles realizados pelo economista da cultura David Throsby, relatam este desdobramento do artista australiano tendo em vista a sustentabilidade econômica. No campo da teoria da arte, o artista Ricardo Basbaum definiu duas figuras de artistas: o artista-artista, para aquele profissional que o é em tempo integral, e o artista-etc., abrindo-se aí para inúmeras categorias: artista-curador, artista-produtor, artista-agenciador, artista-químico, artista-economista etc. Daí, podemos concluir que o artista é, em geral, um trabalhador polivalente, ou seja, o artista é, na maioria das vezes, um artista e um outro. Ora, porque este outro não pode ser então também um empreendedor?

TagsDossiê Arte e MercadoDossiêsEnsaioManoel Friques
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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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