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Crítica – Negra Palavra – Solano Trindade & Luiz Gama – Uma voz pela liberdade | Caminhos diferentes, encontros parecidos

Por 4 Parede
28 de março de 2021
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Imagem – Divulgação

Por Lorenna Rocha
Licencianda em História (UFPE), pesquisadora e crítica cultural

Apagamento, invisibilização, silenciamento: esses são os substantivos que conectam, em primeiro plano, os espetáculos Negra Palavra – Solano Trindade e Luiz Gama – Uma voz pela liberdade, os quais foram apresentados durante o Festival Luz Negra deste ano. As aproximações entre essas duas obras também se dá pela poesia, gênero literário comum a Solano e Gama, assim como pela biografia desses personagens históricos, ainda que tenham habitado temporalidades distintas em vida. Ambas as peças se movem pelo desejo de rememoração dos dois intelectuais, dando destaque a suas lutas contra a opressão e subjugação das populações afro-brasileiras. Ao assistí-las no contexto do festival, no entanto, o que parece emergir é justamente o contraste entre os espetáculos.

Usos biográficos e jogos temporais

O gesto de reinscrição da história oficial e negras brasileiras se manifestam nas duas peças. Tendo em vista o projeto canônico, eurocêntrico e embranquecedor que edifica o mundo como conhecemos, levar aos palcos a memória e vida de Solano Trindade e Luiz Gama revela o movimento de tornar visível tais trajetórias históricas, além de investir nas reformulações das representações dos corpos negros em cena, atreladas às antigas estratégias de valoração/positivação/valorização das culturas negras, dentro de uma gramática de contraposição ao mundo anti-negro fácil de identificar, como os substantivos que mencionei anteriormente.

Negra Palavra e Luiz Gama trilham e reescrevem as memórias e datas relevantes da biografia de Solano Trindade e Luiz Gama, dando destaque aos fragmentos de histórias que ainda não são comumente conhecidas, se comparadas a outras trajetórias, sobretudo de líderes e intelectuais brancos. Os espetáculos aproximam o público das lutas coletivas empunhadas pelos dois personagens, mas também conectam às dimensões mais particulares, como a relação com a cidade em que viviam ou suas questões interpessoais com a família.

O espetáculo da Companhia de Teatro Íntimo e do Coletivo Preto traz um grupo de homens negros, onde todos eles são Solano Trindade. A ideia de multiplicação e amplificação de vozes, além de unir em cada um dos performers um pouco da energia de Solano, cria uma amplitude para a dramaturgia e para a biografia do intelectual. Eles cantam, dançam e recitam as poesias de Trindade. Cada verso torna-se um som ou um movimento, o qual se manifesta nos corpos e cria espaço para que os jovens negros performem suas próprias existências, ao contarem um pouco de si mesmos em meio as histórias de Solano Trindade.

Já em Luiz Gama, a escolha pelo gênero dramático e por uma encenação nos moldes tradicionais faz com que essa relação com a biografia se torne mais convencional, prezando pela estrutura em que se deixa explícita a vontade de contar algo sobre o passado. No entanto, um outro jogo em relação à temporalidade é ativado: apesar de não colocar a subjetividade dos atores para dentro do espetáculo, o fato de Luiz Gama (Deo Garcez) contar sua história após o seu enterro, em um gesto de fabulação, como uma obra póstuma, fissura a estrutura temporal dramática, abrindo espaço para que as questões do presente também se manifestem no palco. Outro tom fabulatório do espetáculo é a criação de diálogos entre Gama e sua mãe, Luiza Mahin, acerca da infância e da relação familiar do biografado.

A narradora (Soraia Arnoni) em cena, que por vezes é sua mãe e outras personagens que eventualmente cruzam o caminho de Gama, também funciona como condutora do jogo temporal, uma vez que ela ativa vozes que se encontram no presente (aquela que conta uma história ao público) e no passado (a que representa personagens do tempo histórico de Luiz Gama). Frases ou eventos recentes do país, como a morte de Marielle Franco ou algum episódio de racismo veiculado na mídia, perfuram o tempo da dramaturgia, rearticulando um outro movimento: a tentativa de deixar explícita a contribuição da obra e vida de Luiz Gama para o nosso hoje.

Caminhos diferentes, encontros parecidos

Enquanto o espetáculo Luiz Gama – A voz da liberdade investe nas camadas discursivas e na elaboração de estruturas do gênero dramático de maneira mais restrita, Negra Palavra aposta no som e nos desenhos que os corpos negros em cena podem compor juntos. Assim como em sua dramaturgia bricolada, composta por diversos poemas e poesias de Solano Trindade, a escolha pelo teatro performativo faz de cada cena um evento diferente dentro da continuidade do espetáculo, criando um mapa não tão bem delineado em torno do personagem que o grupo leva ao palco.

A simetria dos desenhos cênicos, a composição de elementos através da união dos corpos e a sincronia das falas e dos sons que tiram do próprio corpo, por meio de palmas, assobios e estralar de dedos, dão amplitude para a arte de Solano Trindade, que não se encontra apenas no discurso dos performers, mas atravessa a corporeidade deles. No trecho, por exemplo, que reencenam o corpo do Maracatu Leão Coroado, eles dançam com gestos da manifestação cultural negra, ao mesmo tempo que fazem dos seus corpos instrumentos percussivos para levar o ritmo para o palco, recitando um poema e incorporando a gestualidade de outros ritmos musicais como o hip hop e o funk.

Negra Palavra dá destaque, através da obra de Trindade, à questão do genocídio da juventude negra. Todos os dias na minha rua passa um menino no céu…, diz um dos performers. Levantando episódios do racismo através do discurso que confere certo tom de ludicidade, o trecho da dramaturgia pode nos conectar rapidamente ao texto de Jhonny Salaberg, Buraquinhos, que também cria um universo poético para fazer uma crítica à violência de estado e à perda cotidiana das vidas pretas.

Se Negra Palavra tem contornos um pouco mais autorreferenciais dos universos afro-diaspóricos, em Luiz Gama o desejo de responder incansavelmente ao mundo anti-negro fica mais explícito. A reencenação de cenas da escravização, o desejo pela introdução do personagem na história oficial brasileira e a crítica a episódios de racismo cotidiano na mídia formam uma plêiade de coreografias anti-racistas comumente utilizadas dentro das cenas negras. 

A função, a séria função do racismo é a distração. Isso o impede de fazer seu trabalho. Isso o mantém explicando, indefinidamente, sua razão de ser, nos disse Toni Morrison. Ainda que as questões levantadas anteriormente estejam diretamente relacionadas à luta anti-escravigista protagonizada por Luiz Gama, a biografia do intelectual é traduzida para o palco de maneira paradoxalmente cativa, reiterando os vazios e as impossibilidades produzidos por um sistema que nos aprisiona até hoje, mas que tem contornos muito mais complexos do que uma palavra de ordem enunciada de maneira esvaziada, como o “Marielle, presente!” ao fim do espetáculo, pode dar conta.

Sobre arquivos, ideologias e poéticas

Há frieza no arquivo? Essa foi uma pergunta que me fiz, após assistir os dois espetáculos. Essa pergunta pode parecer um tanto óbvia, quando falamos da distância física e social imposta pela conjuntura pandêmica, da falta que estamos de ir aos teatros. Mas essa sensação de frieza parecia manifestar as próprias poéticas dos espetáculos ou como elas chegavam (ou não) até mim. Tentarei desenvolver aqui. 

Em Negra Palavra, há muito contato com o público. Os performers cantam, conversam com a plateia, chegam junto, recitam poesias. Até a metade do espetáculo, houve uma resistência da câmera (ou de quem a empunhava) em acompanhar essas trocas entre palco e plateia. Eu sou molengo / Molengo / Cheio de dengo / Amor de negro é bom / É produto nacional / É gostoso / É bom… O calor das palavras parecem deslocar o plano e produz um movimento de fluidez, de uma câmera que arrisca ir até os encontros e as trocas, ainda que não aposte em mudar o foco ou criar outras formas de registro do evento teatral. A frieza que sentia, pela resistência do deslocamento, parecia se diluir aos poucos a partir desse momento do espetáculo.

Mas a película da frieza ainda se encontrava, sobretudo no final da peça, que age como uma evocação, ao usar o tom revolucionário que Solano Trindade imprimia em seus escritos, influenciado pelo pensamento marxista. Um chamamento ao público de mover-se, entregar-se à luta. Nada necesssariamente novo, porém, é curioso como o arquivo criou quase um abafamento da efervescência desenhada pelos jovens performers, que pareciam preparar-se para o combate, a partir dos desenhos de formação quase militar de suas simetrias em cena. Os aplausos calorosos ao final, no entanto, recuperam um pouco da energia que parecia vibrar no acontecimento teatral da gravação. Já as aclamações, ao fim do espetáculo Luiz Gama, formaram uma ruptura no arquivo. 

Por toda a apresentação, parecia que a dupla estava encenando em um espaço vazio. O investimento numa encenação com o mesmo tônus, sem grandes modulações, a câmera friamente parada e o apego discursivo à oficialidade, ao desejo de tornar Luiz Gama, publicamente, um herói nacional e ao gosto pela justiça enquanto mecanismo de reparação social, demarcam mais algumas diferenças entre os espetáculos, não apenas nas dimensões técnicas, mas também ideológicas, que também são dessemelhanças que envolvem as trajetórias e visões de mundos dos dois personagens históricos representados.

Apesar da evidente heterogeneidade entre os espetáculos, as premissas que estruturam as elaborações poéticas passam pelos mesmos lugares: o da representatividade, do direito à fala e da autonomeação. No entanto, como comumente se tem visto nas produções negras, parece existir coreografias muito bem desenhadas (e facilmente capturadas pela performance do capitalismo neoliberal e seu culto ao indivíduo) para tratar das questões que atravessam nossa existência no mundo como conhecemos. Como elaborar nossas poéticas sem essa distração (como nos disse Toni Morrison), que é responder ao racismo o tempo inteiro, de maneira transparente e explícita? Quais são os projetos políticos, estéticos e ideológicos que estão se estruturando nas cenas negras? O que esse desejo de reinscrição do presente e de reparação do passado tem nos produzido, de fato? Se, então, nós o defendermos, como materializá-lo de maneira diferente, esquivando-se dessas coreografias marcadas?  

Esse texto foi produzido durante a cobertura crítica do Festival Luz Negra 2021 (Grupo O Poste), realizado na modalidade on-line com incentivo da Lei Aldir Blanc – Pernambuco.

TagsFestival Luz NegraGrupo O PosteLei Aldir BlancLorenna RochaLuiz GamaNegra PalavraNegritudesSolano Trindade
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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

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A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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