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Home›.Tudo›Crítica – Na Beira | Ou a magia de um arquivo orgânico

Crítica – Na Beira | Ou a magia de um arquivo orgânico

Por 4 Parede
15 de outubro de 2016
1558
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Imagens – Ricardo Maciel

Por Luana Felix

Graduanda em Licenciatura em Teatro (UFPE)

Nascida do desejo de movimentar a cena teatral alternativa do Recife, a Mostra Outubro ou Nada de Teatro surge da articulação de grupos, companhias, coletivos e produtores independentes que almejam superar o desprezo das atuais políticas públicas culturais, questionar a ausência de pautas nos teatros da cidade e a situação de abandono em que esses equipamentos se encontram, e principalmente, romper com o imaginário social de que Recife não tem teatro.

Cerca de 50 apresentações recheiam 13 espaços culturais alternativos, do dia 03 ao dia 29 de outubro. A coordenação geral da Mostra é de Rodrigo Dourado, professor de Teatro da Universidade Federal de Pernambuco, fundador e membro do grupo Teatro de Fronteira e agitador cultural da cidade do Recife.

A peça Na Beira abriu a maratona de espetáculos, no dia 3 de outubro (segunda-feira) às 20h no espaço O Poste Soluções Luminosas. Dirigida por Rodrigo Dourado, Na Beira é mais uma produção do grupo Teatro de Fronteira, que desde 2012 mantém em sua pesquisa experimentos com o Biodrama¸ um tipo de teatro documental que explora a ideia de que toda pessoa é um arquivo orgânico e que as suas histórias de vida podem ser material para uma experiência cênica.

O espetáculo protagonizado por Plínio Maciel é uma alegoria das relações familiares pernambucanas, que são profundamente marcadas pelo aspecto migratório e, consequentemente, pelo furor dos reencontros de família. Costumo relativizar Na Beira com aquele momento em que sua mãe está mostrando o álbum de fotos da sua avó a um parente distante, e relatando a vida de todos, um a um, quem foi e qual destino tomou.

A dramaturgia do espetáculo é flexível, coletiva e improvisada. Embora seja clara a presença de um roteiro, as histórias são costuradas através da intervenção do espectador, que, ao escolher os envelopes, direciona o trajeto da peça. Os envelopes são compostos por fotografias que se agrupam em torno de uma mesma história. Esse tipo de construção dramatúrgica é bem característica das produções autobiográficas, uma vez que a liberdade e a propriedade de contar a sua própria história é a potência primária do desejo de torná-la cênica.

Excepcionalmente nesse dia, por estar em um espaço alternativo, toda a parte técnica estava às vistas, o que ajudava a criar uma espécie de cumplicidade involuntária entre o ator e a plateia. Em uma das laterais do espaço uma toalha de mesa branca com bordados é suspensa cobrindo a parede. Fotografias, bata de formatura, calendário, fantasia de carnaval, roupa de bebê, tudo posto sobre a nova parede branca de tecido. Podia-se descrever o cenário como um registro imóvel de realidade, um auto-retrato, uma maneira de colocar na mesma linha a cabeça, o olho e o coração.

À medida que os espectadores vão se acomodando é servido um caldinho preparado pelo ator ao som do hino da cidade de Surubim. O caldinho volta em outros momentos da peça acompanhado de cerveja e pagode, a intervenção funciona como um momento de quebra entre um envelope (história) e outro, onde o ator pode beber uma água e reorganizar os elementos de cena.

Plínio Maciel é, sem dúvida, toda a magia do espetáculo. O ator entrega seu corpo às diversas figuras que surgem ao longo da narrativa, sem nenhum artifício espetacular ou linha de interpretação aparente. Talvez uma proposta Brechtiana, talvez a magia dos imitadores comediantes, talvez a presença de um desejo simplório de mostrar essas pessoas, definissem a empreitada. A escolha mais acertada de toda a encenação talvez seja a de deixar Plinio no lugar libertador do contador de histórias. A presença de Stanislavski ou de Artaud pouco importaria para a construção desse espetáculo. O que toca o espectador, o que sacode a experiência cênica, é o simples fato de ver um fabuloso ator na plenitude do ato de contar a sua história de vida. É só isso.

Na Beira vem resgatar a simplicidade do fazer teatral. Vem mostrar que é apenas com um ator e uma boa história que se faz teatro. E que isso não desmerece em nenhum sentido o encenador, o iluminador, ou o figurinista; na verdade, enaltece essas pessoas no exercício da generosidade de deixar esse encontro entre ator e público fluir livremente, sem excessos e sem pesos. Na Beira é daqueles espetáculos que você quer que todo mundo veja, sua mãe, sua avó, seu vizinho, seus amigos do trabalho. Na Beira precisaria ficar 10 anos em cartaz e ainda assim seria insuficiente.

Este texto resulta da parceria entre o Quarta Parede e a Licenciatura em Teatro (UFPE)

TagsLuana FelixNa BeiraOutubro ou NadaRodrigo DouradoTeatro de Fronteira
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Nos últimos anos, o mundo passou por transformaç Nos últimos anos, o mundo passou por transformações sociais, políticas e tecnológicas que questionam nossas relações com o espaço e a cultura. As tensões globais, intensificadas por guerras e conflitos, afetam a economia, a segurança alimentar e o deslocamento de pessoas. 

Nesse contexto, as fronteiras entre o físico e o virtual se diluem, e as Artes da Cena refletem sobre identidade, territorialidade e convívio, questionando como esses conceitos influenciam seus processos criativos. 

Com a ascensão da extrema direita, a influência religiosa e as mudanças climáticas, surgem novas questões sobre sustentabilidade e convivência.

Diante deste cenário, o dossiê #20 Território em Trânsito traz ensaios, podcasts e videocast que refletem sobre como artistas, coletivos e os públicos de Artes da Cena vêm buscando caminhos de diálogo e interação com esses conflitos.

A partir da próxima semana, na sua timeline.
#4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sob #4Parceria: Quer aprofundar seus conhecimentos sobre as histórias e as estéticas dos teatros negros no Brasil? 

Estão abertas as inscrições, até o dia 13/09, para a oficina on-line Saberes Espiralares - sobre o teatro negro e a cena contemporânea preta. 

Dividida em três módulos (Escavações, Giras de Conversa e Fabulações), o formato intercala aulas expositivas, debates e rodas de conversa que serão ministrados pela pesquisadora, historiadora e crítica cultural Lorenna Rocha. 

A atividade também será realizada com a presença das artistas convidadas Raquel Franco, Íris Campos, Iara Izidoro, Naná Sodré e Guilherme Diniz. 

Não é necessário ter experiência prévia. A iniciativa é gratuita e tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, e parceria com o @4.parede 

Garanta sua vaga! 

Link na bio. 

Serviço:
Oficina SABERES ESPIRALARES - sobre teatros negros e a cena contemporânea preta
Datas: Módulo 1 – 16/09/24 – 20/09/24; Módulo 2 (participação das convidadas) – 23/09/24 – 27/09/24; Módulo 3 – 30/09/24 - 04/10/24. Sempre de segunda a sexta-feira
Datas da participação das convidadas: Raquel Franco - 23/09/24; Íris Campos - 24/09/24; Iara Izidoro - 25/09/24; Naná Sodré - 26/09/24; Guilherme Diniz - 27/09/24
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 45 horas – 15 encontros
Local: Plataforma Zoom (on-line)
Vagas: 30 (50% para pessoas negras, indígenas, quilombolas, 10% para pessoas LGBTTQIA+ e 10% para pessoas surdas e ensurdecidas)
Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco - Funcultura
Inscrições: até 13/09. Link na bio

#teatro #teatronegro #cultura #oficinas #gratuito #online #pernambuco #4parede #Funcultura #FunculturaPE #CulturaPE
#4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano #4Panorama: O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo, ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

A sétima edição homenageia o Peru, com onze obras, incluindo espetáculos e apresentações musicais. O evento conta com doze peças de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, além de treze produções brasileiras de vários estados, totalizando 33 espetáculos. 

A curadoria propõe três eixos: sonho, floresta e esperança, abordando temas como questões indígenas, decoloniais, relações com a natureza, violência, gênero, identidade, migrações e diversidade. 

Destaque para "El Teatro Es un Sueño", do grupo Yuyachkani, e "Esperanza", de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, que abrem o festival. Instalações como "Florestania", de Eliana Monteiro, com redes de buriti feitas por mulheres indígenas, convidam o público a vivenciar a floresta. 

Obras peruanas refletem sobre violência de gênero, educação e ativismo. O festival também inclui performances site-specific e de rua, como "A Velocidade da Luz", de Marco Canale, "PALMASOLA – uma cidade-prisão", e "Granada", da artista chilena Paula Aros Gho.

As coproduções como "G.O.L.P." e "Subterrâneo, um Musical Obscuro" exploram temas sociais e históricos, enquanto espetáculos internacionais, como "Yo Soy el Monstruo que os Habla" e "Mendoza", adaptam clássicos ao contexto latino-americano. 

Para o público infantojuvenil, obras como "O Estado do Mundo (Quando Acordas)" e "De Mãos Dadas com Minha Irmã" abordam temas contemporâneos com criatividade.

Além das estreias, o festival apresenta peças que tratam de questões indígenas, memória social, política e cultura popular, como "MONGA", "VAPOR, ocupação infiltrável", "Arqueologias do Futuro", "Esperando Godot", entre outras.

Serviço: MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, de 5 a 15 de setembro de 2024, em Santos. 

Para saber mais, acesse @sescsantos
#4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, #4Panorama: Nos dias 05, 14, 21 e 28 de setembro, acontece Ocupação Espaço O Poste, com programação que inclui a Gira de Diálogo com Iran Xukuru (05/09) e os espetáculos “Antígona - A Retomada” (14/09), “A Receita” (21/09) e “Brechas da Muximba” (28/09).

Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, 467, Boa Vista - Recife/PE), com apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, promove atrações culturais que refletem vivências afropindorâmicas em sua sede, no Recife/PE. 

A Gira de Diálogo com Iran Xukuru acontece em 05/09, às 19h, com entrada gratuita. Iran Xukuru, idealizador da Escola de Vida Xukuru Ynarú da Mata, compartilhará conhecimentos sobre práticas afroindígenas, regeneração ambiental e sistemas agrícolas tradicionais.

Em 14/09, às 19h, o grupo Luz Criativa apresenta “Antígona - A Retomada”, adaptação da tragédia grega de Sófocles em formato de monólogo. Dirigido por Quiercles Santana, o espetáculo explora a resistência de uma mulher contra um sistema patriarcal opressor. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Em 21/09, às 19h, Naná Sodré apresenta “A Receita”, solo que discute violência doméstica contra mulheres negras, com direção de Samuel Santos. A peça é fundamentada na pesquisa “O Corpo Ancestral dentro da Cena Contemporânea” e utiliza treinamento de corpo e voz inspirado em entidades de Jurema, Umbanda e Candomblé. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

No dia 28/09, às 19h, ocorre a 3ª edição do projeto “Ítàn do Jovem Preto” com o espetáculo “Brechas da Muximba” do Coletivo À Margem. A peça, dirigida por Cas Almeida e Iná Paz, é um experimento cênico que mistura Teatro e Hip Hop para abordar vivências da juventude negra. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no Sympla.

Para saber mais, acesse @oposteoficial
#4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido #4Papo: O espetáculo MACÁRIO do brazil, dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia e segue em temporada até 1º de setembro de 2024. O trabalho revisita o clássico Macário, de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro.

Para abordar o processo de criação da obra, o diretor Carlos Canhameiro conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Macário é uma peça inacabada, publicada à revelia do autor (que morreu antes de ver qualquer de seus textos publicados). Desse modo, a forma incompleta, o texto fragmentado, com saltos geográficos, saltos temporais, são alguns dos aspectos formais que me interessaram para fazer essa montagem’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
#4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário #4Papo: O livro Elegbára Beat – um comentário épico sobre o poder é fruto dos 20 anos de pesquisa de rodrigo de odé sobre as relações entre capoeira angola, teatro negro, cinema, candomblé e filosofia africana. 

Publicado pela Kitabu Editora, o texto parte da diversidade racial negra para refletir sobre as relações de poder no mundo de hoje. O autor estabelece conexões entre o mito de nascimento de Exu Elegbára e algumas tragédias recentes, como o assassinato do Mestre Moa do Katendê, o assassinato de George Floyd, a morte do menino Miguel Otávio e a pandemia de Covid-19.

Para abordar os principais temas e o processo de escrita do livro, o autor rodrigo de odé conversou com o Quarta Parede. Confira um trecho da entrevista:

‘Em Elegbára Beat, a figura de Exu também fala sobre um certo antagonismo à crença exagerada na figura da razão. Parafraseando uma ideia de Mãe Beata de Yemonjá, nossos mitos têm o mesmo poder que os deles, talvez até mais, porque são milenares. Uma vez que descobrimos que não existe uma hierarquia entre mito e razão, já que a razão também é fruto de uma mitologia, compreendemos que não faz sentido submeter o discurso de Exu ao discurso racional, tal como ele foi concebido pelo Ocidente. Nos compete, porém, aprender o que Exu nos ensina sobre a nossa razão negra’

Para ler a entrevista completa, acesse o link na bio.
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